Cem anos de Orson Welles

Orson Welles ficou conhecido através da rádio CBS, quando narrou uma adaptação teatral da “Guerra dos Mundos”, do escritor H.G Wells. A narrativa era uma falsa matéria jornalística na qual noticiava uma invasão extraterrestre. Dizem que o radialista deixou cidades em pânico. Durante a veiculação, a audiência da rádio superou a da sua concorrente NBC.

Sua grande obra cinematográfica foi “Cidadão Kane”, o filme do século. O filme narra, através de flashbacks, a trajetória do magnata da imprensa Charles Foster Kane.

Os veículos de comunicação estão presentes nestas duas obras de Orson Wells. No primeiro, se percebe como um veículo de massa é capaz de manipular pessoas. Já no Segundo, fica clara a ganância de alguém que detém o poder destes veículos. Podemos pensar na família Marinho e na família Murdoch, como exemplos reais.

O filósofo alemão, Walter Benjamim, em seu livro “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade”, escreve sobre como os governos fascistas utilizavam estes veículos de massa para propagar suas ideias nacionalistas. Um destes veículo era o cinema. O ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels, soube utilizá-lo. Filmes da cineasta Leni Riefenstahl (“O triunfo da vontade” e “Olympia”) comprovam isto.

Nas mídias sociais, o que temos é um espaço onde opiniões independentes podem ganhar voz por expressar ideias contrárias as da “grande mídia”. Isto não significa que estas opiniões não possam manipular uma grande massa. Percebam nos seusfeeds de notícias que alguns de seus amigos estão sempre compartilhando links e discursos de uma mesma fonte. Estes são reproduzidos tantas vezes, que acabam se transformando em verdades absolutas, não pela confiança em quem a publica (muitas vezes nem sabemos de onde são as fontes destas informações), mas pela sua repetição contínua.

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