A ciência está em constante avanço e evolução, sendo assim, as descobertas nunca param de surpreender o mundo. Um tópico muito estudado no meio científico e sempre acaba trazendo uma nova surpresa é o estudo das células-tronco. Elas também compõe uma das temáticas em Biologia que mais chamam a atenção e despertam a curiosidade dos alunos, sendo também um assunto muito recorrente no ENEM e vestibulares.
Vamos entender mais sobre as células-tronco?
O que são?
As células tronco, também chamadas de células estaminais ou ainda células iniciais, são células animais que possuem a capacidade de dar origem a qualquer tipo celular especializada – apresentam grande capacidade de diferenciação, ou seja, podem tornar-se outros tipos celulares. Além disso, são capazes de se dividir (autorrenovação/replicação), gerando outras células-tronco, permitindo, assim, a formação do organismo.
Ou seja, para que uma célula seja classificada como célula-tronco, é necessário que ela possua duas características:
- capacidade de diferenciação;
- divisão contínua;
As células-tronco formam um conjunto celular abundante na fase embrionária, mas com número baixo nos indivíduos adultos. Sua capacidade de formar outros tipos celulares é chamada de diferenciação celular e, principalmente na fase embrionária, esse processo é fundamental para a formação de tecidos e órgãos. Ao longo da vida adulta do organismo, as poucas células tronco que restam estão relacionadas com a renovação/reposição celular.
Obs: O processo de diferenciação celular tem como objetivo gerar as células especializadas que se conhece como neurônios, leucócitos, hemácias, etc. Ele ocorre principalmente durante o desenvolvimento embrionário de um organismo, quando é preciso formar os tecidos e órgãos com funções específicas para atuar adequadamente no metabolismo do indivíduo.
Tipos de célula-tronco:
As células tronco podem ser classificadas em relação à sua capacidade de se diferenciar, isto é, a quantidade de diferentes células que a célula tronco pode formar. São classificadas em:
- Unipotentes: Células tronco que conseguem se diferenciar em apenas um tipo celular específico;
- Oligopotentes: Células tronco que conseguem se diferenciar em poucos tipos celulares (até dez tipos celulares);
- Multipotentes: Células tronco que conseguem se diferenciar em muitos tipos celulares;
- Pluripotentes: Células tronco que conseguem se diferenciar em todos os tipos celulares presentes em um organismo, mas não conseguem se diferenciar em células que compõem os anexos embrionários;
- Totipotentes: Células tronco com capacidade de se diferenciar em todos os tipos celulares, incluindo os anexos embrionários.
As células tronco são divididas também quanto à atividades que desempenham:
- Células tronco embrionárias: Como o próprio nome indica, esse tipo de célula está presente na fase embrionária de um organismo e são conhecidas devido a sua facilidade de se transformar em basicamente qualquer outro tipo de célula, sendo capazes assim, de gerar células de variados tecidos do corpo humano. Elas possuem também uma subclasse: células-tronco embrionárias totipotentes (originam tecidos extraembrionários e completos) e células-tronco embrionárias pluripotentes (as quais não são capazes de gerar placenta).
- Células tronco adultas: Localizadas no sangue e, principalmente, na medula óssea do organismo já após a fase embrionária. Uma das principais funções desse tipo de célula-tronco é o de reparar e renovar os variados tecidos do corpo humano. Ainda que sejam células indiferenciadas, esse tipo de célula tronco não possui capacidade de diferenciação tão ampla como as células embrionárias (são geralmente unipotentes ou até multipotentes, mas nunca pluri ou totipotentes). As regiões do nosso corpo que mais têm esse tipo de célula são a medula óssea e o sangue do cordão umbilical.
- Células tronco induzidas: São células produzidas e manipuladas em laboratórios, chamadas de IPSC (Induced Pluripotent Stem Cells – Células Tronco Pluripotente induzidas). São pluripotentes derivadas de células tronco não pluripotentes recolhidas de um organismo. Ou seja, são criadas em laboratório após a retirada de material genético de um indivíduo adulto (excluindo assim o uso de um embrião).
Qual a importância e uso delas na ciência?
As pesquisas com células-tronco buscam, principalmente, encontrar maneiras de reverter algumas doenças e/ou desenvolver terapias que retardem alguns processos. Com essas células, em razão da capacidade de diferenciação, espera-se conseguir, por exemplo, recuperar pessoas paralisadas, criar tecidos para transplantes e deter o avanço de doenças degenerativas ou até mesmo encontrar a sua cura. Ademais, também espera-se combater a doenças cardiovasculares, doenças no sangue e qualquer outra patologia que resulte na diminuição do número viável de algum tipo celular.
O ramo da biotecnologia encarregado de aplicar as células tronco para a saúde é chamada de medicina regenerativa.
As células-tronco podem ser utilizadas para:
- reconstrução de tecidos e órgãos;
- pesquisas científicas para clonagem de seres vivos;
- fins terapêuticos;
- desenvolvimento de pesquisas para o entendimento de doenças;
- desenvolvimento de medicamentos;
- cirurgias plásticas;
Obs: Apesar de existirem muitos estudos sendo realizados ao redor do mundo, existe um problema ético quanto a isso. O motivo é que o interesse científico maior está em células-tronco embrionárias, que apresentam maior capacidade de diferenciação. O problema nesse ponto é que, ao extrair as células-tronco do embrião, este acaba sendo destruído (o que leva ao debate de estar “matando” uma vida em potencial). Por essa razão, em muitos países, a pesquisa é proibida por ser considerada um atentado à vida.
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