Tony Blair – O pedido de desculpas

No mês de outubro, em uma entrevista à rede de TV americana CNN, o ex-primeiro ministro da Inglaterra, Tony Blair, pediu desculpas pelos erros cometidos em relação a invasão do Iraque em 2003.   Ele admitiu que as informações que recebeu do serviço de inteligência não eram corretas.

Após o atentado do 11 de setembro, a Inglaterra e os Estados Unidos invadiram o Iraque, sem consentimento da ONU, alegando que o ditador Saddam Hussein possuía armas químicas em seu país e supostamente tinha ligação com a rede terrorista Al Qaeda.   Nenhuma arma química foi encontrada e a ligação com o grupo terrorista também não foi comprovada.

Tony Blair disse que não se arrepende por ter tirado Saddam Hussein do poder. O ex-presidente do Iraque foi responsável pela morte de 148 xiitas em 1982.  Entre os anos de 1987 e 1989, ele bombardeou com gases tóxicos cidades onde rebeldes curdos almejavam a independência. Ele foi capturado e condenado a morte por enforcamento em 30 de dezembro de 2003, pelos crimes cometidos contra o povo iraquiano.

Soldados americanos durante a invasão do Iraque
Soldados americanos durante a invasão do Iraque

O interessante neste pedido de desculpas é pensar que a Inglaterra foi a responsável pela criação do Iraque. Após a primeira guerra mundial,  três estados independentes, formado por curdos, sunitas e xiitas foram obrigadas a se juntarem. Winston Churchil , por ignorância em relação a região, não se importou com as tensões que se criaria no futuro:”Não compreendo esses melindres quanto ao uso de gás. Sou decididamente a favor do uso de gás venenoso contra tribos não civilizadas.” Saddam Hussein teve uma inspiração e tanto quando reproduziu as palavras e as ações de Churchil, em relação aos curdos.

Hoje, a tensão no Iraque está ainda maior com a criação do Estado Islâmico, que é composto por sunitas que desejam destituir do poder o governo xiita. Vale pensar que a célula do Estado Islâmico se iniciou nas prisões iraquianas durante a invasão liderada pelos americanos no Iraque.

Levando em consideração o cenário atual, a Inglaterra carregará esta culpa por um longo tempo.  Cem anos de perdão não serão suficientes.

 

Compartilhar

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no email
Compartilhar no whatsapp