Ano novo chegando e réveillon é época de muita superstição no Brasil. Passar a virada de roupa branca, escolher a cor da calcinha/cueca, pular 7 ondas, comer 12 uvas com caroço e por aí vai. Mesmo não sendo supersticioso, você deve conhecer algumas das citadas. Mas QGnianos, vocês sabem como surgiram as superstições?
Mesmo não tendo nenhuma base científica, muitos desses costumes esquisitos possuem origens igualmente bizarras. Você deve imaginar que como as superstições envolvem o sobrenatural, muitas delas são baseadas em religiões. Por exemplo, o número 13 é associado à Bíblia, pois logo antes de ser preso e crucificado, Jesus Cristo realizou a última ceia com mais 12 discípulos. A ideia de ter 13 pessoas em uma mesa de jantar trazer azar rapidamente expandiu para o número 13 em si. Hoje em dia, o medo do número 13 é tão disseminado que existe um nome para isso: Triscaidecafobia.
Acredita-se que o costume de bater na madeira venha do antigo folclore indo-europeu ou talvez antes mesmo dele. Imagina-se que eles batiam na madeira pois acreditavam que as árvores eram o lar de espíritos. Assim, tocar em uma árvore seria pedir proteção ou benção do espírito que ali vivia. Essa tradição sobrevive até hoje, anos e anos após essa civilização ter evoluído. Muitas superstições comuns em países como a Rússia e a Irlanda, são frutos das religiões pagãs que o cristianismo substituiu.
Entretanto, nem todas as superstições são de cunho religioso. Algumas são apenas relacionadas a coincidências e associações. Exemplo disso é que muitos italianos têm medo do número 17. Escrito em algarismos romanos é representado por XVII. Se reorganizado, formamos a palavra “vixi”, que significa “minha vida acabou” (ou no nosso caso “ferrou”). Em cantonês, japonês e coreano, a palavra “quatro” possui um som semelhante a palavra “morte”. Já o som do número “um” parece com o som da palavra “deve”. Logo, o número catorze parece com o som de “deve morrer”.
Acredite ou não, mas muitas superstições têm algum sentido ou pelo menos tinham até esquecermos o propósito original. Por exemplo, quando você ia ao teatro, o cenário das peças era composto por uma pintura ao fundo que era levantada e abaixada por contrarregras que assoviavam um para o outro para se comunicar. Assovios de pessoas na plateia poderiam causar acidentes no palco. Porém, o tabu em assoviar nos bastidores persiste até hoje, mesmo que os contrarregras se comuniquem via rádio.
Muitas superstições parecem funcionar, talvez usar uma caneta específica nas provas te dê sorte. Mas isso é só nosso psicológico trabalhando. É bem difícil você saber de todas as provas que você tirou notas boas, quantas foram com aquela caneta. E quantas notas ruins foram provas realizadas usando a mesma caneta. Porém, acreditando que a caneta te dê sorte, pode de fato influenciar na hora de fazer a prova, te dando a ilusão de que você tem controle sob o evento. Logo, te dá mais confiança.
Por que as pessoas insistem em aderir esses pedaços de religiões esquecidas, coincidências ou conselhos ultrapassados? Não seria irracional? Sim, mas para muitas pessoas, superstições são baseadas muito mais em um hábito cultural do que em uma crença consciente. Até porque ninguém nasce já evitando passar por baixo de escadas, mas se você cresce ouvindo que não deve evitar, você no mínimo ficará desconfortável caso passe embaixo de uma, mesmo que logicamente você já tenha entendido que nada acontecerá.