Vamos falar sobre bacanal? O Bacanal ou Bacanália era uma festa na Grécia Antiga que acabou sendo incorporada pelos romanos. Ela acontecia durante uma semana por volta dos dias 21 a 28 de dezembro e era uma homenagem ao Deus Baco, também chamado de Dionísio para os gregos. Ele, por sua vez era o Deus do vinho e dos excessos, principalmente sexuais; representava os prazeres mundanos e segundo a mitologia grecoromana, quando alguém utilizava-se de bastante vinho, Baco ou Dionísio possuía seu corpo e tomava responsabilidade por suas ações.
De início, essa festa era apenas feminina, ou seja, somente as mulheres poderiam sair às ruas nuas e realizavam sexo nas à luz do dia. Lembrando que a homossexualidade era uma prática comum na Antiguidade entre homens e mulheres. Tempos depois, o Senado romano permitiu a participação de homens e alguns relatos do evento foram descritos por um historiador antigo bem famoso chamado Tito Lívio. Segundo ele, as vulgaridades da ocasião eram muito grandes, contando com a participação de crianças e animais.
Durante o período da Bacanália, o casamento não era válido. Parceiros e parceiras não se importavam em o outro ter relações extraconjugais e isso era visto como um hábito comum na Grécia e Roma Antiga. No entanto, alguns eventos começaram a sair do controle e reportes de violência começaram a aumentar, o que levou o Senado romano a abolir as festas e somente permitir em ocasiões específicas.
Tratar sobre a Bacanália nos ajuda a quebrar esse paradigma de que a Idade Antiga helenística era elitizada. Muitas vezes quando vamos estudar o período, acabamos menosprezando as manifestações populares. Durante esse período, cidadãos e plebeus não eram diferenciados e demonstra a riqueza da cultura grecoromana antiga.
Entretanto, quando o Império Romano adere ao Catolicismo como religião oficial, o costume da Bacanália começa a ser visto de maneira afrontosa pelos cristãos. Para reverter esse cenário, a Igreja Católica determina a data de nascimento de Jesus Cristo no meio do período de comemoração popular, porque o Natal iria conter essas agitações e vulgaridades – pelo prisma cristão – em prol da adoração ao Deus único católico. Segundo estudos históricos pautados em achados arqueológicos, Jesus teria nascido alguns meses antes do determinado pela Igreja.
Como a festa ao Deus Baco/Dionísio cativava muitos, mesmo com a proibição imposta pelos católicos ao culto, muitos populares tentavam disfarçar à adoração ao Deus do vinho e dos prazeres carnais. Até mesmo hoje, em algumas Igrejas mais antigas de Roma, é possível observar imagens escondidas de Baco/Dionísio na arquitetura das localidades.