A Bastilha foi construída em 1370, durante o reinado de Carlos VI. Inicialmente, portal de entrada para o bairro de Saint-Antoine, mas no século XVII, tornou-se uma prisão para pessoas nobres, letradas e adversários do governo. Por volta do século XVIII por ter adquirido a simpatia do rei Luís XVI da França, passou a servir como lugar de lazer e depósito de armas do exército francês do que como prisão.
Faz parte do senso comum afirmar que o dia 14 de julho é comemorada a queda da Bastilha, ato que marcou o início da Revolução Francesa em 1789. O que poucas pessoas sabem, no entanto, que a data passou a fazer parte do calendário cívico da França em comemoração à Festa da Federação, realizada em 14 de julho de 1790.
No fim do século XIX, foi feita a escolha do evento a ser comemorado, momento em que a Terceira República da França buscava consolidar o novo regime e construir um imaginário nacional próprio. Em 1880, o deputado Benjamin Raspail sugeriu o dia da tomada da Bastilha como a data da festa nacional. Contudo, alguns parlamentares consideraram a data violenta demais, pois alguns cidadãos cortaram a cabeça do chefe da Bastilha e baniram os homens encarregados de vigiar os prisioneiros.
Por conta da polêmica que envolve o dia da tomada da Bastilha, os deputados preferiram escolher a manifestação de 1790, por ser uma data com aprovação da maioria. A Festa da Federação é um símbolo da reconciliação do povo francês, após os enfrentamentos do ano anterior.
Dessa forma, no dia 14 de julho de 1790, aproximadamente 100 mil soldados da federação entraram em Paris e desfilaram da Bastilha ao Campo de Marte. Por fim, La Fayette, aristocrata e militar francês, jurou fidelidade à nação, ao rei e à lei e Luís XVI jurou ser fiel à Constituição.
Qual a influência da Queda da Bastilha na Revolução Francesa?
A partir da queda da Bastilha, a revolução passou a contar com a presença das massas trabalhadoras. A importância da participação dos trabalhadores na revolução reside no fato de que o movimento deixou de ser comandado pelos deputados, que acreditavam que poderiam eliminar o Antigo Regime apenas fazendo novas leis.
O povo e a burguesia exigiam que a votação não fosse mais por Estado, mas por pessoa, mas a exigência foi negada pelo rei. Revoltas eclodiram em todo o país, levando o Rei Luís XVI a aceitar ter seus poderes limitados por uma Constituição.
Em 1789, a gravidade da crise econômica e a concentração de tropas em Paris causaram na população o “Grande Medo” do Estado. Todos temiam que o absolutismo voltasse. Na Bastilha, estavam sete prisioneiros, mas ela era vista como símbolo do despotismo e onde, acreditava-se, eram guardadas armas e munição. Dessa forma, em 14 de julho de 1789, a Bastilha foi atacada por multidões, incluindo amotinados da Guarda Francesa, que assassinaram o comandante Launay e seus homens, e, assim, a Bastilha foi tomada.
Os nobres, temendo por suas vidas, anularam os direitos feudais, aliviando a situação dos camponeses (que pagavam pesados impostos). Em agosto, era apresentada a Declaração dos Direitos do homem e do cidadão, mas mesmo tendo sido beneficiada pela revolta dos trabalhadores e camponeses, a burguesia não se mostrou disposta a dividir o poder político.