A década de 60 foi um período de grande efervescência cultural, que se estendeu até os anos 70 e 80. Foi um momento também de intensas transformações políticas que impactaram diretamente nas produções culturais e na maneira de se enxergar a arte. Pensando nisso, o QG elaborou uma matéria sobre os principais movimentos dessas décadas. Confira!
Os anos 60 foram marcados por grandes transformações ao redor do mundo, principalmente no âmbito político e artístico. O Brasil vivia um período de Ditadura Militar e lidava com uma grande repressão e remoção de direitos civis, individuais e sociais. Desse modo, artistas, professores, religiosos, militantes e civis que eram contra o regime eram perseguidos, exilados e até mesmo mortos.
No entanto, mesmo com toda essa perseguição, a música, as artes visuais e a literatura não deixaram de expressar suas críticas e suas denúncias. Foi nesse momento também que surgiram os movimentos contraculturais, que nadavam contra todos os padrões de comportamento e pensamento impostos pela sociedade da época.
TROPICÁLIA
A Tropicália foi um movimento cultural amplamente difundido nos anos de 1967 e 1968 no Brasil, principalmente no âmbito musical. Tinha como característica o rompimento com o intelectualismo da Bossa Nova e aproximação com a cultura popular e de massa.
Além disso, a Tropicália foi caracterizada pela mistura de manifestações e por inovações estéticas, criando assim um hibridismo musical com guitarras elétricas com berimbaus, violões, cuícas e violinos.
Seus principais nomes foram: Os Mutantes (Rita Lee, Sérgio Dias e Arnaldo Baptista), Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Gal Costa e Torquato Neto.
CONCRETISMO
O Concretismo é um movimento artístico e literário que se popularizou no Brasil através das obras de Décio Pignatari e os irmãos Campos. O movimento se caracteriza principalmente pelo trabalho experimental do espaço, a quebra com a poesia lírica, o caráter verbivocovisual onde se explora palavra, som e imagem e a autonomia estética.
TEATRO DE ARENA
Fundado na década de 50, o Teatro de Arena ganhou força após a união com o Teatro Paulista dos Estudantes e com a direção de Augusto Boal.
A companhia montava, dirigia e encenava peças de caráter realista, criticando a sociedade da época. Além disso, foi desenvolvido também o Teatro do Oprimido um método teatral que tem como principal objetivo o acesso da camada mais popular ao teatro, a transformação por meio do diálogo e a democratização dos meios de produção teatral.
Por fim, podemos perceber que em um regime repressor, a arte é vista como um elemento subversivo por promover uma reflexão sobre o mundo. Assim, esses movimentos passaram a ser considerados perigosos e ameaçadores para a manutenção das estruturas coercitivas.