Nos últimos 35 anos, o Curso Poliedro fez um levantamento e concluiu que para entrar no curso de medicina, os calouros precisam fazer pelo menos dois anos de cursinho pré-vestibular para conseguir uma vaga.
Para o levantamento, foram analisadas os dados históricos dos principais vestibulares: da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Desde 1980, a população brasileira cresceu 67%, porém o número de vagas de medicina ofertadas na USP e Unesp continuaram o mesmo, já na Unifesp caiu 3%, apenas a Unicamp aumentou a oferta em 22%
O número de candidatos disputando a mesma vaga cresceu. Há 35 anos, 19 candidatos disputavam uma vaga na Unicamp, hoje são 204, 973% a mais. Na USP, o aumento foi de 41%, 93 alunos disputam uma vaga. Já a Unesp teve um aumento de 98%, com 230 alunos por vaga. Consequência disso, é que a diferença de pontuação dos candidatos aprovados e os não convocados é muito pequena, são milésimos que os distanciam de entrar na universidade. O aluno não só precisa dominar o conteúdo, mas também entender quais são seus pontos fracos, pois um erro de grafia já pode fazer toda a diferença.
Em 1980, 16% dos calouros de medicina da USP tinha 20 anos ou mais. Já em 2015, essa taxa de idade subiu para 40%, quase metade do curso. Isso acontece devido ao aumento da concorrência que exige que os alunos passem dois ou mais anos fazendo cursinho. Dos aprovados na Fuvest de 2014, 55% se preparam para o vestibular por mais de dois anos. Olhando para 35 anos atrás, esse índice era 29%.