Arquivo de Filosofia e Sociologia - Plataforma Enem https://enem.com.br/category/disciplinas/filosofia-sociologia/ Plataforma Enem Sat, 01 Feb 2025 12:53:04 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 https://enem.com.br/wp-content/uploads/2025/02/e-PORTAL_ENEM-150x150.png Arquivo de Filosofia e Sociologia - Plataforma Enem https://enem.com.br/category/disciplinas/filosofia-sociologia/ 32 32 Como o cenário de eleições pode aparecer em vestibulares pelo país? https://enem.com.br/2020/11/18/como-o-cenario-de-eleicoes-pode-aparecer-em-vestibulares-pelo-pais/ https://enem.com.br/2020/11/18/como-o-cenario-de-eleicoes-pode-aparecer-em-vestibulares-pelo-pais/#respond Wed, 18 Nov 2020 12:00:08 +0000 http://enem.com.br/?p=18509 Entenda como os vestibulares podem abordar as eleições brasileiras.

O conteúdo Como o cenário de eleições pode aparecer em vestibulares pelo país? aparece primeiro em Plataforma Enem.

]]>
Na última semana, o Brasil vivenciou o final de um processo eleitoral em âmbito municipal por todo o país. As eleições mobilizaram redes sociais, debates, conversas e também trouxe à tona conceitos e discussões muito importantes a respeito de pautas sociológicas e históricas. Por isso, nosso objetivo hoje será entender como o cenário de eleições pode aparecer em vestibulares pelo país.

Primeiramente, é importante ressaltar que não necessariamente os vestibulares irão abordar as atuais eleições pelo Brasil, mas sim cobrar do candidato que demonstre conhecimento a respeito do processo democrático brasileiro e as principais pautas que o circundam. Com isso, alguns temas podem vir dialogando com as questões:

Cidadania

Nesse primeiro ponto, é importante sempre ressaltar, principalmente em cenário de eleições, que o exercício de cidadania ultrapassa os limites apenas do voto. O ser cidadão adota dimensões de representação, luta cotidiana, o marcar sua importância para o coletivo da sociedade, entre diversos outros meios. Cidadania é um exercício diário, não simplesmente de 2 em 2 anos.

eleições

Democracia

Assim como o conceito de cidadania, é importante sempre atentar que democracia, a participação do povo no poder, também amplia suas próprias dimensões políticas. A democracia como uma cultura, onde é importante noções de representatividade, respeito e convivência diária com o diferente. Democracia efetiva também depende de uma cultura democrática.

Representatividade e questões identitárias

Seguindo a linha de expansão da dimensão de democracia, o cenário de eleições também  joga luz sob uma pauta importante, principalmente na sociedade brasileira, que é a representatividade e questões identitárias. Nesse ponto, pontos como racismo, machismo, homofobias tornam-se problemáticas a serem superadas também pelo meio do voto. A identidade coletiva de um grupo minoritário também ratifica-se pela via eleitoral.

Percurso histórico do direito ao voto e da República

Nessa pauta, é bem recorrente que vestibulares de maneira geral abordem textos a respeito de diversas constituições durante a história brasileira, jogando luz sob o direito de participação política. Nesse sentido, também vale retomar o próprio percurso histórico da República brasileira. Em uma aula do QG sobre Constituições brasileiras, o professor de História Márcio Branco aprofundou a temática. Para conferir, clique aqui!

Correntes políticas e ideológicas

Outra pauta suscitada em época de eleições é o debate a respeito de correntes políticas e ideológicas, que também é uma marca de abordagens de vestibulares. A compreensão em termos filosóficos e sociológicos de propostas políticas também pode ser um recurso de cobrança de vestibulares.

Por fim, é importante ressaltar que o conhecimento a respeito dessas pautas não faz-se importante apenas em termos de conteúdo, mas também contribuindo para a formação cidadã de cada indivíduo. É bem comum que provas e vestibulares levem essa dimensão em consideração em suas abordagens.

Gostou das dicas? Para essas e mais pautas de atualidades e dicas de vestibulares, continue acompanhando o Blog do QG, clicando aqui!

O conteúdo Como o cenário de eleições pode aparecer em vestibulares pelo país? aparece primeiro em Plataforma Enem.

]]>
https://enem.com.br/2020/11/18/como-o-cenario-de-eleicoes-pode-aparecer-em-vestibulares-pelo-pais/feed/ 0
Revisando conceitos importantes para a prova de Humanas https://enem.com.br/2020/11/11/revisando-conceitos-importantes-para-a-prova-de-humanas/ https://enem.com.br/2020/11/11/revisando-conceitos-importantes-para-a-prova-de-humanas/#respond Wed, 11 Nov 2020 13:20:47 +0000 http://enem.com.br/?p=18434 Relembre alguns conceitos importantes para a prova de Humanas que passaram pela preparação durante o ano.

O conteúdo Revisando conceitos importantes para a prova de Humanas aparece primeiro em Plataforma Enem.

]]>
Alguns vestibulares, inclusive o próprio ENEM, costumam exigir em suas questões um conhecimento teórico por parte dos candidatos. Muitas vezes, a própria análise dos acontecimentos históricos passa por uma abordagem mais conceitual e interpretativa do que essencialmente conteudista. Por isso, hoje iremos rever alguns conceitos importantes para as provas de Humanas!

Fontes históricas

É o que fundamenta o método científico da ciência histórica. Faz parte da produção intelectual de História saber onde encontrar, como analisar e interpretar os documentos que o passado nos deixa. Elas podem se apresentar de maneiras diversas: materiais, iconográficas, escritas ou orais. Confira nossa matéria explicando o método científico histórico, clicando aqui!

conceitos importantes para a prova de Humanas

Memória coletiva e identidade

O debate a respeito de memória coletiva tem ganhado força recentemente devido, principalmente, às manifestações do “Black Lives Matter” e toda a discussão sobre a derrubada das estátuas. Patrimônios e monumentos operam com o objetivo de manter viva uma memória coletiva, indissociável da formação de identidades também coletivas de determinados grupos. Não existe identidade coletiva sem memória e nem memória coletiva sem identidade.

Cidadania

Provas, como o próprio ENEM, utilizam-se de abordagens históricas que visam promover uma interpretação a respeito do que significa ser cidadão. É importante que os vestibulandos interpretem o exercício de cidadania, como os recentes estudos em sociologia e história vêm mostrando, ultrapassando noções oficiais, como o voto, e trazendo esse diálogo para o cotidiano politizado. Confira nossa matéria explicando essas novas dimensões de cidadania dos recentes estudos em História, clicando aqui!

Democracia

Muito vinculado também ao anterior de cidadania, o conceito de democracia também necessita ser interpretado de uma maneira extra-voto. As dimensões representativa, participativa e ativa, no sentido de expandir a esfera pública em sua relação com o poder, são fundamentais para instrumentalizar a análise a respeito do próprio conceito de democracia.

Direitos civis, políticos e sociais

A luta histórica por direitos possui algumas dimensões importantes que devem ser analisadas especificamente em alguns conceitos teóricos. Nesse sentido, precisamos diferenciar essas instâncias de direitos: (i) civis: os que se referem à cidadania enquanto igualdade jurídica e liberdade de expressão; (ii) políticos: os que se referem ao votar e ser votado; (iii) sociais: os que se referem à garantia de maior dignidade social ao povo.

Por fim, é importante que o vestibulando tenha em mente que o conhecimento teórico é tão fundamental quanto ao estudo conteudista. O ENEM e diversos outros vestibulares exigem que os alunos saibam interpretar os fenômenos históricos e culturais a partir desses conceitos importantes.

Gostou das dicas? Continue acompanhando as revisões e matérias do Blog do QG, clicando aqui!

O conteúdo Revisando conceitos importantes para a prova de Humanas aparece primeiro em Plataforma Enem.

]]>
https://enem.com.br/2020/11/11/revisando-conceitos-importantes-para-a-prova-de-humanas/feed/ 0
O funk e a cultura popular brasileira https://enem.com.br/2020/10/19/o-funk-e-a-cultura-popular-brasileira/ https://enem.com.br/2020/10/19/o-funk-e-a-cultura-popular-brasileira/#respond Mon, 19 Oct 2020 15:09:08 +0000 http://enem.com.br/?p=18276 Entenda a dimensão de retrato da sociedade que o funk transparece.

O conteúdo O funk e a cultura popular brasileira aparece primeiro em Plataforma Enem.

]]>
No Blog do QG, costumamos abordar bastante temáticas musicais, e não por coincidência. A dimensão cultural que uma manifestação musical possui nos permite estudar características e valores de determinada época, grupo social e espaço. Já tratamos sobre o samba e sua representatividade do enraizamento de tradições africanas no Brasil; a MPB durante a Ditadura Civil-Militar como importante protagonista de uma resistência cultural e política; agora, trataremos sobre o funk!

Nosso objetivo não vai ser destrinchar o percurso histórico do funk no Brasil, mas sim analisar a evocação de certas vozes, muitas vezes silenciadas, que esse gênero musical viabiliza. Por mais que tenha sido inspirado em outros ritmos advindos da musicalidade negra dos EUA na década de 1960, vai ser no Brasil que o funk vai ser ressignificado e transformado no fenômeno que é hoje em dia.

funk

A palavra-chave é ressignificação. Dar um novo significado ao ritmo fez com que o funk se transformasse em mais do que apenas um gênero musical, mas em uma marca cultural de comunidades marginalizadas, principalmente no eixo Rio-São Paulo. No entanto, isso não significa, como observamos nos dias atuais, que o funk é restrito a essas regiões. A tradução do gênero para certas tradições locais gera inclusive misturas com ritmos regionais.

Essa marca popular de uma cultura marginalizada – ou seja, à margem da sociedade – exemplifica as diversas perseguições e inclusive criminalização do funk. Por demarcar uma musicalidade que rompe com um conservadorismo da sociedade de maneira mais afrontosa, o funk passou a ser vinculado, por uma mentalidade elitista, a um universo do desregrado moral e da criminalidade.

Paralelo a essa desqualificação moral de uma manifestação popular, observamos também um processo de apropriação cultural que visa transformar o funk em um ritmo mais “domesticado”, deixando de lado pautas e temáticas que marcam esse universo que dá voz ao subalterno. A elitização do funk aos grandes salões de festas expande o alcance do gênero musical, mas sem o reconhecer com uma carga cultural, apenas valorizando seu caráter festivo.

Por fim, para não deixar de falar sobre como essa temática pode aparecer em provas de vestibulares por todo o Brasil, é importante ressaltar que o funk pode ser um instrumento analítico para entender diversas abordagens em provas de Humanas e Redação. Pautas como elitização e apropriação cultural e valorização da musicalidade popular são questões que se demonstram muito atuais.

O conteúdo O funk e a cultura popular brasileira aparece primeiro em Plataforma Enem.

]]>
https://enem.com.br/2020/10/19/o-funk-e-a-cultura-popular-brasileira/feed/ 0
Sincretismos religiosos na história do Brasil https://enem.com.br/2020/10/05/sincretismos-religiosos-na-historia-do-brasil/ https://enem.com.br/2020/10/05/sincretismos-religiosos-na-historia-do-brasil/#respond Mon, 05 Oct 2020 14:49:25 +0000 http://enem.com.br/?p=18181 Os novos significados do sagrado e os sincretismos religiosos na história brasileira.

O conteúdo Sincretismos religiosos na história do Brasil aparece primeiro em Plataforma Enem.

]]>
O estudo de determinado período precisa abarcar a dimensão das mentalidades, ou seja, uma análise a respeito da cultura e visão de mundo daqueles agentes históricos. Nesse sentido, para se estudar qualquer sociedade, é necessário uma reflexão a respeito de como aqueles indivíduos encaram a vida e a morte. Por isso, o aspecto religião é fundamental para a determinação dessa dimensão e, no caso, quando falamos de História do Brasil, precisamos levar em consideração o fator sincretismos religiosos.

Além de ser fundamental para compreender a mentalidade social, a questão do sincretismo é muito prezada por vestibulares, principalmente o ENEM. Nesse sentido, primeiramente, precisamos entender que a coexistência de elementos e crenças diversas têm como principal palco e atores o cotidiano popular.

sincretismos religiosos

As vivências de setores populares na história do Brasil foram os principais agente de fusão de crenças. O catolicismo ibérico que aporta em terras americanas na experiência colonial já é uma religião sincrética em si. A figura dos santos durante a Idade Média marcou um processo de ressignificação de práticas tidas como “pagãs’ e inserção destas ao seio da Cristandade.

Esse denominado “encontro colonial” entre nativos e portugueses foi encarado durante muito tempo pela historiografia como um processo de via única de imposição cultural e de força, ou seja, os colonizadores impondo aos indígenas a fé católica e o cativeiro. No entanto, as dinâmicas religiosas nos ajudam a entender melhor como que este foi um processo de transformação cultural mútua, sem ignorar o quesito violência da experiência colonial.

As crenças religiosas católicas, em contato com os nativos, sofreu diversas transformações na vivência popular e vice e versa. Hoje em dia, sabemos que a crença do povo tupi a respeito da busca de uma Terra Sem Males – por exemplo – adotou diversos signos católicos de visão de morte.

Com o tráfico de almas negras massivo e constante a partir da institucionalização da colonização, a crença religiosa de escravizados, advindos principalmente do tronco banto africano, também se enquadrou nesse contexto religioso. A partir do século XIX, com o apogeu do tráfico, principalmente, já conseguimos ver, em fontes, menções claras a cultos a divindades africanas.

A crença aos Orixás não necessariamente se deu em uma dinâmica alheia à vida religiosa brasileira. A ressignificação de santos católicos tornou-se um dos principais meios de culto banto, principalmente a partir do ingresso em Irmandades religiosas, como Irmandade da Boa Morte e Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.

Ademais, dois conceitos são muito importantes para entendermos esses processos de sincretismo religioso: ressiginificação e agregação de signos religiosos. Essas duas noções andam juntas, pois o processo sincrético é um meio agregador que gera um novo significado àqueles signos sagrados. Essa fusão de elementos e crenças, no entanto, não deve ser analisada como um processo cordial e amigável, ou seja, não exclui o perfil violento da imposição e proibição à cultos afro-aborígenes.

As heranças desses sincretismos religiosos geram o que hoje em dia vivenciamos na síntese de uma crença popular, que mistura e ressignifica cotidianamente, inconscientemente na maioria das vezes, o meio divino nessa visão de mundo. No entanto, estamos muito longe de um democracia religiosa no país, convivendo dia a dia com atos de intolerância, principalmente ataques a religiões afrobrasileiras.

O conteúdo Sincretismos religiosos na história do Brasil aparece primeiro em Plataforma Enem.

]]>
https://enem.com.br/2020/10/05/sincretismos-religiosos-na-historia-do-brasil/feed/ 0
A expansão do direito ao voto no Brasil https://enem.com.br/2020/09/28/a-expansao-do-direito-ao-voto-no-brasil/ https://enem.com.br/2020/09/28/a-expansao-do-direito-ao-voto-no-brasil/#respond Mon, 28 Sep 2020 16:06:30 +0000 http://blog.enem.com.br/?p=18136 Relembre o percurso histórico da expansão do voto no Brasil.

O conteúdo A expansão do direito ao voto no Brasil aparece primeiro em Plataforma Enem.

]]>
O percurso histórico da democracia brasileira é conturbado. Na história republicana do país, além das duas ditaduras que marcaram o jogo de poder no Brasil, a universalização do voto nem sempre foi sinônimo de regimes tidos como democráticos. Nesse sentido, vamos relembrar como se deu a expansão desse direito pelas Constituições e Códigos Eleitorais brasileiros.

A primeira Carta brasileira, de 1824, sequer chegou a ser promulgada, mas sim outorgada (imposta) pelo imperador – à época, o Brasil ainda adotava a monarquia como modelo político de Estado. O voto era determinado por critérios censitários – ou seja, por renda – e de maneira indireta, elegendo-se os eleitores para a votação dos cargos legislativos.

direito ao voto

Com a promulgação de nossa primeira Constituição republicana, em 1891, o voto abandonava seu imperativo censitário, no entanto, exigia a alfabetização para sua efetivação. Isso gerou uma blindagem das eleições às camadas populares, pois a alfabetização no país era restrita a menos de 10% da população. Ademais, o critério de ser aberto, e não secreto, instrumentalizou o fenômeno do coronelismo a partir do chamado “voto de cabresto” – voto imposto ou comprado pelas oligarquias rurais.

Em relação a restrições de gênero, a Constituição não impedia o voto feminino. Isso não significa dizer que as mulheres tinham direito à participação política ampla, já que era de consenso social, naquela sociedade patriarcal, a restrição da mulher ao lar, fosse por parte de pais ou maridos. No entanto, isso não anulou a luta feminista no início do século XX para a conquista do voto feminino.

Em 1932, a partir de uma mudança realizada no Código Eleitoral, Getúlio Vargas determina a constitucionalidade do voto feminino. Além disso, a instituição do voto secreto também se apresentou como uma limitação para o controle coronelístico, permanecendo assim até os dias atuais.

Em relação aos avanços do direito ao voto, os próximos passos só seriam dados em 1988, com a proclamação de nossa atual constituição. A primeira Carta que garantia o voto aos analfabetos e que permite, em condição facultativa, o direito a menores de 18 anos (no mínimo de 16 anos).

Em outros momentos da história republicana brasileira, outras Constituições legislaram sobre a questão do voto, no entanto, nosso objetivo foi mostrar os passos dados no percurso histórico a respeito da expansão do direito ao voto no Brasil. A Constituição de 1988 sela esse processo, o que não significa um fim da luta no que tange à expansão da cidadania no Brasil. A experiência cidadã deve ser concebida como uma esfera que ultrapassa a política.

Gostou das dicas? Continue acompanhando o Blog do QG, clicando aqui!

O conteúdo A expansão do direito ao voto no Brasil aparece primeiro em Plataforma Enem.

]]>
https://enem.com.br/2020/09/28/a-expansao-do-direito-ao-voto-no-brasil/feed/ 0
As representações de Brasil em “Casa-Grande & Senzala” de Gilberto Freyre https://enem.com.br/2020/08/31/as-representacoes-de-brasil-em-casa-grande-senzala-de-gilberto-freyre/ https://enem.com.br/2020/08/31/as-representacoes-de-brasil-em-casa-grande-senzala-de-gilberto-freyre/#respond Mon, 31 Aug 2020 13:44:16 +0000 http://blog.enem.com.br/?p=17916 Entenda o impacto da produção clássica de Freyre na historiografia e construção de uma noção de brasilidade.

O conteúdo As representações de Brasil em “Casa-Grande & Senzala” de Gilberto Freyre aparece primeiro em Plataforma Enem.

]]>
A definição de “clássico” nas ciências humanas refere-se a obras incontornáveis para o levantamento de uma discussão a respeito da produção intelectual referente a determinado a assunto, nem que seja objeto de críticas ou desusos. A produção de Gilberto Freyre, principalmente em sua obra “Casa-Grande & Senzala”, marcou uma viragem nos estudos referentes ao que era o Brasil.

Publicado em 1933, a obra principal de Freyre marcava um rompimento com uma literatura eugenista que marcou o final do século XIX. A noção pseudo-científica baseada na teoria do “Darwinismo Social” era traduzida às realidades brasileiras como um indicador de que a presença do negro na constituição da sociedade era um dos eixos explicativos do subdesenvolvimento. Segundo as teorias racistas da viragem para o século XX, o Brasil era atrasado devido à presença do negro.

Casa-Grande & Senzala

Por mais que “Casa-Grande & Senzala” (1933) reverbere ainda um espectro fruto de sua época, Freyre é um dos primeiros intelectuais – com uma produção amplamente difundida – a apontar que o problema do suposto “atraso brasileiro” não era o negro, mas sim a experiência da escravidão. A mudança do eixo explicativo para o subdesenvolvimento do país deixava de assinalar um ponto racial e trazia à tona a experiência da escravidão como uma mazela do passado da nação.

No entanto, para Gilberto Freyre, o escravizado não possuía agência histórica. Para ele, a opressão das forças escravistas fazia com que o escravo fosse reduzido à objetificação. Esse é um dos pontos mais criticados da produção de “Casa-Grande & Senzala”, principalmente a partir das décadas de 1980 e 1990, quando trabalhos referentes à formação de família, laços de solidariedade e resistência escrava ganham mais produção na historiografia brasileira.

É importante ressaltar que essa literatura da década de 1930 estava muito preocupada – assim como em Sérgio Buarque de Holanda, por exemplo – em responder as perguntas: “por que somos subdesenvolvidos? Por que somos como somos? E como chegamos até a contemporaneidade?”. No entanto, por mais que tenha representado uma viragem em termos explicativos, a produção freyriana foi, e é até os dias atuais, muito criticada, por ser superada em diversos pontos.

Uma das críticas feitas à obra “Casa-Grande & Senzala” é o seu elogio à colonização portuguesa. Para Gilberto Freyre, por ser um povo historicamente miscigenado – a partir da experiência da ocupação de mouros na península ibérica desde a Idade Média -, os portugueses estariam supostamente mais “preparados” para a realidade da mestiçagem das Américas.

Ainda segundo seus críticos, a obra freyriana abre interpretações para uma leitura da história brasileira a partir de um mito da “Democracia Racial”. Por mais que o autor nunca tenha mencionado essa ideia de maneira explícita, a leitura de Freyre de que a sociedade brasileira seria um resultado de contribuições das “três raças principais” que marcaram o percurso histórico do país  – o indígena, o africano e o português -, esconde, segundo uma historiografia mais atualizada já no século XX, uma desigualdade de forças e uma cultura de violência racial que marca a estrutura da formação contemporânea brasileira.

Por mais que seja um clássico da produção brasileira referente as suas origens, “Casa-Grande & Senzala” precisa ser revisitada com os olhares críticos das atualizações da produção científica histórica do país. Dialogar com a pauta desse “quem somos?” em Freyre pode ser um instrumento diferenciador em diversas temáticas de redação que abordem pautas sociais nacionais, principalmente pautas raciais.

Gostou das dicas? Continue acompanhando nosso Blog do QG, clicando aqui!

O conteúdo As representações de Brasil em “Casa-Grande & Senzala” de Gilberto Freyre aparece primeiro em Plataforma Enem.

]]>
https://enem.com.br/2020/08/31/as-representacoes-de-brasil-em-casa-grande-senzala-de-gilberto-freyre/feed/ 0
História: ciência ou opinião? https://enem.com.br/2020/05/21/historia-ciencia-ou-opiniao/ https://enem.com.br/2020/05/21/historia-ciencia-ou-opiniao/#respond Thu, 21 May 2020 06:10:43 +0000 http://blog.enem.com.br/?p=17035 O estudo de História é um processo científico que por muitas vezes acaba sendo considerado opinião, entenda a diferença!

O conteúdo História: ciência ou opinião? aparece primeiro em Plataforma Enem.

]]>
O estudo de ciências humanas vem sendo ultimamente muito questionado por parte da opinião pública por, segundo esse imaginário disseminado, não corresponder a um conhecimento estritamente científico, sendo vulnerável a opiniões parciais de seus pesquisadores. No entanto, o processo de construção de conhecimento nas ciências humanas está longe de ser uma mera “opinião” e segue todos os procedimentos de uma pesquisa científica como de qualquer outra área das ciências naturais, por exemplo.

Investigação, pesquisa, análise e o levantamento de hipóteses faz parte de todo o processo científico das ciências humanas. Para um historiador construir uma tese a respeito de algum fenômeno do passado, ele precisa saber investigar e analisar o que as fontes constatam. Essa por sua vez é a maneira que temos de deixar o próprio passado conversar conosco: por meio das fontes.

ciência ou opinião

As fontes históricas podem ser escritas (documentos), orais (relatos), iconográficas (imagens) ou materiais (objetos). Por meio delas, o historiador precisa constatar se primeiramente aquele documento é verdadeiro, cruzá-lo com outros para ver se é coerente e, a partir de então, analisá-lo segundo os princípios metodológicos das ciências humanas. Ou seja, fazer as perguntas às quais deseja resposta ao documento e analisar o que é dito e o que é omitido pelo mesmo.

A partir de então, é óbvio que o historiador desenvolve uma interpretação a respeito daquele fenômeno analisado. No entanto, não é uma opinião apenas. Ela precisa seguir todo esse procedimento e ser ratificada e verificada pela comunidade científica.

Ser ciência não significa propor-se a descobrir verdades imutáveis. Abrir o campo para o debate com a sociedade faz parte de toda produção científica, assim como na História. Não basta apenas pegar um pedaço de papel e escrever suas opiniões do dia sobre um acontecimento histórico que você está praticando essa ciência.

Cada área do conhecimento possui métodos próprios e objetos de pesquisas singulares. O estudo dos eventos influenciados por humanos e suas relações não deve ser desmerecido. O processo de rever constatações científicas faz parte de todas as áreas, logo, óbvio que, em diversos momentos, historiadores vão olhar para certas obras e falar “isso está errado”, porém isso não anula o processo científico. Muito pelo contrário, é parte do mesmo!

Gostou das dicas? Continue acompanhando o Blog do QG, clicando aqui!

O conteúdo História: ciência ou opinião? aparece primeiro em Plataforma Enem.

]]>
https://enem.com.br/2020/05/21/historia-ciencia-ou-opiniao/feed/ 0
Repertório sociocultural: pensadores antigos https://enem.com.br/2020/05/14/repertorio-sociocultural-pensadores-antigos/ https://enem.com.br/2020/05/14/repertorio-sociocultural-pensadores-antigos/#respond Thu, 14 May 2020 11:00:42 +0000 http://blog.enem.com.br/?p=16979 Conheça alguns pensadores da Antiguidade e expanda seu repertório sociocultural para a redação do ENEM.

O conteúdo Repertório sociocultural: pensadores antigos aparece primeiro em Plataforma Enem.

]]>
A Antiguidade foi um período histórico de grandes contribuições, seja no âmbito literário, filosófico, político ou educacional. Foi a partir dela que diversos conceitos do Ocidente foram enraizados, e se tornaram reflexos aperfeiçoados da Grécia Antiga. Nesse sentido, entendendo a grande importância que esse período histórico teve, o QG preparou pra você uma matéria com alguns pensadores da Antiguidade, para aumentar seu repertório sociocultural. Confira!  

HOMERO 

É fato que não podemos falar de Grécia Antiga sem falarmos em Homero, né? Homero foi um poeta grego responsável pelos poemas épicos a Ilíada e a Odisseia, que narram respectivamente, a história de Aquiles e a Guerra de Troia, e as aventuras do herói Odisseu, durante sua volta à terra natal. Nesse sentido, vale destacar que as obras de Homero foram de grande importância à educação grega, isso porque se caracterizavam por apresentar modelos heroicos a serem seguidos. Isto é, os heróis de Homero possuíam virtudes como prudência, coragem e austeridade, qualidades essenciais para o desenvolvimento cidadão do grego. Assim, a pedagogia desenvolvida na Grécia unia aprendizados morais, retóricos e gramáticos, pensando em uma formação reflexiva e cidadã e não técnica e laboral.   

pensadores

SAFO DE LESBOS  

Pouco se é falado de mulheres poetisas e pensadoras na Antiguidade, o que durante muito tempo nos fez crer que mulheres simplesmente não produziam conhecimento nesse período. No entanto, não é bem assim! Safo foi uma poetisa grega de grande estima na Antiguidade, sendo homenageada até mesmo em poemas de Catulo. Suas produções exploravam temas como amor, sexualidade e gênero, e segundo estudos, eram direcionados a mulheres e meninas que passavam por ritos femininos como casamento, parto e puberdade. Dessa forma, Safo foi uma mulher à frente do seu tempo, que deixou um vasto legado, principalmente sobre a configuração de amor e desejo que temos hoje em dia.  

PLATÃO  

Platão certamente é um dos pensadores mais conhecidos e um dos mais célebres dessa área do conhecimento. Uma de suas teorias mais famosas é a metafísica dualística, que divide o mundo em duas partes: o mundo sensível e o inteligível, sendo o sensível uma realidade ilusória das experiências que vivemos, e o inteligível o mundo da realidade intelectual e verdadeira. Para expressar melhor isso, Platão elaborou a alegoria da Caverna, que até hoje é uma ótima forma de abordar diversos temas, principalmente no meio cinematográfico.  

PÍNDARO 

Também conhecido como poeta dos jogos, Píndaro foi um poeta grego nascido em 518 a.C na cidade de Cinoscéfalos. Suas obras eram caracterizadas por exaltarem o heroísmo dos atletas vencedores das Olimpíadas. Dessa forma, a partir das suas odes, Píndaro homenageava e eternalizava a vitória dos atletas na história da Grécia, mostrando assim, a importância do esporte e da saúde corporal e mental.  

Por fim, podemos citar ainda as contribuições de pensadores como Tales de Mileto e Pitágoras, que também colaboraram para o desenvolvimento de outras áreas do conhecimento, como a matemática e a astronomia. Utilizar esses pensadores em uma redação mobilizando-os junto ao tema, pode tornar seu repertório riquíssimo!

Gostou das dicas? Continue acompanhando o Blog do QG, clicando aqui!

O conteúdo Repertório sociocultural: pensadores antigos aparece primeiro em Plataforma Enem.

]]>
https://enem.com.br/2020/05/14/repertorio-sociocultural-pensadores-antigos/feed/ 0
O conceito de “Homem Cordial” na sociologia brasileira https://enem.com.br/2020/04/20/o-conceito-de-homem-cordial-na-sociologia-brasileira/ https://enem.com.br/2020/04/20/o-conceito-de-homem-cordial-na-sociologia-brasileira/#respond Mon, 20 Apr 2020 14:08:12 +0000 http://blog.enem.com.br/?p=16828 Entenda o conceito de Homem Cordial desenvolvido por Sérgio Buarque de Holanda como uma interpretação do ser brasileiro.

O conteúdo O conceito de “Homem Cordial” na sociologia brasileira aparece primeiro em Plataforma Enem.

]]>
Conhecido como um dos “intérpretes do Brasil”, Sérgio Buarque de Holanda foi um sociólogo/historiador que propôs uma interpretação a respeito do ser brasileiro que movimentou diversos debates à época e ainda hoje em dia. O conceito de Homem Cordial é muito caro a Sérgio Buarque de Holanda e que muitos alunos gostam de trabalhá-lo nas redações, mas por muitas vezes, acabam utilizando-o de maneira errônea e desvirtuando a tese do sociólogo. Por isso, quem seria o Homem Cordial?

Dentro de sua principal obra, “Raízes do Brasil” (1936), Sérgio Buarque de Holanda, em um capítulo denominado “Homem Cordial”, defende a tese de que este seria o brasileiro: um ser que prioriza a cordialidade. Segundo a historiadora Lilia Schwarcz, essa afirmação teria assombrado Sérgio Buarque por toda sua vida, porque desvirtuou-se o conceito de “cordialidade” ao afirmar que o brasileiro seria, portanto, amigável e bondoso. Em algumas revisões da obra, o sociólogo fez questão de colocar em diversas notas de rodapé que quando afirma “cordialidade” significava agir com o coração, ou seja, de maneira emotiva. Logo, o brasileiro seria aquele que prioriza os laços emotivos frente à razão. Inclusive, a cordialidade por certas vezes pode significar agir de maneira violenta.

Homem Cordial

O sociólogo desenvolve mais essa ideia ao levar essa interpretação para esferas maiores como a política. Segundo Sérgio Buarque de Holanda, o Estado brasileiro absorvia reflexos desse aspecto social por meio do patrimonialismo. Esse por sua vez significa o aparelhamento de cargos públicos pautados na proximidade, afetos e não nas competências técnicas. Ou seja, essa cordialidade brasileira fez com que em nossa cultura, a diferenciação entre o público e privado não se estabeleceu de maneira concreta.

Além disso, segundo ele, a impessoalidade que o capitalismo impõe nunca conseguiu se capilarizar pela sociedade, porque o brasileiro seria aquele que necessita criar intimidade com o outro como condição de estabelecer qualquer tipo de relação. Como exemplo, Sérgio Buarque de Holanda mostra como, para conquistar clientes, muitos vendedores precisam fazer de sua clientela seus amigos antes.

Para o Homem Cordial, a rigidez das instituições e de cultos nunca foi algo a se apreciar. Como de exemplo, o sociólogo mostra a relação do brasileiro com a figura dos santos, que por muitas vezes são tratados no diminutivo, como “São Longuinho” ou até mesmo “menino Jesus”. Uma intimidade com o sagrado que menospreza o julgamento de profanidade por vezes.

Nas décadas de 1930 e 1940, com o projeto nacionalista varguista em voga, esse conceito de cordialidade brasileira foi muito desvirtuado para algo positivo à brasilidade, mas que em nenhum momento Sérgio Buarque de Holanda teria afirmado isso em sua obra. Esse tipo de argumentação, claramente, possui diversas problemáticas que foram e ainda são até hoje muito criticadas. No entanto, por mais que bem generalista, o que impressiona nessa interpretação de Sérgio Buarque de Holanda é a atualidade desse debate, que possui, inclusive, um potencial muito grande para ser trabalhado em diversos temas de redação.

Gostou das dicas? Continue acompanhando o Blog do QG, clicando aqui!

O conteúdo O conceito de “Homem Cordial” na sociologia brasileira aparece primeiro em Plataforma Enem.

]]>
https://enem.com.br/2020/04/20/o-conceito-de-homem-cordial-na-sociologia-brasileira/feed/ 0
Como funcionam os Três Poderes do Estado brasileiro? https://enem.com.br/2020/03/10/como-funcionam-os-tres-poderes-do-estado-brasileiro/ https://enem.com.br/2020/03/10/como-funcionam-os-tres-poderes-do-estado-brasileiro/#respond Tue, 10 Mar 2020 12:58:10 +0000 http://blog.enem.com.br/?p=16519 Como se divide o poder de decisão política no Brasil.

O conteúdo Como funcionam os Três Poderes do Estado brasileiro? aparece primeiro em Plataforma Enem.

]]>
Política é um assunto que nos cerca o tempo todo, gostando ou não. Noticiário, debates, conversas e o próprio cotidiano estão inseridos no universos da política. Decisões são tomadas que influenciam nosso dia a dia que muitas vezes não temos uma noção exata de como aquilo foi definido. Por isso, é muito importante que entendamos como funcionam os Três Poderes do Estado brasileiro.

Quando teorizado lá no Iluminismo com Montesquieu, a noção de dividir o poder em três instâncias visava a descentralização política do governante, naquele caso do monarca. Para isso, seria criado um Poder Executivo – responsável pela administração do Estado, sancionando ou não leis e representando o país internacionalmente -, um Poder Legislativo – responsável pela criação e aprovação das leis – e um Poder Judiciário – responsável pelo julgamento constitucional das leis.

três poderes

No Brasil, nossa Constituição atual promulgada em 1988 determina um regime presidencialista. Ou seja, o Poder Executivo é representado por um presidente, não um primeiro-ministro. O presidente eleito é o Poder Executivo no âmbito federal, no entanto, os governadores e prefeitos de estados e cidades também representam os poderes executivos, porém em âmbitos locais.

Já o nosso Poder Legislativo, é representado por duas instâncias: Câmara dos Deputados e o Senado. O Legislativo é dividido assim para poder não haver disparidade entre os estados mais populosos e menos populosos na representação federal. Os deputados são eleitos como os mais votados, ou seja, São Paulo (o estado mais populoso do Brasil), por exemplo, levaria vantagem ao emplacar representantes. Por isso, existe o Senado, outra instância que possui necessariamente 3 representantes de cada estado para equiparar os interesses locais brasileiros.

Por fim, o Judiciário é representado pelo nosso Supremo Tribunal Federal (STF) como instância maior federal. O STF composto por ministros fica responsável pelo julgamento das ações políticas dos outros poderes. Por exemplo, o STF analisa se uma lei aprovada no Senado segue as diretrizes da Constituição federal.

É importante lembrar que nenhum dos Três Poderes é superior ao outro. Nem mesmo o presidente possui um poder político superior ao Senado ou ao STF, são apenas encargos diferentes. Além disso, cabe a cada um desses poderes do Estado vigiar o outro para evitar abusos de poder e garantir a República brasileira.

Gostou das dicas? Continue acompanhando o Blog do QG, clicando aqui!

O conteúdo Como funcionam os Três Poderes do Estado brasileiro? aparece primeiro em Plataforma Enem.

]]>
https://enem.com.br/2020/03/10/como-funcionam-os-tres-poderes-do-estado-brasileiro/feed/ 0