Na sexta-feira passada (1), o Ministério da Educação (MEC) informou que cerca de 20 mil estudantes que ingressaram nos cursos de Medicina em 2015 já devem participar da Avaliação Nacional Seriada dos Estudantes de Medicina (Anasem).
De forma geral, o Anasem vai aferir o desempenho de todos os alunos do 2º, 4º e 6º anos da graduação. Na última fase, o aluno que tiver baixa performance na prova ficará impedido de receber o diploma e, portanto, de exercer a profissão. Porém, os alunos que forem reprovados poderão repetir o teste, previsto para ser oferecido diversas vezes ao ano, até conseguirem a aprovação, garantiu Mercadante.
No entanto, nesta primeira edição, apenas alunos do 2º ano serão avaliados, pois a lei que criou o exame determina que só estudantes que ingressaram na faculdade a partir do ano passado ficam obrigados a fazer o novo exame.
A avaliação seguirá o modelo do Revalida (exame que certifica diplomas médicos expedidos por instituições estrangeiras para que passem a valer também no Brasil) no formato e conteúdo. No segundo e quarto anos, a prova será apenas escrita e com conteúdo proporcional ao que o estudante já aprendeu. No 6º ano, haverá aplicações práticas.
A nota de corte vai variar de acordo com a prova. A pontuação é definida da seguinte maneira: um painel de educadores médicos, que não participaram da elaboração do exame, se debruça sobre as duas etapas do exame e, com base em seu conteúdo, estabelecem o porcentual de acertos esperados para um aluno considerado “médio”.
Segundo o ministro Aloizio Mercadante, instituições e entidades médicas já apelavam para que existisse uma maneira de avaliar o progresso do estudante durante a faculdade. “Isso vai permitir que as escolas de medicina acompanhem a evolução de seus alunos e trabalhem para melhorar seu processo de formação”, disse o reitor da Universidade Federal do Ceará (UFCE), Henry Campos, representante da subcomissão do Revalida.
“O exame possibilita que problemas sejam corrigidos ao longo da formação do aluno, que terá um parâmetro para saber como está se saindo. Vamos ter um salto de qualidade. Queremos mais médicos, mas mais médicos bons”, pontuou o ministro.
Mercadante lembrou que o objetivo é elevar a taxa de médicos em 10 anos, do atual 1,8 para 2,7 por mil habitantes. Segundo o ministro, o atual índice é o mais baixo entre vizinhos comparáveis ao Brasil, como Argentina.