Desde o início da pandemia, a ciência veio evoluindo um pouco a cada dia, buscando mais formas de entender sobre o novo coronavírus (Sars-Cov-2). Além da busca incessante por uma vacina, procuramos uma maneira de identificar se um indivíduo pegou a doença ou se já tinha contraído em algum momento. Hoje em dia, já temos testes para COVID-19 capazes de nos dizer se o paciente está infectado ou se já esteve.
Vamos entender a diferença de cada teste e como interpretar os resultados?
Qual a diferença entre PCR e Teste rápido?
Existem dois tipos de testes para a COVID-19:
- PCR (teste molecular)
- Sorológico (teste rápido)
– O PCR é um exame molecular que usa a técnica chamada RT-PCR (sigla em inglês para transcrição reversa seguida de reação em cadeia da polimerase) e, através dele, é possível detectar uma parte do RNA do vírus que é específica dele, ou seja, é a identidade do vírus, por isso é considerado “padrão-ouro” e com pouca possibilidade de erro. O material é coletado por um cotonete inserido no nariz e garganta do paciente, onde nele é analisada a presença do vírus Sars-Cov-2 no organismo do paciente.
O período recomendado para ser feito esse teste é entre o 3º e 7º dias de sintomas, preferencialmente. Isso porque, neste período, a carga viral é maior. A partir do décimo dia de sintoma, a taxa de acerto do RT-PCR diminui.
– O teste rápido é um exame que busca a presença de anticorpos (produzidos pelo organismo para combater a doença), ou seja, eles avaliam se as amostras reagem aos anticorpos IgM e IgG. Esse exame pode ser feito com uma amostra de sangue, soro ou plasma sanguíneo, e pode ser achado em farmácias.
O período recomendado para detectar IgM é após o sétimo dia após aparecimento dos sintomas, já o IgG é após o décimo dia.
Mas, qual a diferença entre IgM e IgG?
Primeiro, deve-se entender que Ig é a sigla para Imunoglobulina, que nada mais é do que um dos tipos de anticorpos que o nosso corpo produz a fim de combater agentes externos (vírus e bactérias, por exemplo). Sendo assim, IgM e IgG são imunoglobulinas de diferentes classes (M e G).
IgM são os primeiros anticorpos que aparecem, o que indica que a doença ainda está na fase ativa ou que houve uma contaminação recente. Já o IgG, são anticorpos que atuam em uma fase mais tardia da doença, o que pode indicar uma contaminação passada ou que está no período final da infecção.
Obs: O Exame de Sorologia é parecido, mas é feito em laboratórios por meio da coleta de sangue do paciente e detecta os níveis de anticorpos IgM e IgG ou IgA e IgG no sangue, podendo assim dizer se o indivíduo já teve contato com o vírus e o sistema imunológico produziu os anticorpos contra a doença. É recomendado a partir do décimo dia após o aparecimento dos sintomas.
Interpretando resultados:
Se o RT-PCR der:
- Positivo/Detectável: Significa que o paciente é um caso confirmado de COVID-19.
- Negativo/ Não Detectável: Em teoria, indica que o paciente não possui a doença. Entretanto, há chance do resultado ser um falso negativo, sobretudo se o exame foi feito em período tardio ou precoce em relação ao recomendado. Dessa forma, se a suspeita persistir, é recomendável tentar fazer o teste rápido ou sorologia.
Se o teste rápido der:
- IgM não reagente e IgG não reagente: Indica que o paciente não tem COVID-19, mas tem a possibilidade de falso negativo, então é bom ficar atento e em caso dos sintomas persistirem, repetir o exame.
- IgM reagente e IgG não reagente: Indica que o paciente está com COVID-19 e está na fase inicial da doença.
- IgM reagente e IgG reagente: Indica que o paciente está com COVID-19 e o organismo está lutando contra a doença, podendo até mesmo estar já na fase final da infecção.
- IgM não reagente e IgG reagente: Indica que o paciente já teve COVID-19, porém não possui mais a doença, ou seja, uma infecção passada.
Vale lembrar que a ciência ainda não sabe se a imunidade contra o novo coronavírus é a longo prazo. Isso significa que mesmo que um indivíduo já tenha tido a doença e tenha anticorpos, não se sabe por quanto tempo estamos imunes a COVID-19.
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