Embora não seja legalizada no Brasil, a educação domiciliar – também chamada de homeschooling – já é uma realidade em nosso país. Segundo dados do governo, cerca de 5 mil famílias optam por esse modelo de ensino e outras 30 mil têm interesse no projeto. Assim, essa questão se tornou uma das pautas educacionais principais para o atual governo, além de ter sido muito discutida nos primeiros 100 dias de mandato do Jair Bolsonaro.
Mas afinal, o que é o ensino domiciliar? Quais são seus efeitos?
O homeschooling tem como objetivo promover o processo de ensino e aprendizagem dentro de casa, não na escola. Nesse sentido, a família assume a responsabilidade não só de transmitir valores, mas também de conhecimento acadêmico, para assim ter maior controle sobre a educação da prole.
Muitas famílias buscam esse modelo por alguns motivos, como:
- Crença de que o ambiente escolar pode ser uma má influência para o estudante;
- Escolas não atenderem a demanda de crianças que possuem necessidades específicas ;
- Escola ser um ambiente desmotivante e a possibilidade da família e do lar serem figuras estimulantes e formadoras de vínculos de segurança e confiança;
- Crença de que escolas e educadores não estão aptos para formar um cidadão, juntamente com a crença de que algumas instituições de ensino manipulam seus estudantes através de uma ideologia.
No entanto, muitos professores, psicopedagogos e figuras políticas são contra essa proposta por alguns motivos, como:
- Educação domiciliar pode fomentar mais ainda o quadro de evasão escolar;
- Esse modelo dificulta a identificação de abusos familiares, sejam eles psicológicos ou físicos;
- Promove a desvalorização do professor, já que classificam a tarefa de educar como algo que todos estão aptos para exercer;
- A educação vai além do ensino de conhecimento acadêmico e de valores. Ela também ocorre com a socialização, com a inserção dentro de uma sociedade.
Para ajudar a desenvolver uma redação sólida com o possível tema educação domiciliar, o professor do QG do ENEM, José Augusto, apresentou algumas dicas para construir seu texto. Segundo ele:
“Com relação ao tema, é importante que você apresente um posicionamento sólido, visível, seja a favor, seja contra. Por exemplo, suponhamos que você seja a favor do homeschooling, você vai chamar atenção para a possibilidade que o homeschooling tem de melhor aprendizado e melhores resultados em casa, a partir do momento que você tem fatores como: flexibilização do horário e planejamento do conteúdo de forma mais individualizada.”
“Por outro lado, se você entender que é negativo, você pode eventualmente chamar atenção para: ausência ou baixa interação social, a importância de estar em contato com a diversidade e como o conteúdo dado vai ser dado como satisfatório. Quem vai avaliar? Vai passar pelo crivo de quem?”
No que se refere ao repertório, o professor José Augusto fez uma sugestão:
“Na parte de não ser favorável ao ensino domiciliar a gente encontra como exemplo o ordenamento jurídico do ECA, que versa sobre a garantia a escola pública e gratuita. Ou seja, o Estado deve ser responsável por prover o acesso gratuito e público de qualidade a criança e ao adolescente.”
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