Para que serve o Enem? Saiba os principais usos da sua nota no exame

Neste ano, o Exame Nacional do Ensino Médio recebeu 9 milhões de inscrições. O aumento do número de universidades federais, adotando o exame como única forma de ingresso, é um dos motivos que levam à participação dos estudantes. Mas as notas do Enem também possuem outras finalidades e é isso que a gente quer responder nesta matéria de capa: Afinal, o Enem serve pra quê?

Segundo o Ministério da Educação, a principal finalidade do Enem continua a mesma de quando ele foi criado, em 1998, que é avaliar o desempenho escolar e acadêmico da educação básica. Com base no resultado do exame, o governo pode acompanhar a qualidade da educação e aperfeiçoar o currículo ou implementar novas políticas públicas, por exemplo. Veja aqui algumas mudanças para o Enem 2017. 

Apesar disso, a avaliação ganhou novos ares quando passou a ser vista como uma espécie de “vestibular nacional”. A prova, que antes era composta por 63 questões interdisciplinares, foi reestruturada em 45 questões para cada uma das quatro áreas do conhecimento propostas: Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Linguagens e Códigos e Matemática. O exame ainda é composto por uma prova de redação.

Após essa mudança, o Enem chegou a ter sua credibilidade colocada em xeque. Vazamento da prova e dos dados dos candidatos, erro na impressão dos cadernos e redação com receita de macarrão instantâneo (com nota 560, numa escala de zero a mil) foram alguns dos problemas ao longo desses cinco anos. Polêmicas à parte, a adesão de todas as universidades federais e o aumento do grau de dificuldade das provas consolidam cada vez mais o exame. “O Inep [responsável pelo exame] precisa ir dificultando as provas para conseguir satisfazer as universidades federais, que precisam diferir os alunos com maior ou menor base. Por isso, o Instituto está seguindo essa linha de uma prova mais difícil”, afirma o professor de História do QG do Enem, Márcio Branco.

Sisu – O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) oferece vagas em instituições públicas de ensino superior, utilizando exclusivamente as notas do Enem. Para participar, o candidato deve fazer inscrição no sistema, que ocorre duas vezes por ano.

Na primeira edição de 2014, o Sisu bateu vários recordes: número de inscritos (2.559.987), de instituições (115) e vagas em cursos (171.401). Os cursos com maior procura foram administração (301.191), direito (225.688), pedagogia (217.116) e medicina (211.065).

Todo o processo seletivo, da inscrição à divulgação dos selecionados, é feito pela internet (sisu.mec.gov.br). O candidato pode consultar as vagas ofertadas pelas instituições e trocar sua opção até o último dia do período de inscrições. Cada estudante pode escolher até dois cursos. O resultado é divulgado em duas chamadas, no primeiro semestre, e em uma chamada, no segundo semestre. Também é possível se inscrever em lista de espera para as vagas remanescentes. As matrículas são realizadas diretamente nas instituições de ensino.

Inscrições 2017.1: 24 a 27 de janeiro

ProUni O Enem é um dos requisitos para o candidato que deseja concorrer a uma bolsa de estudo em instituição particular de ensino superior. É preciso obter o mínimo de 450 pontos na média das notas e não zerar a redação.

O Programa Universidade para Todos (ProUni) oferece dois tipos de bolsas: as integrais são para os estudantes com renda bruta familiar de até um salário mínimo e meio, por pessoa. As bolsas parciais são destinadas aos candidatos com renda bruta familiar de até três salários mínimos por pessoa.

O processo ocorre duas vezes por ano e possui uma única etapa, feita online (siteprouni.mec.gov.br).  O candidato à bolsa não precisa fazer vestibular nem estar matriculado na instituição em que pretende se inscrever. Porém, as instituições podem realizar um processo seletivo específico para os participantes do ProUni e isento de cobrança de taxa. Essa informação estará disponível ao candidato, no momento da inscrição.

As listas dos pré-selecionados são divulgadas em duas chamadas e os candidatos precisam comparecer na instituição de ensino com os documentos que comprovam as informações prestadas na ficha de inscrição, no prazo determinado pelo programa.

Inscrições 2017.1: 30 de janeiro a 02 de fevereiro

Fies – O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) é mais uma opção do governo federal para quem vai cursar o ensino superior em instituição privada.  Os interessados precisam fazer o Enem e tirar no mínimo 450 pontos, além de não zerar a redação.

O estudante pode financiar até 100% da mensalidade do curso escolhido, sendo que a taxa efetiva de juros é de 6,5% ao ano para todos os cursos. Alunos do ProUni também podem ter um contrato do Fies para custear os outros 50% da mensalidade, no caso da bolsa parcial.

As instituições participantes do programa estão disponíveis online, no mesmo site onde é possível fazer as inscrições (sisfiesportal.mec.gov.br).

Inscrições 2017.1: 06 a 09 de fevereiro

SisutecO Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica (Sisutec) foi criado pelo governo federal, em 2013, para oferecer vagas gratuitas em cursos técnicos em instituições públicas e privadas de ensino superior, e de educação profissional e tecnológica. Os candidatos são selecionados com base na nota do Enem, sendo preciso ter nota superior a zero na redação.

A inscrição é gratuita e feita exclusivamente pela internet (sisutec.mec.gov.br). O processo de seleção é semelhante ao Sisu. O estudante pode escolher, por ordem de preferência, até duas opções entre as vagas ofertadas pelas instituições participantes. E pode trocas essas opções até o final do prazo de inscrição.

Ao final, o sistema seleciona automaticamente os candidatos mais bem classificados em cada curso, de acordo com suas notas no Enem. Os selecionados serão conhecidos em duas chamadas e, em cada uma delas, terão um prazo para efetuar a matrícula na instituição.

A primeira edição do Sisutec teve 383.080 candidatos inscritos. Os cursos mais procurados foram técnico em segurança do trabalho (89.656 inscrições), técnico em informática (71.850) e técnico em enfermagem (63.976).

 

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