Um grande documentário, chamado Particle Fever, está disponível no Netflix. Apesar do título não ter tradução, o filme é legendado.
Não é preciso gostar de física para gostar de Particle Fever. O documentário é bem didático e sua narrativa é clara e bem estruturada (início, meio e fim).
O documentário fala sobre o “Bóson de Higgs”, a “partícula de Deus”. Esta é a partícula que compõem o átomo (partícula que forma toda matéria), segundo os cientistas. O autor da teoria, Peter Higgs tentou encontrá-la por décadas. Para isso, foi criado um colisor de partícula, chamado LHC (Large Hadron Collider). Ele provoca colisões entre várias partículas, simulando o big bang (a explosão que deu origem ao universo). Foram anos de tentativas e frustrações. O processo por várias vezes teve que ser interrompido devido a consertos e reparos do colisor.
O filme começa no período que o LHC voltou a funcionar. Ele acompanha todas as etapas desta grande descoberta que envolvem teorias, cálculos e emoções. As filmagens foram feitas dentro do Cern, o maior laboratório de física e partículas do mundo, localizado na Suíça. Diversos cientistas foram entrevistados.
Ele foge de toda a imagem clichê que se faz dos cientistas como homens que vestem jalecos brancos, arrogantes, isolados dentro de uma sala. Físicos de países que são inimigos declarados estão unidos pela mesma busca. Todos eles exercem seu ofício com a mesma paixão de quem faz o que gosta.
Um grande ponto positivo em Particle Level é a importância da figura feminina dentro do ambiente científico, embora o diretor, Mark Levinson, tenha dito que infelizmente esta presença é muito pequena, representando apenas 30% dentro das salas de controle.
A descoberta do “Bóson de Higgs” irá ajudar a responder grandes questões da origem do universo. Ele pode significar o início ou o fim de tudo.
Uma das frases extraída de uma das entrevistas resume muito bem o filme:
“Por que os humanos fazem ciência e arte? As coisas que são menos importante para nossa sobrevivência são as coisas que nos tornam mais humanos.”
O documentário é de 2013. Neste ano de 2015, os cientistas encontraram mais uma nova partícula chamada “Pentaquark”.
Com o avanço das descobertas científicas, não demorará muito para o filme se tornar algo velho como uma fita VHS. Por isso, assistam o quanto antes!