Plataforma Enem https://enem.com.br/ Plataforma Enem Thu, 20 Feb 2025 21:00:00 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 https://enem.com.br/wp-content/uploads/2025/02/e-PORTAL_ENEM-150x150.png Plataforma Enem https://enem.com.br/ 32 32 Resumo do livro O Cristo Cigano, leitura obrigatória da Fuvest 2026 https://enem.com.br/2025/02/20/o-cristo-cigano-resumo/ https://enem.com.br/2025/02/20/o-cristo-cigano-resumo/#respond Thu, 20 Feb 2025 20:49:22 +0000 https://enem.com.br/?p=23081 A Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) atualizou, no final do ano de 2023, a lista de leituras obrigatórias para os futuros vestibulares da USP (Universidade de São Paulo). Foram listadas as obras que serão abordadas nas provas de 2025 a 2029. Entre elas, está O Cristo Cigano, da escritora Sophia de Mello Breyner Andresen. É essencial que […]

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Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) atualizou, no final do ano de 2023, a lista de leituras obrigatórias para os futuros vestibulares da USP (Universidade de São Paulo). Foram listadas as obras que serão abordadas nas provas de 2025 a 2029. Entre elas, está O Cristo Cigano, da escritora Sophia de Mello Breyner Andresen.

É essencial que os candidatos procurem ler, conhecer e estudar os livros com antecedência. Assim, para te ajudar na sua preparação para a prova do vestibular de 2026, compilamos um resumo completo sobre o livro. Ao final da leitura, confira também a lista completa das leituras obrigatórias selecionadas pela USP, de 2026 a 2029!

Resumo do livro ‘O Cristo Cigano’

Trata-se de uma obra que estará como obrigatória somente para 2026, o que é uma forte aposta para que seja abordada no vestibular, já que é o único ano em que ela poderá ser cobrada dessa forma. Portanto, é relevante entender como a poesia de Sophia se relaciona com o poeta brasileiro João Cabral de Melo Neto e como dialoga com o estilo barroco. Vamos lá?

A coletânea reúne 11 poemas na obra que variam na métrica, além de um poema inicial que faz menção direta a João Cabral de Melo Neto para entender sobre “A palavra faca”, já que a narrativa contaria uma história que o autor divulgava.

Nessa história, é retratado, com narrador de terceira pessoa, um escultor recebe uma missão de alguns “homens escuros”:

“Tu esculpirás Seu rosto
de morte e de agonia”.

Pela interpretação com o título, entende-se que o rosto a ser construído seria de Jesus Cristo, até por conta do catolicismo de Sophia.

Busca de inspiração

O escultor segue em busca de inspiração, “Como se buscasse/ Uma presença ausente”. Ele estava em busca da morte para poder retratá-la na missão de seu “Destino”.

Eventualmente, no poema “O amor”, ele encontra um um cigano a se despir sozinho em um rio e, lá, vê a sua inspiração e a associação com a faca que a autora elenca recorrentemente nos poemas.

Só existe o teu rosto geometria
Clara que sem descanso esculpirei.
E noite onde sem fim me afundarei.

Tentativa de reencontro

Ele tenta, então, reecontrar o cigano em outros dias, mas falha e se sente como se “De uma faca nua” ele fosse atravessado diariamente e dividido. Então, em “Morte do cigano”, o escultor decide o matar.

Por fim, em “Aparição”, acompanhamos a morte do cigano e a reação do escultor para sua inspiração:

“E devagar devagar o rosto surge
O rosto onde outro rosto se retrata
O rosto desde sempre pressentido
Por aquele que ao viver o mata

Seus traços seu perfil mostra
A morte como um escultor
Os traços e o perfil
Da semelhança interior”.

Semelhanças com João Cabral de Melo Neto

Assim como o autor de “Morte e Vida Severina” (1955), Sophia traz uma poesia de linguagem econômica e objetiva, com versos curtos, no máximo com métrica de decassílabos.

Sophia foi profundamente influenciada por João, inclusive dedicando este livro ao autor brasileiro e fazendo referências à imagem da faca da obra nas obras do brasileiro em “Uma faca só lâmina” ou “A escola das facas”.

Os dois tinham uma relação literária muito forte e a figura da faca pode ser abordada pela FUVEST a partir da forma como elas são apresentadas pelos autores, de forma a comparar suas semelhanças e diferenças semióticas.

Barroco

Ao trazer temáticas sobre o conflito humano, a morte e a religião; Andersen evoca diálogo com a estética barroca nos poemas. A dualidade é essencial para seu entendimento e atravessa toda a obra.

O destaque à arte esculpida de uma figura religiosa como Jesus Cristo entra em contraste com a moral cristã a partir do assassinato de um homem. Aqui, o contraste entre luz e sombras é destacável, como pela contraposição entre a Primavera e a escuridão figurada pelas noites em que os “homens escuros”, que ordenaram a missão de “Destino” do escultor, aparecem e o tornam obcecado.

A retratação entre amor e morte também é evidente na leitura, pois é comentado em diversos momentos que o escultor estava atravessado pelo amor após o encontro com o cigano. Esse amor, no entanto, entra em contraste com a obsessão e o assassinato do homem.

Para dar vida à escultura divina, o escultor recorre à morte de um homem mortal. A imagem da faca é vista como portadora de gumes, que fere o escultor obsessivamente, até que ele sente a necessidade de também ferir com ela.

Sobre a autora

Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004) nasceu em Porto, Portugal. Foi a primeira mulher do país a receber o Prêmio Camões, o maior prêmio literário da língua portuguesa, em 1999.

Imersa na rica tradição literária portuguesa, seu trabalho reflete uma profunda conexão com a natureza, o mar e a cultura clássica, especialmente a grega. Sophia também se destacou por sua participação ativa na oposição ao regime salazarista, sendo uma voz importante na luta pela liberdade e democracia em Portugal.

Sua obra é marcada pela clareza e simplicidade, celebrando a beleza do cotidiano e a profundidade das emoções humanas.

Confira as leituras obrigatórias da Fuvest para os vestibulares de 2026 a 2029

2026

  • Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • O Cristo Cigano (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • As meninas (1973) – Lygia Fagundes Telles
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2027

  • Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2028

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2029

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • D. Casmurro (1899) – Machado de Assis
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • Nós matamos o cão tinhoso! (1964) – Luís Bernardo Honwana
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Incidente em Antares (1970) – Érico Veríssimo
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira

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Publicado em 1964, “A Paixão Segundo G.H” é o quinto romance de Clarice Lispector e uma das obras mais importantes da literatura brasileira. A história acompanha G.H., uma mulher que, após um evento inesperado, passa por uma transformação profunda e introspectiva. A escrita de Lispector é densa e desafiadora, abordando temas como identidade, autoconhecimento e os limites da linguagem.

Este livro é leitura obrigatória para o vestibular da Fuvest 2027, e exige dos estudantes uma interpretação atenta e reflexiva. Para quem está se preparando para esse desafio, “A Paixão Segundo G.H.” oferece uma rica oportunidade de explorar a complexidade da autora e de se aprofundar em questões filosóficas e psicológicas.

Resumo da obra

No primeiro capítulo de “A Paixão Segundo G.H”., somos apresentados à protagonista, G.H., uma mulher de classe média que se dedica à escultura, embora de forma amadora. Ela vive sozinha em uma cobertura luxuosa e não tem filhos, nem está envolvida em nenhum relacionamento amoroso. O foco do livro está em sua vida interior, explorando seus sentimentos, pensamentos e reflexões mais profundas. Embora o enredo trate, sobretudo, das questões íntimas de G.H., a obra também traz à tona aspectos mais práticos do cotidiano da personagem.

No segundo capítulo, descobrimos que a empregada doméstica de G.H., Janair, pediu demissão. Essa atitude causa, de certa forma, um alívio em G.H., pois ela passa a ter mais tempo para si mesma e a oportunidade de organizar seu apartamento, que até então estava sempre impecavelmente arrumado por Janair. Ela decide, então, começar a arrumação pelo quarto da empregada. Ao contrário da cobertura luxuosa em que G.H. vive, o quarto da empregada é simples, com móveis modestos, mas surpreendentemente bem organizados, o que contradiz as expectativas de G.H. Para ela, aquele ambiente parece distante de seu próprio apartamento, quase como se fosse um lugar à parte. Ela compara o quarto da empregada a um “minarete”, uma torre de mesquita usada para chamar os fiéis para a oração, sugerindo que o espaço parece isolado e peculiar, como se fosse uma estrutura externa ao seu próprio mundo.

Ao explorar o quarto, G.H. encontra um desenho na parede, quase primitivo, feito pela empregada. Esse achado a faz perceber que, durante os seis meses em que Janair trabalhou para ela, nunca havia se atentado aos detalhes de sua aparência, como o formato de seu rosto. As duas sempre mantiveram uma relação distante, o que reflete a diferença de classe social entre elas.

Em seguida, G.H. abre o armário do quarto da empregada e, para sua surpresa, encontra uma enorme barata. Esse encontro a leva a uma reflexão profunda sobre a antiguidade e a sobrevivência das baratas, e ela começa a pensar que talvez sejam esses insetos que sobreviverão ao fim da humanidade. Em um momento de pânico, G.H. acaba matando a barata com a porta do armário. Esse ato aparentemente simples dá início a uma grande epifania para G.H. – uma revelação intensa sobre sua própria existência e percepção do mundo.

O mais interessante dessa experiência é que a epifania de G.H. surge de algo banal e cotidiano, como a morte de uma barata, e não de um evento extraordinário. Ao descrever essa experiência transformadora, G.H. utiliza uma metáfora visual do Oriente Médio, misturando as paisagens de sua cidade, o Rio de Janeiro, com imagens de um outro mundo, que parecem distantes e ao mesmo tempo fundem-se com a realidade ao seu redor. Nesse momento, o tempo e o espaço se tornam abstratos para G.H., como se ela estivesse atravessando uma barreira entre mundos distintos, e a sua percepção de tudo ao seu redor se altera profundamente.

Como termina o livro “A Paixão Segundo G.H”?

Nas partes finais do livro, G.H. se vê envolvida em um intenso dilema interno, questionando-se sobre comer ou não a barata morta. O simples pensamento de fazer isso a repulsa profundamente, gerando um grande nojo. No entanto, ela começa a perceber que, para superar esse nojo e ultrapassar a experiência epifânica que está vivendo, precisa enfrentar esse desconforto de forma radical.

É através desse ato de consumir a barata morta que ela acredita ser capaz de alcançar uma transformação, indo além de suas limitações e do que está lhe causando repulsa.

O livro chega ao seu desfecho com G.H. finalmente decidindo comer a barata morta. O impacto dessa experiência é tão forte que ela desmaia logo após, e, em seguida, sente a necessidade de vomitar.

Esse momento é crucial para a personagem, pois, ao encarar um desafio tão repulsivo e confrontador, ela se vê frente a frente com suas próprias limitações, com a complexidade de sua natureza e com o processo de transcendência que está vivendo.

O que significa a barata?

Em “A Paixão Segundo G.H.”, a barata que a protagonista encontra no armário no segundo capítulo não é apenas um simples inseto. Ela assume um papel simbólico profundo na história, representando muito mais do que um simples “bicho do cotidiano”. Através desse encontro, a personagem G.H. começa uma jornada de autodescoberta e reflexão, que a leva a questionar a própria vida, as relações humanas e sua percepção do mundo.

A barata aparece de forma inesperada e provoca uma reação de pânico em G.H. Ela mata o inseto com a porta do armário, e esse ato desencadeia uma série de reflexões intensas sobre a natureza da vida, da morte e da sobrevivência. Para G.H., a barata representa algo antigo e resistente, algo que pode até sobreviver ao fim da humanidade. Essa percepção a faz pensar sobre a fragilidade da vida humana e sobre as coisas que permanecem, como a própria barata, que resiste ao tempo e aos desafios da existência.

O início de tudo

A barata, além de ser um símbolo de resistência, também representa o início de tudo. Esse inseto, que está na Terra há milhares de anos, muito antes da chegada do ser humano, carrega em sua presença a ideia de um tempo primordial e imutável.

A barata, assim, simboliza um elo com o passado remoto do planeta, com as eras que existiram antes da humanidade, um reflexo da continuidade da vida, que se adapta e persiste, mesmo diante das mudanças drásticas que o mundo atravessa.

Esse aspecto da barata reforça a ideia de que ela está profundamente enraizada na existência da Terra, sobrevivendo a transformações que para os seres humanos seriam impensáveis. Sua longevidade e adaptação se tornam um contraste com a fragilidade da vida humana, que é muito mais efêmera e sujeita ao esquecimento.

Ponto de virada

Mas o verdadeiro significado da barata vai além disso. O encontro com o inseto serve como um ponto de virada na vida de G.H. A partir desse momento, ela começa a experimentar uma epifania, uma revelação sobre si mesma e sobre o mundo ao seu redor.

Ao matar a barata, G.H. não apenas enfrenta seu próprio nojo e pânico, mas também se vê diante da necessidade de transcender sua visão limitada da vida. Ela sente que, ao consumir a barata no fim do livro, será capaz de superar o nojo e alcançar uma nova compreensão de si mesma, da vida e da morte.

Ao decidir comer a barata, G.H. não está simplesmente se livrando de sua aversão, mas sim tentando transcender a experiência que vive, como uma maneira de alcançar algo mais profundo e significativo em sua existência. Esse ato extremo é uma forma de ir além das limitações do corpo e da mente, e buscar uma nova forma de compreensão e liberdade interior. Assim, a barata se torna um símbolo de algo que precisa ser enfrentado para que G.H. possa crescer e se transformar.

Mais do que um simples inseto

Portanto, a barata em “A Paixão Segundo G.H”. não é apenas um inseto comum. Ela representa um ponto de virada na história, sendo a chave para a transformação da personagem. A barata simboliza a conexão entre o cotidiano e algo mais profundo, entre a vida simples e uma grande experiência de autoconhecimento.

Quando G.H. enfrenta sua aversão à barata, ela está, na verdade, enfrentando suas próprias limitações e tentando superar seus medos e bloqueios internos. A barata, com sua história ancestral, mostra que, ao superar o nojo e o repúdio, G.H. pode se libertar e alcançar uma nova compreensão de si mesma e da vida.

Sobre a autora

Clarice Lispector foi uma das escritoras mais importantes e inovadoras da literatura brasileira. Nascida na Ucrânia, em 1920, e naturalizada brasileira, ela se mudou para o Brasil ainda criança, com sua família, fugindo da perseguição de judeus na Europa. Cresceu no nordeste do Brasil, mais precisamente no Recife, e depois viveu no Rio de Janeiro, onde se formou em Direito, mas sempre foi mais apaixonada pela escrita.

Clarice começou a carreira literária nos anos 1940, com seu primeiro romance, “Perto do Coração Selvagem”, que logo chamou a atenção pela sua escrita introspectiva e profunda, focada nos sentimentos e nos conflitos internos das personagens. Ela se destacou pelo estilo único, marcado por uma linguagem complexa e simbólica, que explorava temas como a identidade, o existencialismo e as emoções humanas.

Além de romancista, Clarice também escreveu contos, crônicas e ensaios, sendo reconhecida por sua capacidade de expressar de maneira intensa e sensível o universo feminino e as angústias da vida cotidiana. Algumas de suas obras mais conhecidas incluem “A Hora da Estrela”, “A Paixão Segundo G.H”. e “Laços de Família.” Sua escrita é muitas vezes considerada difícil, mas ao mesmo tempo fascinante, e ela tem uma legião de admiradores até hoje.

Clarice Lispector faleceu em 1977, mas sua obra continua a influenciar escritores e leitores, sendo estudada nas escolas e universidades brasileiras e no mundo todo. Ela é lembrada como uma autora que, por meio da escrita, conseguiu ir muito além das convenções literárias, explorando os aspectos mais profundos e subjetivos da experiência humana.

Confira as leituras obrigatórias da Fuvest para os vestibulares de 2026 a 2029

Agora, saiba as leituras obrigatórias formuladas pela Fuvest para as edições de 2026 a 2029. Os títulos em negrito são referentes às obras inéditas em relação ao ano anterior do vestibular:

2026

  • Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • O Cristo Cigano (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • As meninas (1973) – Lygia Fagundes Telles
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2027

  • Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2028

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2029

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • D. Casmurro (1899) – Machado de Assis
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • Nós matamos o cão tinhoso! (1964) – Luís Bernardo Honwana
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Incidente em Antares (1970) – Érico Veríssimo
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira 

O conteúdo Resumo do livro A Paixão Segundo G. H., leitura obrigatória da Fuvest 2026 aparece primeiro em Plataforma Enem.

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É essencial que os candidatos procurem ler, conhecer e estudar os livros com antecedência. Assim, para te ajudar na sua preparação para a prova do vestibular, compilamos um resumo completo sobre o livro. Ao final da leitura, confira também a lista completa das leituras obrigatórias selecionadas pela USP, de 2026 a 2029!

Resumo do livro ‘Canção para ninar menino grande’

Lançado em 2018, o livro mergulha nas experiências da população negra e aborda questões como racismo, machismo, amor e os desafios enfrentados pelo protagonista, Fio Jasmim, e pelas mulheres que também desempenham papéis centrais na história. A obra nos apresenta a jornada de autodescoberta de Fio Jasmim, marcada por suas relações amorosas e os conflitos pessoais, enquanto ele lida com questões sociais e culturais que refletem a realidade de muitos brasileiros. Ao longo do livro, somos convidados a refletir sobre as dificuldades e os desafios que ainda afetam a vida de grande parte da sociedade brasileira, especialmente dos negros e das mulheres.

No livro “Canção para Ninar Menino Grande”, conhecemos Fio Jasmim, um homem negro, bonito e sedutor, mas marcado por traumas do passado. Quando era criança, ele viveu uma experiência dolorosa que o afetou profundamente: na escola, durante a escolha para o papel de príncipe em uma peça de teatro, Fio Jasmim foi rejeitado. Em seu lugar, a professora escolheu um menino branco, com olhos azuis, aquele que se encaixava no estereótipo do príncipe. A justificativa da professora foi cruel: “não existem príncipes negros”. Essa cena ilustra um dos primeiros episódios de racismo vivido por Fio Jasmim e que o acompanha ao longo da vida.

Na vida adulta, Fio Jasmim trabalha como auxiliar de maquinista em um serviço ferroviário, o que o leva a viajar por várias cidades do interior do Brasil. Durante suas viagens, ele se envolve com diversas mulheres, vivendo uma série de aventuras amorosas. Esse comportamento está diretamente ligado à educação machista que recebeu. Desde cedo, Fio Jasmim aprendeu que o papel de um homem seria sempre o de conquistador, tendo várias mulheres, além de sua esposa. Ao longo de sua vida, ele se sente pressionado pela sociedade a manter essa imagem de homem sedutor, o que o faz continuar com esse comportamento. 

Quem é o protagonista do livro?

Embora Fio Jasmim seja uma presença constante na obra, ele não é o verdadeiro protagonista. O livro é narrado pelas mulheres com quem ele se envolve ao longo de suas viagens. Cada capítulo é dedicado a uma mulher diferente, que teve um relacionamento com ele. Essas mulheres são as verdadeiras protagonistas da história. A cada parada do trem, Fio Jasmim se envolve com uma personagem distinta, e cada uma delas tem uma personalidade e uma expectativa diferente. Uma deseja um grande amor, outra quer apenas ter um filho, uma busca algo casual, enquanto outra sonha com o casamento. No entanto, há algo em comum entre todas elas: todas estão, de alguma forma, à procura de uma presença masculina em suas vidas.

Esse vazio é significativo, pois essas mulheres enfrentaram desafios sozinhas, muitas vezes sem o apoio de uma figura masculina. Fio Jasmim, portanto, torna-se o elo que conecta suas histórias. Ele preenche, ainda que momentaneamente, o vazio que essas protagonistas sentem, oferecendo-lhes a companhia que lhes falta. No entanto, logo ele volta para sua esposa, Pérola Maria, com quem tem oito filhos, e segue sua vida, sem realmente se comprometer com nenhuma delas.

Ao longo da obra, fica claro que o comportamento de Fio Jasmim também é uma forma dele mesmo tentar preencher seus próprios vazios internos. Sua busca por mulheres reflete, em muitos aspectos, uma tentativa de lidar com suas próprias inseguranças e traumas não resolvidos, principalmente o racismo que enfrentou durante sua infância. Assim, tanto Fio Jasmim quanto as mulheres com quem ele se envolve estão tentando preencher lacunas em suas vidas, mas de maneiras diferentes, e a obra nos convida a refletir sobre as complexidades dessas relações e sobre as questões sociais e pessoais que as moldam.

Quais são os assuntos retratados na obra?

A obra “Canção para Ninar Menino Grande”, de Conceição Evaristo, aborda diversos temas importantes e atuais, refletindo sobre a complexidade das relações humanas. Um dos principais assuntos retratados no livro é o racismo, presente desde a infância de Fio Jasmim, quando ele é rejeitado para o papel de príncipe em uma peça escolar, apenas por ser negro. Esse episódio marca sua vida e molda sua visão de si mesmo e do mundo.

Além do racismo, a obra também trata da masculinidade tóxica, mostrando como Fio Jasmim é pressionado a cumprir o estereótipo do homem sedutor, que deve ter várias mulheres e ser sempre forte e dominante. Isso está relacionado à educação machista que ele recebeu e às expectativas da sociedade sobre o comportamento masculino. Através de suas relações amorosas, Fio Jasmim tenta preencher um vazio emocional, mas acaba perpetuando o mesmo comportamento, sem se conectar de forma profunda com ninguém.

Outro tema central no livro é a figura feminina, que, embora muitas vezes à margem da narrativa, é a verdadeira protagonista. Cada capítulo do livro é narrado por uma personagem feminina com quem Fio Jasmim se envolve. Essas personagens têm diferentes desejos e expectativas, como o sonho de encontrar um grande amor, de ter filhos ou de se casar. No entanto, elas também enfrentam a ausência de uma figura masculina em suas vidas e, muitas vezes, têm que lidar com desafios sozinhas.

A obra, portanto, traz à tona questões como racismo, masculinidade tóxica, machismo e a luta das personagens femininas, convidando os leitores a refletirem sobre as desigualdades sociais e as relações de poder que ainda marcam a sociedade brasileira.

O que a autora diz sobre o livro?

Conceição Evaristo, em uma entrevista para o canal Curta!, comentou sobre o processo de criação de “Canção para Ninar Menino Grande” e a construção do personagem Fio Jasmim. A autora explicou que criar a história de Fio foi uma maneira de refletir sobre uma dificuldade que ela observa na vida real: a dificuldade de acessar o universo do homem, especialmente o homem negro. Para ela, contar a história de Fio Jasmim é também um exercício de compreensão e interpretação de uma realidade que, muitas vezes, fica oculta ou é mal compreendida.

Evaristo destaca ainda a importância de apresentar uma ficção em que as personagens negras não sejam vistas apenas como estereótipos, mas sim como seres humanos complexos, com subjetividades próprias. Ao fazer isso, ela cria um novo discurso na literatura brasileira, uma maneira de representar a vivência e as experiências dos negros de forma mais profunda e verdadeira. Segundo a autora, essas personagens negras, embora fictícias, são baseadas em vivências reais de mulheres negras, que enfrentam desafios semelhantes aos retratados no livro.

Assim, a obra de Conceição Evaristo não só questiona os padrões da literatura tradicional, mas também dá voz a figuras frequentemente marginalizadas, convidando os leitores a refletirem sobre as realidades e as histórias de mulheres e homens negros na sociedade brasileira.

Sobre a autora

Conceição Evaristo é uma escritora, poeta e professora brasileira, nascida em 29 de novembro de 1946, no Rio de Janeiro. Reconhecida por suas obras que abordam as questões do racismo, da desigualdade social e da luta das mulheres negras, Evaristo é uma das vozes mais importantes da literatura contemporânea no Brasil. Sua escrita é marcada pela força emocional e pela profundidade das personagens, especialmente as mulheres negras, que são muitas vezes invisibilizadas na literatura.

Conceição começou sua carreira literária com a poesia, mas foi com os romances que ela se destacou ainda mais. Seu livro mais conhecido, Ponciá Vicêncio (2003), e a obra Canção para Ninar Menino Grande (2018), são exemplos de como a autora constrói narrativas sensíveis, que exploram as complexidades da vida das pessoas negras nas periferias brasileiras.

Além de escritora, Conceição Evaristo é uma defensora da educação e da cultura, tendo sido professora e ativista na luta pelos direitos das mulheres e da população negra. Sua obra é uma contribuição fundamental para a literatura brasileira, trazendo à tona temas como identidade, resistência e as dificuldades enfrentadas pelos marginalizados. Ela é uma referência para estudantes e leitores que buscam entender melhor as questões sociais e raciais no Brasil.

Confira as leituras obrigatórias da Fuvest para os vestibulares de 2026 a 2029

2026

  • Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • O Cristo Cigano (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • As meninas (1973) – Lygia Fagundes Telles
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2027

  • Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2028

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2029

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • D. Casmurro (1899) – Machado de Assis
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • Nós matamos o cão tinhoso! (1964) – Luís Bernardo Honwana
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Incidente em Antares (1970) – Érico Veríssimo
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira

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Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) atualizou, no final do ano de 2023, a lista de leituras obrigatórias para os futuros vestibulares da USP (Universidade de São Paulo). Foram listadas as obras que serão abordadas nas provas de 2025 a 2029. Entre elas, está As Meninas, da escritora Lygia Fagundes Telles.

É essencial que os candidatos procurem ler, conhecer e estudar os livros com antecedência. Assim, para te ajudar na sua preparação para a prova do vestibular de 2026, compilamos um resumo completo sobre o livro. Ao final da leitura, confira também a lista completa das leituras obrigatórias selecionadas pela USP, de 2026 a 2029!

Resumo do livro ‘As Meninas’

O livro “As Meninas”, escrito por Lygia Fagundes Telles e publicado em 1973, é uma obra que se passa no contexto da ditadura militar no Brasil. A história acompanha a amizade entre três jovens mulheres, oferecendo uma reflexão profunda sobre suas vidas, seus conflitos internos e as tensões políticas da época.

Com uma narrativa introspectiva, a autora mergulha no universo psicológico das personagens, explorando suas emoções e suas vivências em um cenário repleto de repressão e incertezas.

“As Meninas” é uma leitura essencial para estudantes, especialmente para aqueles que se preparam para o vestibular da Fuvest em 2026, pois a obra oferece uma rica análise das questões sociais e políticas de um período crucial da história brasileira, além de ser uma excelente oportunidade para refletir sobre a literatura nacional e a construção das personagens femininas na narrativa.

Quem são as meninas?

Para entender melhor o enredo de “As Meninas”, é fundamental conhecer as personagens principais, cujas histórias são essenciais para a compreensão da trama e do contexto em que vivem.

Lorena Vaz Leme

Lorena Vaz Leme é uma estudante de Direito que pertence à classe média alta, sendo uma personagem de boas condições financeiras. Apesar de sua aparente estabilidade, ela carrega traumas profundos da infância que a afetam até a vida adulta. Quando era criança, Lorena presenciou uma tragédia familiar: um de seus irmãos matou o outro acidentalmente. Esse evento traumático marcou sua vida e continua a perturbá-la na fase adulta. Ao longo da história, Lorena se apaixona por MN, um médico casado que a leva para casa em uma carona. Esse amor se transforma em um sentimento platônico, idealizado e distante, pois ela fica esperando, de forma quase obsessiva, por um telefonema desse homem. A relação de Lorena com MN, no entanto, parece ser uma fuga da dura realidade da época, marcada pela repressão da ditadura militar, e uma forma dela se distanciar dos problemas reais que enfrentava.

Lia de Melo Schultz

Lia de Melo Schultz, por sua vez, é estudante de Letras e faz parte de um grupo de pessoas que se opõem à ditadura militar. Ela é uma jovem com uma personalidade forte e independente, que não tem medo de falar sobre temas polêmicos, como sexo e liberdade. Lia tem esperanças de sair do país com seu namorado, que está preso, assim que ele for libertado. Ela representa a resistência ao regime militar e a busca por liberdade, tanto pessoal quanto política.

Ana Clara

Ana Clara é uma personagem descrita como linda, mas com muitos problemas. Ela é viciada em drogas, o que afeta sua saúde mental e faz com que ela tenha ideias confusas e delirantes, razão pela qual recebe o apelido de “Ana Turva”. Estudante de Psicologia, Ana Clara também teve uma infância difícil e cheia de abusos. Ela gosta de se exibir e se gabar de um noivo rico, embora ninguém tenha visto esse homem. Além disso, Ana tem um amante, Max, que é traficante de drogas e contribui para o estado de alucinação em que ela vive.

Essas três personagens, com suas histórias complexas, refletem diferentes aspectos da sociedade brasileira durante a ditadura militar. Elas ajudam a entender a difícil realidade da época e oferecem ao leitor uma visão crítica sobre o contexto histórico e social do Brasil.

Resumo da obra

A história de “As Meninas” se passa em São Paulo, no ano de 1969, em um pensionato de freiras, onde vivem as três personagens principais: Lorena, Lia e Ana Clara. A trama é narrada de forma alternada pelas próprias personagens e por um narrador observador. Essa alternância de vozes pode ser confusa para o leitor no início, exigindo atenção, mas também torna a leitura mais dinâmica e interessante, pois permite acessar os pensamentos e sentimentos das personagens de diferentes perspectivas.

Lorena e Lia

Nos primeiros capítulos, somos apresentados ao cotidiano de Lorena e Lia. Elas discutem temas sérios, mas de forma natural, como a alienação da classe burguesa e a repressão militar que caracteriza o período da ditadura. Em uma dessas conversas, Lia pede emprestado o carro de Lorena, e a personagem principal reflete sobre a violência no mundo, lembrando da morte de seu irmão Rômulo e de como esse evento traumático a marcou. Também reflete sobre o impacto disso em sua vida e sobre como conheceu suas duas amigas.

Ainda no início do livro, Lorena conhece o Dr. MN, um médico que lhe dá uma carona na faculdade. A partir desse encontro, Lorena começa a idealizar um romance com ele, sonhando com um amor impossível. Apesar de nutrir esse sentimento platônico, ela também pensa em Fabrízio, um colega da faculdade com quem teve um breve envolvimento.

Ana Clara

Paralelamente, vemos Ana Clara, uma personagem problemática que, em cenas intensas, aparece usando entorpecentes com seu amante Max. Em seu delírio, ela revira as lembranças de sua infância marcada por abusos. Ana Clara está grávida, mas não deseja continuar com a gestação, embora Max, por outro lado, queria que ela tivesse o filho. Essa situação complicada reflete a instabilidade emocional de Ana Clara, que vive em um mundo de alucinações e conflitos internos.

Aumento de tensões e conflitos

À medida que a história avança, o enredo vai se aprofundando nas experiências de Lia. Em determinado ponto, ela se encontra com seu amigo Pedro, em um local onde ambos discutem planos para a resistência contra a ditadura militar. Eles falam sobre suas experiências passadas e, durante uma conversa, Lia descobre que seu namorado, que está preso, será deportado para a Argélia. A notícia a deixa feliz, e ela a compartilha com a Madre Alix, uma das freiras do pensionato.

A cena é marcada por um momento de grande tensão, porque há a descrição de uma cena de tortura ocorrida durante o regime militar, algo que a afeta profundamente. Lia também devolve o carro para Lorena, pede roupas emprestadas para o seu grupo de revolucionários e conta as novidades para a amiga, reforçando o vínculo entre elas.

Enquanto isso, Ana Clara, após usar drogas com Max, decide sair de casa. Ela tenta pegar um táxi, mas não consegue, e, então, aceita a carona de um homem desconhecido. Desconfortável com a situação, ela foge dele e, mais tarde, encontra outro homem em um bar, que parece mais velho e é também um desconhecido. Ele a convida para ir ao seu apartamento, e Ana Clara, sem hesitar, aceita. No apartamento, ela percebe algumas coisas estranhas, mas, mesmo assim, decide deitar-se na cama e adormecer, sem perceber os perigos que a cercam.

Esses eventos da história mostram os conflitos internos e externos das personagens, que vivem em uma época de repressão política e pessoal. A alternância de vozes e as diferentes experiências de Lorena, Lia e Ana Clara vão construindo uma trama intensa, que exige do leitor uma leitura atenta para compreender as complexas relações entre as personagens e o contexto histórico em que elas estão inseridas.

O que acontece no final do livro?

No final da obra, Lorena começa a refletir sobre questões profundas e existenciais, como a famosa dúvida de ser ou não ser, de Hamlet, além de pensar sobre sua infância, profissões diversas e seu futuro. Nesse momento, ela encontra um rapaz chamado Guga, que tenta beijá-la, mas Lorena se recusa, pois ainda está apaixonada por MN, o médico com quem tem um amor idealizado. Enquanto isso, Lia vai visitar a mãe de Lorena. Durante a visita, a mãe de Lorena conta uma versão diferente da morte do irmão dela e sugere que a filha não está “muito bem da cabeça”. Ela também reclama do próprio casamento e de outras pessoas. Lia, após escutar as lamentações da mãe de Lorena, ganha roupas e mala para sua viagem para a Argélia. 

Após isso, Ana Clara chega ao quarto de Lorena em péssimas condições, muito debilitada, suja e com dores. Ela está em um estado de alucinação, causado pelo uso de drogas. Lorena a acolhe e deixa Ana Clara descansar no seu quarto, enquanto ela vai até o quarto de Lia para conversar. Quando Lorena volta, percebe que Ana Clara morreu. Tudo leva a crer que ela faleceu devido a uma overdose.

Em meio ao desespero e à confusão, Lorena e Lia ficam aterrorizadas com o que pode acontecer. Elas temem que a polícia descubra o ocorrido, especialmente porque Lia é uma revolucionária e poderia ser presa se fosse encontrada no pensionato. Então, as duas tomam a decisão de maquiar o corpo de Ana Clara e deixá-lo em um banco de praça, afastando qualquer possibilidade de o caso ser ligado ao pensionato, o que causaria problemas para as freiras. Após esse trágico acontecimento, Lia e Lorena se separam de forma definitiva, com suas vidas seguindo caminhos distintos.

O grande tema do livro ‘As Meninas’

O tema principal de “As Meninas” gira em torno da amizade entre três jovens mulheres e os desafios que elas enfrentam em um período de repressão e violência, durante a ditadura militar no Brasil. O livro aborda questões como a busca por identidade, os conflitos internos das personagens e suas reações à dura realidade da época. Cada uma das personagens principais — Lorena, Lia e Ana Clara — vive suas próprias angústias e dilemas, seja lidando com traumas pessoais, amores não correspondidos ou com a opressão política.

Além disso, o livro trata de temas como a resistência à ditadura, a alienação da classe média, o uso de drogas como uma forma de fuga da realidade e as diferentes maneiras de lidar com a dor e a perda. A obra também explora questões existenciais, como o sentido da vida, as escolhas profissionais e as relações familiares, oferecendo uma reflexão profunda sobre o Brasil nos anos de 1960 e 1970, quando os direitos individuais eram severamente restringidos.

Portanto, “As Meninas” não é apenas uma história de amizade, mas também uma análise crítica sobre o contexto político, social e emocional de jovens mulheres em um período de grande tensão e repressão.

Sobre a autora

Lygia Fagundes Telles foi uma contista e romancista brasileira, reconhecida por sua contribuição à literatura nacional. Nascida em São Paulo, em 1923, ela começou sua carreira literária na década de 1940 e se destacou principalmente por suas obras que exploram a psicologia das personagens e as complexidades das relações humanas. Suas obras apresentam características da terceira geração modernista, com uma abordagem mais introspectiva e reflexiva, além de uma linguagem sofisticada e experimental.

Entre seus livros mais famosos estão “As Meninas” (1973), que aborda a ditadura militar e os conflitos pessoais de três jovens mulheres, e “Ciranda de Pedra” (1954), que mistura elementos de suspense e reflexão sobre a vida e as relações familiares. Lygia Fagundes Telles também foi premiada por sua contribuição à literatura, sendo reconhecida tanto no Brasil quanto no exterior. Sua escrita continua sendo uma parte fundamental da literatura brasileira contemporânea, estudada por sua profundidade e relevância.

Confira as leituras obrigatórias da Fuvest para os vestibulares de 2026 a 2029

Agora, saiba as leituras obrigatórias formuladas pela Fuvest para as edições de 2026 a 2029. Os títulos em negrito são referentes às obras inéditas em relação ao ano anterior do vestibular:

2026

  • Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • O Cristo Cigano (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • As meninas (1973) – Lygia Fagundes Telles
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2027

  • Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2028

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2029

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • D. Casmurro (1899) – Machado de Assis
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • Nós matamos o cão tinhoso! (1964) – Luís Bernardo Honwana
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Incidente em Antares (1970) – Érico Veríssimo
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira 

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Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) atualizou, no final do ano de 2023, a lista de leituras obrigatórias para os futuros vestibulares da USP (Universidade de São Paulo). Foram listadas as obras que serão abordadas nas provas de 2025 a 2029. Entre elas, está Memórias de Martha, da escritora Júlia Lopes da Almeida.

É essencial que os candidatos procurem ler, conhecer e estudar os livros com antecedência. Assim, para te ajudar na sua preparação para a prova do vestibular, compilamos um resumo completo sobre o livro. Ao final da leitura, confira também a lista completa das leituras obrigatórias selecionadas pela USP, de 2026 a 2029!

Resumo do livro ‘Memórias de Martha’

O romance Memórias de Martha, primeiro da escritora Júlia Lopes de Almeida, foi publicado inicialmente como folhetim em 1888 e compilado em livro no ano seguinte, 1889, um ano antes de O Cortiço, de Aluísio Azevedo. Classificado como um romance memorialista, a obra é uma autobiografia ficcional narrada em primeira pessoa. A protagonista, Martha, narra os acontecimentos mais marcantes de sua vida, desde a infância até o momento da narrativa, que coincide com a morte de sua mãe.

Cenário e contexto histórico

A história se passa no final do século XIX. Quando jovem, Martha perde o pai, e sua mãe, também chamada Martha, precisa trabalhar como engomadeira para sustentar as duas. A renda escassa obriga-as a morar em um cortiço no bairro de São Cristóvão, na então capital do Império, Rio de Janeiro. Martha descreve o cortiço como um lugar úmido, fétido, devido a um matadouro próximo, e o quarto onde viviam como estreito, abafado e escuro. É de se notar que esse espaço do cortiço representa as mazelas da classe pobre carioca.

Enredo

Ao longo das memórias, acompanhamos o crescimento de Martha e o despertar de sentimentos como inveja e paixão, além de sua percepção sobre a miséria que vivia. Ela acompanha a mãe nas casas das freguesas, uma das quais insiste para que Martha frequente a escola. Apesar das dificuldades de acesso à educação, elas conseguem se mudar para uma casa próxima ao colégio onde Martha começa a estudar, na esperança de melhorar suas condições de vida e para fugir do cortiço.

O tempo passa, e Martha filha recebe um diagnóstico de histeria, com a recomendação de casamento como “cura”. Durante as férias, ela vai a Palmares com uma professora e se apaixona por Luís, um homem vivaz e aventureiro, em contraste com sua personalidade séria e tímida. Contudo, seu amor não é correspondido, o que ela atribui à sua feiura e pobreza. Durante esse período, Martha escreve cartas para sua mãe, que as compartilha com um cliente, Miranda, viúvo e pai de dois filhos. Miranda se apaixona por Martha, por seu intelecto e pelos seus escritos.

O casamento, a transgressão e o sacrifício

Martha decide participar de um concurso para professora e é aprovada. Miranda a pede em casamento, mas ela inicialmente recusa, pois não quer se casar sem amor. Pressionada pela mãe, que afirma que “a reputação de uma mulher é essencialmente melindrosa”, Martha aceita o casamento, mas o encara como “uma vingança pelos ultrajes que sua imaginação de moça sempre sofrera”. Oito dias após o casamento, sua mãe falece. A recusa inicial de Martha ao noivado é considerada uma transgressão para a época, pois contraria as expectativas sociais de submissão feminina e dependência financeira.

Uma reflexão sobre a sociedade da época

Todos os personagens ao longo da trama são essenciais para que o leitor reflita sobre a sociedade daquela época e se essa realidade ainda permanece. A obra ressalta o papel de Martha mãe, uma mulher fortíssima que enfrentou a maternidade com muita dificuldade, porém trabalhou duro até o fim de sua vida para ajudar a sua filha, com a esperança de dar uma vida melhor à ela, de dar a Martha um futuro diferente do que ela teve.

A importância da obra

O romance retrata a realidade sofrida das mulheres no século XIX, marcada pela falta de acesso à educação e à saúde, pela luta pela independência financeira e pela submissão social. Júlia Lopes de Almeida aborda, em um livro curto, temas como pobreza, miséria e as dificuldades enfrentadas por mulheres que resistem ao destino imposto pela sociedade.

Em poucas páginas, a autora expõe de forma brilhante a crueldade da realidade vivida por muitas mulheres, enquanto celebra a capacidade de superação e independência femininas.

Sobre a autora

Júlia Valentim da Silveira Lopes de Almeida nasceu no Rio de Janeiro, em 24 de setembro de 1862. Escritora, cronista, teatróloga e abolicionista, foi uma das idealizadoras da Academia Brasileira de Letras. Sua obra é vasta, abrangendo literatura infantil, romances, crônicas, peças teatrais e artigos jornalísticos. 

Em 1886, mudou-se para Lisboa, onde iniciou sua carreira literária, publicando Contos Infantis em parceria com sua irmã em 1887. De volta ao Brasil em 1888, lançou seu primeiro romance, Memórias de Martha, em folhetins do jornal O País. Também colaborou com publicações femininas, como a revista A Mensageira, dirigida por Presciliana Duarte de Almeida entre 1897 e 1900. Foi presidente honorária da Legião da Mulher Brasileira, fundada em 1919.

Júlia faleceu em 30 de maio de 1934, no Rio de Janeiro, devido a complicações renais e linfáticas decorrentes da febre amarela. Outras obras da autora incluem: A Família Medeiros (1892), A Falência (1901), Traços e Iluminuras (1887) e Ânsia Eterna (1903).

Confira as leituras obrigatórias da Fuvest para os vestibulares de 2026 a 2029

Agora, saiba as leituras obrigatórias formuladas pela Fuvest para as edições de 2026 a 2029. Os títulos em negrito são referentes às obras inéditas em relação ao ano anterior do vestibular:

2026

  • Opúsculo humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • O Cristo Cigano (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • As meninas (1973) – Lygia Fagundes Telles
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2027

  • Opúsculo humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2028

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2029

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • D. Casmurro (1899) – Machado de Assis
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • Nós matamos o cão tinhoso! (1964) – Luís Bernardo Honwana
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Incidente em Antares (1970) – Érico Veríssimo
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira 

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Resumo do livro Caminho de pedras, leitura obrigatória da Fuvest 2026 https://enem.com.br/2025/02/20/caminho-de-pedras-resumo/ https://enem.com.br/2025/02/20/caminho-de-pedras-resumo/#respond Thu, 20 Feb 2025 17:00:00 +0000 https://enem.com.br/?p=23126 A Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) atualizou, no final do ano de 2023, a lista de leituras obrigatórias para os futuros vestibulares da USP (Universidade de São Paulo). Foram listadas as obras que serão abordadas nas provas de 2025 a 2029. Entre elas, está Caminho de pedras, da escritora Rachel de Queiroz. É essencial que os candidatos […]

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Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) atualizou, no final do ano de 2023, a lista de leituras obrigatórias para os futuros vestibulares da USP (Universidade de São Paulo). Foram listadas as obras que serão abordadas nas provas de 2025 a 2029. Entre elas, está Caminho de pedras, da escritora Rachel de Queiroz.

É essencial que os candidatos procurem ler, conhecer e estudar os livros com antecedência. Assim, para te ajudar na sua preparação para a prova do vestibular de 2026, compilamos um resumo completo sobre o livro. Ao final da leitura, confira também a lista completa das leituras obrigatórias selecionadas pela USP, de 2026 a 2029!

Resumo do livro ‘Caminho de pedras’

A obra “Caminho de pedras”, da renomada escritora Rachel de Queiroz, publicada em 1937, reflete os dilemas de uma sociedade em transição, onde as mulheres começam a questionar suas posições, confrontando as normas sociais, além da luta de classes. A autora aborda como o sistema privilegia de forma sutil aqueles próximos ao poder, enquanto explora a queda moral de sua protagonista e incita reflexões sobre o papel feminino na sociedade da época.

Contexto histórico e social

Diferentemente de outros livros da autora, o enredo de “Caminho de Pedras” se passa em Fortaleza, nos anos 1930, durante a Era Vargas, período marcado por transformações sociais e políticas no Brasil. Rachel de Queiroz insere sua narrativa nesse cenário para abordar questões femininas e críticas sociais que dialogam com as mudanças da época.

A jornada de Noemi

A narrativa acompanha Noemi, uma mulher casada com João Jacques, um homem bondoso, com quem vive um casamento inicialmente estável e harmonioso. Mãe de um menino chamado Guri, Noemi encontra sua vida transformada ao conhecer Roberto, um militante de esquerda encarregado de recrutar operários para uma célula socialista. Atraída pelas ideias políticas e pela personalidade de Roberto, Noemi desenvolve uma forte conexão intelectual e emocional com ele, além de sentir uma poderosa atração que é recíproca.

Dilemas morais e o papel peminino

Apesar de reconhecer a bondade de seu marido, Noemi enfrenta um profundo dilema moral. Incapaz de se separar de João Jacques sem sentir culpa, ela acaba traindo-o, uma decisão que provoca intensos conflitos internos.

Nesse contexto, Rachel de Queiroz revela a força de uma mulher que decide seguir seus desejos, mesmo sabendo das consequências que enfrentaria. Em uma sociedade que impunha às mulheres os papéis restritos de mãe, esposa e dona de casa, Noemi é ao mesmo tempo “transgressora” e “heroína”, pois opta por romper com um casamento sem amor em busca de sua liberdade.

Críticas e reflexões 

A narrativa é marcada por um tom introspectivo e por críticas sociais contundentes. Mesmo com sua linguagem direta e clara, o texto convida o leitor à reflexão, especialmente por abordar de forma pioneira questões feministas em uma época em que esses debates começavam a emergir no Brasil. Rachel de Queiroz explora os papéis femininos e as dificuldades em conciliar ambições pessoais com as expectativas sociais, trazendo à tona os dilemas enfrentados pela classe média urbana.

O simbolismo do título

O título “Caminho de Pedras” simboliza a jornada árdua de Noemi rumo à sua liberdade política, social e sexual, enfrentando os desafios de uma sociedade conservadora e opressiva. É uma obra que lança luz sobre as contradições de uma época e a luta por transformação.

Sobre a autora

Rachel de Queiroz (1910–2003) foi uma escritora, jornalista, dramaturga e tradutora brasileira, reconhecida como uma das grandes representantes da literatura modernista no Brasil. Nascida em Fortaleza, Ceará, destacou-se pela abordagem de temas sociais, especialmente sobre o sertão nordestino, retratando a vida e as dificuldades do povo sertanejo com profundidade e sensibilidade.

Em 1930, lançou seu romance de estréia, O Quinze, que abordava a seca de 1915 e marcou sua entrada na literatura nacional. Ela foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, em 1977.Rachel também se destacou como cronista e manteve uma intensa produção jornalística ao longo de sua vida.

Entre suas principais obras estão: O Quinze (1930), João Miguel (1932), Caminho de Pedras (1937), As Três Marias (1939) e Memorial de Maria Moura (1992).

Confira as leituras obrigatórias da Fuvest para os vestibulares de 2026 a 2029

2026

  • Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • O Cristo Cigano (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • As meninas (1973) – Lygia Fagundes Telles
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2027

  • Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2028

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2029

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • D. Casmurro (1899) – Machado de Assis
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • Nós matamos o cão tinhoso! (1964) – Luís Bernardo Honwana
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Incidente em Antares (1970) – Érico Veríssimo
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira

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Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) atualizou, no final do ano de 2023, a lista de leituras obrigatórias para os futuros vestibulares da USP (Universidade de São Paulo). Foram listadas as obras que serão abordadas nas provas de 2025 a 2029. Entre elas, está João Miguel, da escritora Rachel de Queiroz, que será cobrada no vestibular para entrada na USP em 2028.

É essencial que os candidatos procurem ler, conhecer e estudar os livros com antecedência. Assim, para te ajudar na sua preparação para a prova, compilamos um resumo completo sobre o livro.

Resumo do livro ‘João Miguel’

Com uma narrativa permeada pela marginalização, a prisão é retratada de forma a expor a psique da protagonista em uma discussão sobre a liberdade, a consciência e a desigualdade social.

Um dos principais temas abordados na obra é a luta pela sobrevivência, arrependimento e o cárcere. No livro, um homem simples, em um ato de impulsividade, comete um homicídio e é condenado por isso. A privação da liberdade, no entanto, parece ir além da prisão em si, transgredindo para a questão da desigualdade social e dignidade humana.

Enredo

A história retrata, majoritariamente através da terceira pessoa, os acontecimentos na vida de João Miguel, um sertanejo e trabalhador comum, não idealizado para qualquer aspecto moral e essencialmente impulsivo.

Em um pagode, o protagonista se embriaga muito e, no que aparenta ser por motivações fúteis, mata outro homem em uma briga de bar. Isso resultou em sua prisão pelo homicídio e é nesse ambiente que a maior parte do livro será retratado.

Assim, o enredo gira em torno da análise dos sentimentos das personagens a partir do sistema carcerário, as condições humanas, a percepção sobre o arrependimento pelas consequências dos crimes e a questão da liberdade.

O uso de detalhamento por adjetivos e a presença do discurso indireto livre contribuem para a retratação da psique da personagem nessa obra.

Como a Fuvest pode cobrar o livro?

Principalmente na segunda fase, a Fuvest costuma requisitar como as relações socioculturais são retratadas na obra. No caso de “João Miguel”, a questão da condição do cárcere merece ser olhada com mais atenção pela questão da liberdade.

“E então João Miguel sentia, com um remorso, a vergonha de sua indiferença. 

Quer dizer que a gente mata um homem, vira criminoso – criminoso! – e não fica diferente, sente a cabeça no mesmo lugar, fica com o mesmo coração? 

Quando, antes, pensava que, se talvez um dia chegasse a se desgraçar, a matar um vivente, haveria de ficar toda a vida com o remorso, com a lembrança do defunto, do sangue, no sentido. E estava ali, se sentindo o João Miguel de ontem e de sempre…” (QUEIROZ, 1978, p. 9 e 10).

É visto, nesse trecho, como a noção sobre o “criminoso” é ressignificada gradualmente na concepção do próprio João Miguel, o que realça a discussão sobre a justiça e a lógica de desumanização do sistema carcerário.

Determinismo

Além disso, também pode-se observar como a liberdade é controlada a partir do determinismo movido pelas desigualdades sociais.

“Tudo pelo amor de Deus cansa, dona… E, quando a criatura pensa em outra coisa que não seja a barriga, não se conforma com essa vida de boi de canga, ganhando só para o triste bocado… E a gente então bebe, porque é a coisa melhor que pode fazer. Ao menos, quando está bêbado, não pensa em nada…” (QUEIROZ, 1978, p. 88).

A figura do trabalhador é referenciada aqui como alguém que trabalha porque precisa se alimentar, por sobrevivência, e, por isso, submete-se às condições exploratórias de trabalho. Como uma forma de fuga, a bebida é apreciada, pois ao menos distrai o trabalhador de sua condição.

Ainda pode-se observar como essa liberdade é cerceada às mulheres, como pelas personagens Filló e Maria Elói, que cuida de seus filhos na cadeia enquanto presa. É mencionado em algumas falas que a mulher também luta para sobreviver a partir ou do casamento ou da prostituição, mas sempre em dependência dos homens.

Sobre a autora

Nascida em Fortaleza, Brasil, Rachel de Queiroz (1910-2003) foi uma escritora de língua portuguesa cujas obras retratam a vida no sertão nordestino e as complexidades sociais do Brasil. Foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras.

Rachel teve participação ativa na literatura brasileira desde jovem e, em 1930, publicou seu livro mais famoso “O Quinze”, que aborda a grande seca de 1915. Em 1993, foi a primeira mulher a receber o Prêmio Camões, a mais prestigiosa honraria conferida a escritores lusófonos.

Rachel de Queiroz é conhecida por sua escrita realista e crítica, que explora temas sociais e culturais do Brasil, especialmente em relação ao regionalismo nordestino.

Confira as leituras obrigatórias da Fuvest para os vestibulares de 2026 a 2029

Agora, saiba as leituras obrigatórias formuladas pela Fuvest para as edições de 2026 a 2029. Os títulos em negrito são referentes às obras inéditas em relação ao ano anterior do vestibular:

2026

  • Opúsculo humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • O Cristo Cigano (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • As meninas (1973) – Lygia Fagundes Telles
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2027

  • Opúsculo humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2028

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2029

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • D. Casmurro (1899) – Machado de Assis
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • Nós matamos o cão tinhoso! (1964) – Luís Bernardo Honwana
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Incidente em Antares (1970) – Érico Veríssimo
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira 

Foto do post: Divulgação/Editora José Olympio

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Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) atualizou, no final do ano de 2023, a lista de leituras obrigatórias para os futuros vestibulares da USP (Universidade de São Paulo). Foram listadas as obras que serão abordadas nas provas de 2025 a 2029. Entre elas, está Conselhos à minha filha, da escritora Nísia Floresta, que será cobrada nos vestibulares para entrada na USP em 2028 e 2029.

É essencial que os candidatos procurem ler, conhecer e estudar os livros com antecedência. Assim, para te ajudar na sua preparação para a prova, compilamos um resumo completo sobre o livro. Ao final da leitura, confira também a lista completa das leituras obrigatórias selecionadas pela USP, de 2025 a 2029!

Resumo do livro ‘Conselhos à minha filha’

A obra “Conselhos à minha filha”, escrita por Nísia Floresta, foi publicada em 1842 e é o primeiro trabalho autoral da escritora. O livro é redigido seguindo a estrutura de uma carta destinada à filha, Lívia, e nele Nísia a aconselha sobre o melhor caminho a seguir em sua vida, tendo em vista o contexto histórico em que viviam. 

O trabalho de Nísia Floresta é marcado pela defesa aos direitos das mulheres, em especial à educação, e não poderia ser diferente em “Conselhos à minha filha”. Floresta incentiva Lívia à prática do estudo, mostrando a posição da autora quanto à importância da educação feminina, debatida em “Opúsculo humanitário”, seu segundo livro. Nísia também reforça o quão essencial é exercer virtudes morais e cristãs. Ao final da obra, a autora dedica um conjunto de pensamentos em versos para Lívia.

Prefácio

O livro é aberto com uma mensagem de Nísia à filha, Lívia, no dia de seu aniversário de 12 anos, em 12 de janeiro de 1842. A autora, então, diz que, em vez de presentear a filha com artigos de moda, preferia oferecer-lhe conselhos para a vida, os quais seriam mais úteis, caso bom uso fosse deles feito.

Floresta descreve o amor que sente, como mãe, pelos filhos, e o coloca como superior a todos os outros, dizendo que “só uma mãe ama seus filhos com um inteiro e verdadeiro interesse. Se ele é virtuoso, ela o ama feliz, se ele não o é, segue o amando um pouco triste; mas o ama sempre, o ama com o sentimento mais poderoso, a compaixão!”.

O título de mãe, segundo a autora, seria aquele que verdadeiramente enobrece a mulher e alivia “o peso da desgraça e da tristeza que tanto oprimem”. Aqui, vemos uma referência de Nísia à situação da mulher no Brasil oitocentista, em que direitos não lhe eram garantidos.

A questão da educação é então abordada por Nísia pela primeira vez. Ela indica que o amor à maternidade a motivou a estudar “na esperança de poder, um dia, te dar as primeiras lições, e que me deu forças para suportar as terríveis dificuldades que se apresentaram em meu caminho, afinal, eu me encontrava só no mundo: mulher fraca, sem apoio e sem dinheiro!”. A educação feminina é um aspecto sempre presente nas obras de Nísia Floresta, e sua importância é reforçada ao longo de “Conselhos à minha filha”.

As virtudes morais e religiosas

Com a linguagem adaptada para a compreensão da filha, Nísia inicia suas recomendações mencionando o que chama de “virtudes filiais”, as quais serviriam de “base para todas as outras que virão a seguir”. Ela relembra seu próprio contexto familiar à filha, em que, em vista das dificuldades enfrentadas pelos pais, ao lado deles permaneceu, oferecendo conforto e auxílio. Assim,  ela aconselha que Lívia faça o mesmo: “siga com inteligência os deveres da sua idade!”. A filha, então, deveria sempre se lembrar do amor e da obediência filial, imitando os exemplos que lhe foram dados. 

Essa obediência, no entanto, não deveria ser estruturada no medo, mas, sim, no “prazer de estar realizando todos os seus deveres”. O bem também deveria ser praticado tão somente por ser o correto e pela satisfação de realizá-lo, da mesma forma que o mal deveria ser evitado por suas consequências dolorosas à alma.

A autora, para fundamentar suas ideias, vale-se de referências religiosas, pois as virtudes cristãs seriam, para ela, um importante meio de elevação da alma. Uma das ilustrações feitas por Floresta seria a história de Isaque e de seu pai, Abraão, na qual o filho, em obediência à figura paterna, submeteu-se à morte e foi recompensado. Essas virtudes, dessa maneira, determinariam as boas escolhas e contribuiriam para a construção de um espírito forte e digno.

Características exaltadas

Além disso, a modéstia, a naturalidade e a simplicidade são exaltadas, em detrimento da vaidade, esta que, para Nísia, seria um “vício desprezível que, geralmente, se atribui ao nosso sexo”, o qual poderia assassinar a inocência de Lívia. A mãe, ao longo de seus conselhos, reforça à filha que a vaidade de nada serve, porque pertence àqueles cujas almas são pequenas e de educação fraca.

Lívia deveria, então, cultivar a generosidade e a caridade, evitando o sentimento de superioridade, e se preocupar em auxiliar os necessitados: “Se dedique sempre ao oprimido; os desgraçados têm direito à nossa proteção e amizade”.

Nísia, dando continuidade aos seus conselhos, reforça a importância da bondade, pedindo à Lívia que não exite em ajudar o próximo, sem julgar suas circunstâncias. A ostentação, por outro lado, deve ser rejeitada: a satisfação do coração ao realizar boas ações deverá bastar. A mãe também pede à filha que cuide de entes queridos e amigos e que priorize a felicidade dos outros, pois isso seria um sinal de sua virtude, a qual nunca deve ser deixada de lado. 

A busca pela educação

Nísia Floresta trata da educação feminina e destaca o contexto da mulher à sua época no decorrer de sua obra. A autora busca sempre incentivar o investimento da filha nos estudos – algo negado às mulheres no Brasil oitocentista -, pois, tendo acesso a essa sabedoria, suas verdadeiras virtudes seriam valorizadas, e a educação seria a única maneira de tornar o espírito “digno da estima e dos respeitos da sociedade”.

Assim, Nísia afirma que, apesar do imaginário social de que as ciências não seriam necessárias à mulher, sua pretensão era prover à filha o aprofundamento necessário na educação, de maneira que Lívia pudesse alcançar um espírito digno e livre de vaidades.

Além disso, ao dar conselhos sobre o contato com o sexo oposto, Nísia deixa clara a visão de grande parte da sociedade sobre a figura feminina. A autora aponta que havia dois tipos de “admiradores do nosso sexo, um mais comum, outro extremamente raro”. O mais comum – aquele que representa a desvalorização da mulher – trata-se do homem que vê as mulheres com desprezo e de forma objetificada, cujo valor recai apenas em sua beleza.

Desses homens a mãe pede que a filha se afaste, pois eles somente se preocupam com a fisionomia feminina. Já o grupo mais raro seria composto por “homens cujo coração foi formado na escola da virtude, para honra da humanidade”. É um homem desse tipo que Nísia recomenda à filha, uma vez que “[a]dmirando nossos talentos, ele não receia que ultrapassemos os limites impostos a nós”.

Final do livro

Mediante esses conselhos, é possível ao leitor ter uma visão sobre a defesa que a autora estabelece à educação feminina, que, para ela, é de extrema importância para formar as virtudes da mulher e valorizá-la na sociedade.

Vemos também um retrato do contexto de desvalorização em que as mulheres se encontravam e o encorajamento que Nísia procura passar à filha para que ela compreenda o lugar que ocupa socialmente e, apesar da resignação, não desista de buscar desenvolver o intelecto.

Já ao final de “Conselhos à minha filha”, Nísia Floresta resume, em versos, os conselhos descritos ao longo da obra. A autora reforça o desejo de que a filha ouça suas recomendações e retoma as virtudes anteriormente destacadas, como a bondade, a sabedoria e a generosidade. De maneira poética, Nísia enfatiza a relevância do aprimoramento do espírito, do caráter e do amor e reafirma à filha aquilo que acredita ser o melhor modo de se viver.

O que poderá ser cobrado na Fuvest?

Questões relacionadas à educação feminina e às virtudes religiosas e morais, temas centrais trabalhados em “Conselhos à minha filha”, podem marcar presença no vestibular, considerando também o foco educacional de toda a obra de Nísia Floresta e seu pioneirismo.

Além disso, o contexto social e histórico da obra pode ser trabalhado, tendo em vista que a defesa da autora ao direito educacional da mulher se dava em uma época em que os direitos femininos eram negados e desvalorizados.

A linguagem adotada por Nísia e a estrutura epistolar do livro também podem ser tópicos de análise, assim como o conteúdo final em versos elaborado pela autora. 

Sobre a autora

Dionísia Gonçalves Pinto, conhecida pelo seu pseudônimo Nísia Floresta Brasileira Augusta – ou somente Nísia Floresta -, nasceu em 1810, em Papari, Rio Grande do Norte, e foi uma educadora, escritora e poeta brasileira. Era filha de um advogado português, o qual, liberalista, incentivava a paixão da filha pelos livros. 

Essa paixão a levou a assumir o nome Nísia Floresta Brasileira Augusta para se dedicar à escrita. A escolha do pseudônimo se devia ao nome da fazenda onde nasceu e ao seu amor pelo Brasil e por Manuel Augusto de Faria Rocha, seu marido.

Em 1831, o jornal Espelho das Brasileiras publicou uma série de artigos redigidos por Nísia, nos quais ela dissertava sobre a condição das mulheres no século XIX. Seu primeiro livro, “Direito das mulheres e injustiça dos homens”, foi publicado um ano depois, sendo uma tradução do livro “Woman not inferior to man”, divulgado por um(a) autor(a) ainda hoje desconhecido(a), de pseudônimo Sophia. O primeiro trabalho autoral de Nísia Floresta foi “Conselhos à minha filha”, livro reconhecido por ser a primeira obra de autoria feminina publicada no Brasil. 

Nísia, em seus escritos, defendeu pautas sociais importantes, e sua luta em prol da educação feminina a levou, em 1838, a fundar o Colégio Augusto, exclusivo para meninas. Sua instituição de ensino possibilitou a essas meninas o estudo de matérias como  matemática e português em uma época em que se valorizava somente a educação doméstica para as mulheres. Nísia Floresta foi um marco para a educação feminina e é considerada uma pioneira na discussão sobre o feminismo  no Brasil.

Confira as leituras obrigatórias da Fuvest para os vestibulares de 2026 a 2029

Agora, saiba as leituras obrigatórias formuladas pela Fuvest para as edições de 2026 a 2029. Os títulos em negrito são referentes às obras inéditas em relação ao ano anterior do vestibular:

2026

  • Opúsculo humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • O Cristo Cigano (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • As meninas (1973) – Lygia Fagundes Telles
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2027

  • Opúsculo humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2028

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2029

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • D. Casmurro (1899) – Machado de Assis
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • Nós matamos o cão tinhoso! (1964) – Luís Bernardo Honwana
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Incidente em Antares (1970) – Érico Veríssimo
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira 

Foto do post: Reprodução/Editora Casa Amarela

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Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) atualizou, no final do ano de 2023, a lista de leituras obrigatórias para os futuros vestibulares da USP (Universidade de São Paulo). Foram listadas as obras que serão abordadas nas provas de 2025 a 2029. Entre elas, está Opúsculo humanitário, da escritora Nísia Floresta.

É essencial que os candidatos procurem ler, conhecer e estudar os livros com antecedência. Assim, para te ajudar na sua preparação para a prova do vestibular de 2026, compilamos um resumo completo sobre o livro de Floresta. Ao final da leitura, confira também a lista completa das leituras obrigatórias selecionadas pela USP, de 2026 a 2029!

Resumo do livro Opúsculo humanitário

O livro “Opúsculo humanitário” tem autoria de Nísia Floresta e constitui uma tese em defesa à educação das mulheres no Brasil oitocentista. Foi, em um primeiro momento, publicado em formato de folhetins nos jornais Diário do Rio de Janeiro e O Liberal entre os anos de 1852 e 1853, para posteriormente ser organizado em um livro, como uma coletânea de 62 artigos, em 1989, por Peggy Sharpe-Valadares.

Nísia Floresta, em sua obra, procurou defender a necessidade de uma educação formal e diferenciada para o público feminino, o que, no século XIX, se mostrava raro – o foco da educação à mulher situava-se no campo doméstico. Ela acreditava, como é possível observar em “Opúsculo humanitário”, que a educação seria um importante método para afastar a noção de inferioridade feminina que circundava o imaginário social da época – e que ainda mostra resquícios atualmente – e para tornar as mulheres melhores mães e esposas.

A tese construída pela autora é hoje considerada um marco para a luta feminista e pelo direito à educação para mulheres. Floresta, no entanto, aborda outras relevantes questões em seu livro, como as estruturas sociais que tornavam viáveis a manutenção da exploração da mulher, a permanência da escravidão, a desvalorização da pessoa indígena e a intensificação das desigualdades sociais. 

Panorama mundial da educação feminina

“Opúsculo humanitário”, de início, destaca a história da educação feminina no Brasil e no mundo, realizando comparações e análises com o objetivo de demonstrar o poder social transformador inerente ao provimento de uma educação diversificada às mulheres. Já nas primeiras linhas da obra, Nísia Floresta deixa claros seu posicionamento e seu apelo: “Enquanto pelo velho e novo mundo vai ressoando o brado – emancipação da mulher -, nossa débil voz se levanta, ná capital do império de Santa Cruz, clamando: educai as mulheres!”.

A autora prossegue, indicando que um traço relevante de nações civilizadas se mostrava na educação e na independência das mulheres. Ela menciona outras regiões do mundo e faz observações quanto às funções delegadas à mulher – considerada somente um “instrumento do prazer material do homem” e valorizada apenas por sua beleza física -, traçando paralelos religiosos em muitos momentos. Essas referências são de grande importância para Floresta, a qual, ao longo de todo o livro, vale-se das tradições cristãs para embasar sua tese. Ao mencionar, por exemplo, figuras femininas que na Bíblia protagonizaram notáveis acontecimentos, Nísia é capaz de evidenciar “já então não ser a mulher somente destinada a guardar os rebanhos, a preparar a comida, e a dar à luz a sua posteridade”.

A autora, então, busca provar que uma nação poderia ser apontada como civilizada somente quando valorizasse a educação feminina e a emancipação das mulheres. Ela aponta que logo encontravam a ruína os povos que ignoravam essas questões, ao contrário daqueles que se mostravam abertos a tornar uma pauta a discussão sobre a posição da mulher na sociedade. Nísia dá como exemplo a Grécia: “Os costumes da Grécia adoçaram-se, a mulher já não era ali um instrumento só de prazeres vãos e materiais. Ela associou-se aos trabalhos do espírito, que ocupavam os homens, e a civilização da Grécia apresentou-se sem rival ao mundo inteiro”. 

Outras nações são citadas por Nísia Floresta em seu panorama do estado social da mulher, de modo que o leitor compreenda a conclusão da autora: a educação da mulher é, de fato, um “barômetro que indica os progressos de sua civilização”. A Alemanha, segundo a autora, à época era reconhecida por seu respeito aos direitos das mulheres e por estabelecer igualdade entre homem e mulher no casamento, e Nísia indica que a mulher germânica dispunha de vantagens em relação às mulheres antigas e modernas. Já a educação da mulher inglesa, conforme Floresta, compreendeu algo a mais: a educação feminina precisava ter como base a religião. Tratava-se, para Nísia, de uma verdade não entendida por outras nações e a vantagem da Grã-Bretanha sobre outras regiões.

A autora também recomenda obras estrangeiras escritas por mulheres em “Opúsculo humanitário”. Ela assim o faz com o objetivo de constatar que mulheres poderiam participar efetivamente da cultura nacional e dos espaços públicos, sugerindo, desse modo, mudanças na sociedade – inclusive em aspectos além da pauta feminina. A autora buscava comprovar, nas palavras dela, “que a educação moral deve ser, como já temos observado, a base de toda a instrução da mulher, a fim de que ela se não desvie da senda das virtudes que a farão sair vitoriosa do labirinto da vida, onde tem de lutar com o monstro da sedução”.

Uma das autoras citadas por Nísia é Harriet Beecher-Stowe, escritora por trás da obra “A cabana do Pai Tomás”. Por meio da menção feita a Stowe, Floresta não somente deixa clara sua defesa à educação religiosa e moral e à clara capacidade feminina de se colocar em discussões relevantes socialmente como também abre espaço para o debate sobre os horrores da escravidão. Nísia faz uma breve análise do livro “A cabana do Pai Tomás” e mostra ao leitor a denúncia às injustiças da política escravista relatada na obra, esta que buscou dar voz às vítimas. Desse modo, Floresta traz a sociedade brasileira à luz, com a esperança de que os jovens leitores da época conseguissem enxergar nas páginas da obra de Stowe uma representação da situação do Brasil e, assim, buscassem por mudanças futuras. Vemos, dessa maneira, que uma das lutas de Nísia Floresta era o abolicionismo.

O cenário brasileiro

Após esclarecer ao leitor o contexto educacional da mulher desde a Antiguidade, passando por variadas nações ao redor do mundo, Nísia Floresta inicia o debate sobre o cenário brasileiro fazendo um questionamento: “Povos do Brasil, que vos dizeis civilizados! Governo, que vos dizeis liberal! Onde está a doação mais importante dessa civilização, desse liberalismo?”.

Retomando o panorama realizado até então, a autora indica que, apesar de o empenho de outras nações para a emancipação das mulheres ter sido testemunhado, quase nenhuma ação era tomada para tal no Brasil. Todavia, tendo em vista o desejo de “ver o nosso país colocado a par das nações progressistas”, Nísia sentia-se impulsionada a tratar da educação da mulher no Brasil, e assim o fez, com a esperança de que seu ato motivasse outros a lutarem pela causa.

Dessa maneira, a autora prossegue na defesa de sua tese. Sempre ressaltando a importância da educação feminina para o progresso da nação, Floresta explana a situação educacional brasileira, em que os próprios intelectuais não se dedicavam a escrever sobre o status de inferioridade dado à mulher. A autora observa que o Brasil herdou de Portugal o desprezo pela educação das mulheres: “A glória das armas e das conquistas era a única a que aspirava o seu gênio belicoso. Dessa glória, porém, nenhuma vantagem resultava à mulher”. À mulher restava o título de servente de sua casa. Esse cenário foi estendido ao território brasileiro, junto, ainda, ao degradante contexto da escravidão. Aprofundando-se em sua contextualização, Floresta afirma que “nenhum recurso podia o Brasil oferecer à mulher que desejasse cultivar a sua inteligência”.

Nísia também faz críticas ao funcionamento das instituições de ensino da época. Até o início do século XIX, afirma a autora, não existiam escolas regulares e academias de ensino. Assim, aqueles que nutriam interesse pelos estudos precisavam se deslocar longas distâncias para obter alguma instrução. Se dessa maneira era, à mulher não restava nada: “Embalde tentaria ela instruir-se em qualquer outra coisa, a não ser nas ocupações materiais da vida doméstica, porquanto as lições que recebiam algumas meninas, nas casas intituladas escolas – onde, sentadas por terra em pequenas esteiras ou toscos estrados, abrindo de vez em quando, sobre a almofada de renda ou de costura que faziam com rigorosa tarefa, errados manuscritos, e a cartilha do Padre Inácio que lhes iam materialmente explicando – eram tão mal dirigidas e por vezes tão perniciosas, que tendiam antes a estreitar do que a dilatar-lhes o espírito, a viciá-lo, antes do que enobrecê-lo”.

Em muitos momentos, além disso, a autora se vale de preceitos critãos para embasar sua argumentação, uma vez que, para ela, uma sociedade essencialmente cristã estaria ferindo seus ensinamentos ao não valorizar a igualdade entre os cidadãos. Isso estaria relacionado não somente à questão feminista mas também à sua posição antiescravista e à defesa da pessoa indígena, pois nenhum tipo de desigualdade estaria de acordo com a moralidade religiosa: “Todos os brasileiros, qualquer que tenha sido o lugar de seu nascimento, têm iguais direitos à fruição dos bens distribuídos pelo seu governo, assim como à consideração e ao interesse de seus concidadãos”. 

Floresta também aborda a suposta fragilidade feminina em “Opúsculo humanitário”. É discutido o imaginário da época de que a “fraqueza” corporal da mulher seria um de seus encantos, discurso que fortalecia a noção de inferioridade feminina e definia a mulher como imprópria para o estudo. Contudo, Nísia argumenta: “Se a natureza deu à mulher um corpo menos robusto que ao homem, não tem ela, por isso mesmo, mais precisão do exercício de suas faculdades intelectuais para que possa melhor preencher os deveres de filha, esposa e mãe, sem descer ao artifício?”. Além disso, Nísia discorda do pensamento geral oitocentista brasileiro de que a educação seria algo inútil e prejudicial à mulher. Retomando as discussões e comparações feitas ao longo do livro, ela aponta que seria ridículo pensar que “a ignorância é o melhor estado para o desenvolvimento das virtudes morais”. 

Portanto, são vários e relevantes os argumentos da autora em prol da defesa da educação das mulheres. Nísia, em sua obra, tocou em diversos pontos sensíveis da sociedade da época e tomou iniciativas extremamente necessárias e que, mesmo que não de imediato, geraram transformações essenciais para o país. 

A obra foi disponibilizada na íntegra pelo governo para acesso público por meio do site do Domínio Público.

O que poderá ser cobrado na Fuvest?

Considerando o caráter progressista da obra de Nísia Floresta e os temas desenvolvidos em “Opúsculo humanitário”, seriam diversos os assuntos que poderiam ser abordados no vestibular. A publicação de seus artigos no século XIX, tendo em vista o contexto histórico e social da época, seria em si uma abordagem interessante, já que os escritos de Nísia podem ser considerados as primeiras manifestações feministas publicadas em jornais no Brasil.

Além disso, a relevância da discussão levantada pela autora na história da educação brasileira também constitui um ponto de atenção. O teor abolicionista da obra e as menções às desigualdades sociais da época compõem um interessante tema de análise no vestibular, assim como as críticas feitas ao patriarcado. O cruzamento literário feito e toda a contextualização histórica realizada por Floresta são outros pontos relevantes que poderiam ser cobrados.

Sobre a autora Nísia Floresta

Dionísia Gonçalves Pinto, conhecida pelo seu pseudônimo Nísia Floresta Brasileira Augusta – ou somente Nísia Floresta -, nasceu em 1810, em Papari, Rio Grande do Norte, e foi uma educadora, escritora e poeta brasileira. Era filha de um advogado português, o qual, liberalista, incentivava a paixão da filha pelos livros. 

Essa paixão a levou a assumir o nome Nísia Floresta Brasileira Augusta para se dedicar à escrita. A escolha do pseudônimo se devia ao nome da fazenda onde nasceu e ao seu amor pelo Brasil e por Manuel Augusto de Faria Rocha, seu marido. Em 1831, o jornal Espelho das Brasileiras publicou uma série de artigos redigidos por Nísia, nos quais ela dissertava sobre a condição das mulheres no século XIX. Seu primeiro livro, “Direito das mulheres e injustiça dos homens”, foi publicado um ano depois, sendo uma tradução do livro “Woman not inferior to man”, divulgado por um(a) autor(a) ainda hoje desconhecido(a), de pseudônimo Sophia. O primeiro trabalho autoral de Nísia Floresta foi “Conselhos à minha filha”, livro reconhecido por ser a primeira obra de autoria feminina publicada no Brasil. 

Nísia, em seus escritos, defendeu pautas sociais importantes, e sua luta em prol da educação feminina a levou, em 1838, a fundar o Colégio Augusto, exclusivo para meninas. Sua instituição de ensino possibilitou a essas meninas o estudo de matérias como matemática e português em uma época em que se valorizava somente a educação doméstica para as mulheres. Nísia Floresta foi um marco para a educação feminina e é considerada uma pioneira na discussão sobre o feminismo no Brasil.

Confira as leituras obrigatórias da Fuvest para os vestibulares de 2026 a 2029

Agora, saiba as leituras obrigatórias formuladas pela Fuvest para as edições de 2026 a 2029. Os títulos em negrito são referentes às obras inéditas em relação ao ano anterior do vestibular:

2026

  • Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • O Cristo Cigano (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • As meninas (1973) – Lygia Fagundes Telles
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2027

  • Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2028

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2029

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • D. Casmurro (1899) – Machado de Assis
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • Nós matamos o cão tinhoso! (1964) – Luís Bernardo Honwana
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Incidente em Antares (1970) – Érico Veríssimo
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira 

Foto do post: Reprodução/Penguin & Companhia das Letras

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Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) atualizou, no final do ano de 2023, a lista de leituras obrigatórias para os futuros vestibulares da USP (Universidade de São Paulo). Foram listadas as obras que serão abordadas nas provas de 2025 a 2029. Entre elas, está Romanceiro da Inconfidência, da escritora Cecília Meireles.

É essencial que os candidatos procurem ler, conhecer e estudar os livros com antecedência. Assim, para te ajudar na sua preparação para a prova do vestibular de 2025, compilamos um resumo completo sobre o livro de Meireles. Ao final da leitura, confira também a lista completa das leituras obrigatórias selecionadas pela USP, de 2025 a 2029!

Resumo do livro Romanceiro da Inconfidência

A coletânea de poemas de Cecília Meireles utiliza o movimento histórico da Inconfidência Mineira como panorama para os conflitos políticos e pessoais dos inconfidentes. Nesse sentido, o vestibular pode abordar as relações históricas da obra, a construção da identidade nacional em resistência à colonização portuguesa e as transformações culturais a partir da mineração mineira. 

A seguir, entenda como o iluminismo, o ouro e as traições são associados à efemeridade e à eternidade das memórias na obra da poeta. 

O que é um romanceiro?

Um romanceiro é uma coletânea de poemas que narram um evento ou momento histórico em comum, normalmente transmitido de forma oral antes de escrita.

A musicalidade e a forma dos poemas é destacável no romanceiro, marcado majoritariamente por estruturas rimadas e com metrificação de influência ibérica (redondilhas menores ou maiores).

Escolhas lexicais, como o uso de “Liberdade”, com inicial maiúscula, geram simbolismos relevantes ao movimento da Inconfidência. 

Enredo do livro

A obra é compilada em quase uma centena de poemas ambientados no século XVIII em Vila Rica, atual Ouro Preto em Minas Gerais, trazendo retratos para personagens como Marília, Dirceu, Tomás Antônio Gonzaga, Chica da Silva e Tiradentes.

Como literatura, o romanceiro retoma ao neoclassicismo árcade do contexto de Vila Rica, o “país da Arcádia”, que recebe a transformação social da sociedade em conflitos e “tormenta”. 

A sociedade de poetas e pastoras, como Dirceu e Marília, são representações fortes do imaginário neoclássico, permeado pela beleza bucólica e os ideais de liberdade do iluminismo. Na obra, a narração retrata como se a “pastoral dourada” tivesse sido escurecida por uma “nuvem de lágrimas”. 

Ciclo do Ouro

Os primeiros 19 romances abordam a descoberta do ouro e suas consequências para a sociedade mineradora. Os poemas descrevem os costumes da cidade e o folclore local, incluindo histórias regionais, como a de uma donzela morta pelo próprio pai e os cantos dos negros nas minas.

O Ciclo do Ouro mineiro é tema central aqui por retratar a cobiça por riquezas e a sua capacidade de corromper as pessoas, como pelo Romance XVII, “Das lamentações no Tejuco”:

“Maldito o Conde, e maldito
esse ouro que faz escravos
esse ouro que faz algemas.
Que levanta densos muros
para as grades das cadeias, 
que arma nas praças as forcas, 
lavra as injustas sentenças 
arrasta pelos caminhos 
vítimas que se esquartejam!”

O Conde de Valadares foi o responsável pela traição e prisão de João Fernandes, que foi alertado por Chica da Silva quanto à ganância ignóbil do conde no contexto do ciclo dos diamantes.

Revolta contra Portugal e Tiradentes

A revolta contra a corte portuguesa é explicitada a partir do Romance XXIV, por conta do imposto de ⅕ do ouro, com a criação da bandeira com o lema “Libertas quae sera tamen” (‘liberdade ainda que tardia’), que hoje ainda é exibido na bandeira de Minas Gerais.

Entre os romances XXVII e XLVII, destaca-se a atuação de Tiradentes, que tenta atrair mais pessoas para a conspiração. Porém, seus planos são frustrados pelos delatores, em especial Joaquim Silvério dos Reis, que é comparado diretamente com Judas, traidor de Jesus Cristo (visto como correlato a Tiradentes no mito da formação da identidade nacional) na Bíblia cristã.

Luto simbólico

O enredo segue com as prisões, confisco de bens e mortes, incluindo a de Cláudio Manuel da Costa, que teria se suicidado na prisão, e a execução de Tiradentes. Tomás Antônio Gonzaga, após um período como magistrado, também é condenado ao exílio, representando o desmonte e dissolução do movimento inconfidente.

Então, no Romance LXXXV, vemos o Testamento de Marília, marcando o luto simbólico pelos ideais de “Liberdade” que a pastoral carregava:

“Escreve Marília,
escreve seu pequeno testamento; 
na verdade, por que vive, 
se a morte é o seu alimento? 
se para a morte caminha, 
na sege do tempo lento?“

Esse luto pela esperança também é mostrado pela morte do filho de D. Maria I, a rainha louca que ordenou a execução dos inconfidentes. A maldição do ouro é aqui retomada, pois, no Romance LXXIV vemos que ela é quem sofre do “cárcere verdadeiro”: sua própria mente em loucura.

Por fim, vemos a narrativa de Maria Ifigênia e a finalização com a “Fala dos Inconfidentes Mortos”, trazendo voz ao descontentamento pela “Treva da noite”, pelos “fingimentos” e “covardias”, que punham em memória o contraste entre a eternidade dos ideias de liberdade e a efemeridade do tempo.

Como a Fuvest pode cobrar o livro?

Se a Fuvest seguir seu padrão, as questões podem girar em torno do enredo e, principalmente, reflexões interdisciplinares com a realidade histórica e contemporânea.

É muito importante ter atenção aos momentos históricos da Inconfidência Mineira, Iluminismo e colonização portuguesa, pois eles podem aparecer em perguntas que exigem o reconhecimento desses períodos na obra. 

Além disso, o retrato da maldição do ouro e a ganância humana também podem ser questionados pela visão contrastada com o imaginário árcade que a obra faz referência.

Modernismo

Também vale ressaltar que aspectos presentes da segunda fase do modernismo são visíveis pela transformação da rebeldia modernista. Como exemplo, os versos metrificados e rimados em pentassílabos ou heptassílabos representam essa falta de preocupação com a inovação e rejeição ao clássico.

Por fim, também é conveniente refletir sobre a construção da identidade nacional, como a martirização de Tiradentes em comparação a Jesus Cristo; ou mesmo pelo retrato da loucura com D. Maria I, da Chica da Silva, como figura destacável em um período escravocrata; e da traição, como a atuação do Conde de Valadares, e Joaquim Silvério dos Reis, em comparação a Judas. 

Sobre a autora Cecília Meireles

Nascida no Rio de Janeiro, Cecília Meireles (1901-1964) foi uma poeta, professora, jornalista e uma das mais importantes figuras da literatura brasileira.

Ela é conhecida por sua vasta produção poética e por ser uma das primeiras vozes femininas a ganhar destaque no cenário literário nacional. Em 1939, tornou-se a primeira mulher a receber o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras.

Bem imersa na segunda fase do modernismo brasileiro, seu trabalho reflete uma profunda sensibilidade e uma busca constante por temas universais e pilares em suas obras, como a passagem do tempo, a memória, a efemeridade e a eternidade.

Sua obra é valorizada pela musicalidade e pela precisão lírica, além de uma forte influência da história do Brasil e retrato da identidade nacional.

Todas as leituras obrigatórias da Fuvest para os vestibulares de 2025 a 2029

Agora, saiba as leituras obrigatórias formuladas pela Fuvest para as edições de 2025 a 2029. Os títulos em negrito são referentes às obras inéditas em relação ao ano anterior do vestibular:

2025

2026

  • Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • O Cristo Cigano (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • As meninas (1973) – Lygia Fagundes Telles
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2027

  • Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2028

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2029

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • D. Casmurro (1899) – Machado de Assis
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • Nós matamos o cão tinhoso! (1964) – Luís Bernardo Honwana
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Incidente em Antares (1970) – Érico Veríssimo
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira 

Fotos do post: Beatriz Kalil Othero/Portal Enem + Reprodução/Editora Global

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