No Perambulando com o QG na Itália, visitamos o Monte Vesúvio e fomos até a boca do
vulcão! A cerca de 9 quilômetros a sudeste de Nápoles, o Vesúvio está entre os vulcões mais ativos e um dos mais perigosos do mundo. Uma erupção pode ser altamente danosa por conta da densidade populacional da região, afinal Nápoles, com aproximadamente 4.400.000 habitantes (toda a região), é a terceira maior cidade da Itália, depois de Roma e Milão.
O monte Vesúvio se forma pelo choque de duas placas tectônicas, a placa Africana e a Euroasiática. Com a pressão desse contato, o material da placa Africana se aquece até se fundir e formar o magma, sendo este menos denso que a rocha sólida que o envolve, e é “expelido” para cima na parte em que a crosta terrestre for mais débil e fraca, criando um cone.
Uma analogia que podemos fazer é com uma garrafa de refrigerante: experimente sacudi-la e logo abri-la. A pressão do gás fará o líquido transbordar, e quanto maior for a pressão dentro da garrafa, maior a força do transbordamento do líquido. Mais ou menos assim é o que acontece com o magma que pode sair da boca de um vulcão.
O Vesúvio tem atividades vulcânicas há cerca de 400.000 anos e há 39.000 anos uma
enorme erupção emitiu magma vulcânica que chegou a 15 quilômetros cúbicos.
Como os cientistas sabem dessas idades? Os geólogos utilizam técnicas e materiais a partir da coleta de conteúdo fossilífero (se uma rocha contém fóssil, a idade é avaliada de acordo com este) ou pela datação radiométrica, datando a radioatividade natural das rochas. Neste caso, estuda-se o processo de desintegração de átomos de alguns elementos químicos que compõem a rocha. Para maiores detalhes sobre esse assunto, neste link há uma explicação didática e fácil: http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1070&sid=129
Apesar de comumente associarmos vulcões a catástrofes, atividades vulcânicas são responsáveis por importantes transformações: como a criação de novas superfícies terrestres, a renovação do solo, a mudança do curso de rios ou a própria extinção dos mesmos.
A última erupção do Vesúvio foi em 1944, mas a mais dramática e famosa foi a do ano 79
d.C.. Três cidades ao redor do vulcão foram destruídas: Pompéia, Herculano e Stabia. Até hoje descobertas são feitas a respeito daquela erupção. Arqueólogos ainda investigam as causas de tantas mortes na região, e porque tantas pessoas deixaram de fugir quando os indícios de erupção começaram. Em outro episódio do Perambulando com o QG mostrarei um pouco de Herculano, uma das cidades que fica no pé do Vesúvio e que, assim como Pompéia, intriga pesquisadores que buscam justificativas sobre porque boa parte da população permaneceu no local, que foi completamente petrificado pela lavra.
Se entre 1631 e 1944 os cientistas consideram o Vesúvio como “domesticado”, ou seja, em
um ciclo de baixa atividade, desde 1944 vulcão é constantemente monitorado, pois a qualquer momento pode entrar em erupção.