Gabriel Milaré, autor em Plataforma Enem Plataforma Enem Sat, 01 Feb 2025 17:54:35 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 https://enem.com.br/wp-content/uploads/2025/02/e-PORTAL_ENEM-150x150.png Gabriel Milaré, autor em Plataforma Enem 32 32 O saudosismo da ditadura nos dias atuais https://enem.com.br/2021/02/03/o-saudosismo-da-ditadura-nos-dias-atuais/ https://enem.com.br/2021/02/03/o-saudosismo-da-ditadura-nos-dias-atuais/#respond Wed, 03 Feb 2021 11:00:13 +0000 http://enem.com.br/?p=18662 Entenda o que explica os atuais saudosismo em relação ao período ditatorial por alguns setores da sociedade brasileira

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Memória é uma das áreas de estudo que mobiliza grande parte da produção historiográfica atual. Ao estudá-la, o historiador não foca necessariamente sua análise a respeito dos acontecimentos em si, mas sim na receptividade da sociedade e como encaramos certo período histórico; que sensações, lembranças e heranças nos deixou aquele momento. Com isso, hoje iremos nos propor a analisar o porquê de alguns setores da sociedade brasileira sentirem saudades da experiência da ditadura civil-militar.

Como visto, Memória não necessariamente corresponde à História. Logo, o primeiro aspecto que vale ser ressaltado diz respeito ao negacionismo de parte de setores que foram beneficiados durante o período ditatorial. Esse processo representa a atitude de negar as evidências históricas de torturas, assassinatos, terrorismo de Estado e outras violências oficiais por parte dos governos ditatoriais para continuar defendendo o próprio ponto, como se fosse uma questão opinativa. Pode-se até discutir fontes históricas, porém nunca negá-las.

ditadura

O segundo aspecto que vale a pena a ser ressaltado diz respeito à própria estratégia política de todo regime autoritário, de vedar a população do conhecimento a respeito do que realmente se passava no país à época. O discurso de que na ditadura não havia corrupção ou que tudo era mais seguro é resultado de uma política de censura que blindava a sociedade de ficar sabendo dos crimes de Estado cometidos. Havia corrupção, só não poderia ser explicitada em jornais.

Ademais, um fenômeno histórico que contribui historicamente para a sobrevida desse saudosismo infundado até os dias atuais é o próprio processo de redemocratização e fim da ditadura no Brasil. Arrisque-se hoje em dia de ir à Argentina e explicitar publicamente que sente saudades da ditadura de lá. Provavelmente a repreensão da sociedade civil será bem maior do que no Brasil. Isso porque a ditadura argentina teve fim com um processo de ruptura drástico. Os militares saíram do poder na Argentina após um vexame em uma guerra. Houve um fim drástico e pontual do regime.

No Brasil, o processo foi diferente. A redemocratização brasileira foi fruto de um processo de negociação da ditadura com setores de oposição. Os militares abriram para a democracia após garantir que todo e qualquer risco de políticas revanchistas ou de perseguição a eles fossem evitadas. A abertura “lenta, gradual e segura” serviu para vender a redemocratização como uma concessão por parte da ditadura.

Além disso, a própria Lei da Anistia (1979) transmitia a ideia de que o perdão mútuo entre opositores e militares seria a via mais benéfica para aquela conciliação democrática. Com o objetivo de garantir a segurança da transição para os militares, essa lei ancorou-se em um imaginário de perdão cristão na sociedade brasileira, que só foi ser revisada com a criação da Comissão Nacional da Verdade em 2011, que tinha como objetivo responsabilizar historicamente aqueles que cometeram crimes de Estado durante a ditadura.

Não apenas com a ditadura, mas o Brasil não consegue de fato fazer as pazes com seu passado. Discursos negacionistas a respeito da escravidão, inclusive, ainda são observados hoje em dia. Nesse sentido, o papel da História reforça cada vez mais o objetivo de nos lembrar daquilo que não podemos esquecer, para então podermos atuar ativamente em nossa realidade.

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Mapa de estudo: Brasil colônia https://enem.com.br/2020/12/02/mapa-de-estudo-brasil-colonia/ https://enem.com.br/2020/12/02/mapa-de-estudo-brasil-colonia/#respond Wed, 02 Dec 2020 12:00:59 +0000 http://enem.com.br/?p=18606 Confira como guiar seus estudos de História do período colonial brasileiro.

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O recurso de mapas de estudo é muito útil para quando se entra em reta final de preparação para vestibulares. O objetivo de um mapa de estudo é chamar atenção de maneira objetiva para o encaminhamento de como se deve dar sua revisão a respeito daquele macrotema em questão. Por isso, hoje abordaremos um dos conteúdos mais cobrados de ENEM e vestibulares referente à Humanas, Brasil colônia, para contribuir nessa fase final de preparação.

Dividiremos esse macrotema, Brasil colônia, em 4 eixos de análise. Em cada um deles, haverá um encaminhamento para o estudo, compondo o mapa. São esses os eixos:

Brasil colônia

1. O século XVI e a montagem do projeto colonial

Primeiramente, seu estudo deve remeter ao início do século XVI e a relação da Coroa com o território americano ultramarino. A relação da expansão ultramarina portuguesa e o estabelecimento primeiramente das Capitanias e depois Governo Geral deve estar bem estabelecida no planejamento de estudos.

2. O século XVII e a consolidação do negócio do açúcar

Nesse segundo momento, o açúcar deve assumir um protagonismo em seu estudo. Outra temática que também tem que ficar bem definida nessa segunda parte é a importância das instituições das câmaras municipais no estabelecimento de uma economia política e da comunicação com a Coroa no ultramar.

3. O século XVIII e as transformações em Portugal e nas Américas

Em termos cronológicos, nesse último momento no estudo de Brasil colônia, devem ficar claras as transformações políticas e de estratégias do governo de Pombal no tratamento com a América portuguesa. A conexão das consequências desse contexto político para a vinda da Coroa no início do século XIX também deve ser um eixo de análise nesse tópico.

4. A escravidão e a sociedade colonial

Esse último, e talvez mais importante, aspecto deve perpassar todo o estudo dos últimos eixos até aqui apresentados. No entanto, sua análise específica deve requer prioridade por entender que é um dos temas mais abordados pelo ENEM. Aspectos como: violência escravista, disciplina católica, escravidão indígena, tráfico negreiro, estratégias de resistência, estratégias de dominação, entre outros.

Por fim, vale ressaltar que cada um desses aspectos é aprofundado nos cursos de Humanas do QG do ENEM. Caso deseje ter uma abordagem mais desenvolvida desses temas, conheça os cursos do QG, clicando aqui!

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Podcasts que vão te ajudar a revisar conteúdos https://enem.com.br/2020/11/25/podcasts-que-vao-te-ajudar-a-revisar-conteudos/ https://enem.com.br/2020/11/25/podcasts-que-vao-te-ajudar-a-revisar-conteudos/#respond Wed, 25 Nov 2020 16:06:14 +0000 http://enem.com.br/?p=18549 Conheça alguns podcasts que podem te ajudar na preparação para os vestibulares.

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De uns anos para cá, os meios de comunicação passaram por alguns processos de inovação e a ascensão de podcasts foi uma das novidades dessa última década. O podcast é uma ferramenta de transmissão de notícias e conhecimento em formato de áudio, que apresenta uma flexibilidade de comunicação muito grande. Ou seja, você pode ouvir lavando louça, levando o cachorro na rua, durante um almoço, enfim, em qualquer lugar e momento. Vamos ver como isso pode ser útil para a preparação para vestibulares, então? Confira algumas recomendações de podcasts que podem te ajudar a revisar conteúdos!

podcasts

Nerdcast

Um dos podcasts mais ouvidos no Brasil, principalmente pelos jovens, e que mistura a cultura pop com embasamento científico por diversas vezes. Análises científicas de super-heróis, debates de História, avanços da Biologia, entre diversos outros temas que abordam conteúdos importantes e de maneira descontraída. Conheça o programa clicando aqui!

Xadrez Verbal

Um programa semanal e que resume de maneira bem completa todas as atualidades relevantes em escala global da semana. Comandado por historiadores, o Xadrez Verbal é uma ótima ferramenta para se acompanhar as atualidades de maneira mais aprofundada para vestibulares.

Presidente da Semana

Um podcast desenvolvido pela Folha de São Paulo que aborda em cada episódio um presidente diferente da história do Brasil, abarcando todos da História, e com entrevistas com historiadores referentes no estudo. É curtinho e muito interessante para aprofundamento e revisão de História.

Nerds do QG

Por fim, o próprio podcast do QG do ENEM! Abordamos assuntos relevantes para vestibulares com professores comentando as diversas dimensões envolvidas. Já tivemos programas de Redação, Atualidades, História, Geografia, Física, Química, Matemática e diversos outros. Não deixe de dar uma olhada, clicando aqui!

Use essas ferramentas a seu favor e que também contribuem para um descanso daquele método mais tradicional de transmissão de conhecimento! Vale a pena dar uma olhada nessas dicas!

Para mais matérias como essa, continue acompanhando o Blog do QG, clicando aqui!

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Como o cenário de eleições pode aparecer em vestibulares pelo país? https://enem.com.br/2020/11/18/como-o-cenario-de-eleicoes-pode-aparecer-em-vestibulares-pelo-pais/ https://enem.com.br/2020/11/18/como-o-cenario-de-eleicoes-pode-aparecer-em-vestibulares-pelo-pais/#respond Wed, 18 Nov 2020 12:00:08 +0000 http://enem.com.br/?p=18509 Entenda como os vestibulares podem abordar as eleições brasileiras.

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Na última semana, o Brasil vivenciou o final de um processo eleitoral em âmbito municipal por todo o país. As eleições mobilizaram redes sociais, debates, conversas e também trouxe à tona conceitos e discussões muito importantes a respeito de pautas sociológicas e históricas. Por isso, nosso objetivo hoje será entender como o cenário de eleições pode aparecer em vestibulares pelo país.

Primeiramente, é importante ressaltar que não necessariamente os vestibulares irão abordar as atuais eleições pelo Brasil, mas sim cobrar do candidato que demonstre conhecimento a respeito do processo democrático brasileiro e as principais pautas que o circundam. Com isso, alguns temas podem vir dialogando com as questões:

Cidadania

Nesse primeiro ponto, é importante sempre ressaltar, principalmente em cenário de eleições, que o exercício de cidadania ultrapassa os limites apenas do voto. O ser cidadão adota dimensões de representação, luta cotidiana, o marcar sua importância para o coletivo da sociedade, entre diversos outros meios. Cidadania é um exercício diário, não simplesmente de 2 em 2 anos.

eleições

Democracia

Assim como o conceito de cidadania, é importante sempre atentar que democracia, a participação do povo no poder, também amplia suas próprias dimensões políticas. A democracia como uma cultura, onde é importante noções de representatividade, respeito e convivência diária com o diferente. Democracia efetiva também depende de uma cultura democrática.

Representatividade e questões identitárias

Seguindo a linha de expansão da dimensão de democracia, o cenário de eleições também  joga luz sob uma pauta importante, principalmente na sociedade brasileira, que é a representatividade e questões identitárias. Nesse ponto, pontos como racismo, machismo, homofobias tornam-se problemáticas a serem superadas também pelo meio do voto. A identidade coletiva de um grupo minoritário também ratifica-se pela via eleitoral.

Percurso histórico do direito ao voto e da República

Nessa pauta, é bem recorrente que vestibulares de maneira geral abordem textos a respeito de diversas constituições durante a história brasileira, jogando luz sob o direito de participação política. Nesse sentido, também vale retomar o próprio percurso histórico da República brasileira. Em uma aula do QG sobre Constituições brasileiras, o professor de História Márcio Branco aprofundou a temática. Para conferir, clique aqui!

Correntes políticas e ideológicas

Outra pauta suscitada em época de eleições é o debate a respeito de correntes políticas e ideológicas, que também é uma marca de abordagens de vestibulares. A compreensão em termos filosóficos e sociológicos de propostas políticas também pode ser um recurso de cobrança de vestibulares.

Por fim, é importante ressaltar que o conhecimento a respeito dessas pautas não faz-se importante apenas em termos de conteúdo, mas também contribuindo para a formação cidadã de cada indivíduo. É bem comum que provas e vestibulares levem essa dimensão em consideração em suas abordagens.

Gostou das dicas? Para essas e mais pautas de atualidades e dicas de vestibulares, continue acompanhando o Blog do QG, clicando aqui!

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Revisando conceitos importantes para a prova de Humanas https://enem.com.br/2020/11/11/revisando-conceitos-importantes-para-a-prova-de-humanas/ https://enem.com.br/2020/11/11/revisando-conceitos-importantes-para-a-prova-de-humanas/#respond Wed, 11 Nov 2020 13:20:47 +0000 http://enem.com.br/?p=18434 Relembre alguns conceitos importantes para a prova de Humanas que passaram pela preparação durante o ano.

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Alguns vestibulares, inclusive o próprio ENEM, costumam exigir em suas questões um conhecimento teórico por parte dos candidatos. Muitas vezes, a própria análise dos acontecimentos históricos passa por uma abordagem mais conceitual e interpretativa do que essencialmente conteudista. Por isso, hoje iremos rever alguns conceitos importantes para as provas de Humanas!

Fontes históricas

É o que fundamenta o método científico da ciência histórica. Faz parte da produção intelectual de História saber onde encontrar, como analisar e interpretar os documentos que o passado nos deixa. Elas podem se apresentar de maneiras diversas: materiais, iconográficas, escritas ou orais. Confira nossa matéria explicando o método científico histórico, clicando aqui!

conceitos importantes para a prova de Humanas

Memória coletiva e identidade

O debate a respeito de memória coletiva tem ganhado força recentemente devido, principalmente, às manifestações do “Black Lives Matter” e toda a discussão sobre a derrubada das estátuas. Patrimônios e monumentos operam com o objetivo de manter viva uma memória coletiva, indissociável da formação de identidades também coletivas de determinados grupos. Não existe identidade coletiva sem memória e nem memória coletiva sem identidade.

Cidadania

Provas, como o próprio ENEM, utilizam-se de abordagens históricas que visam promover uma interpretação a respeito do que significa ser cidadão. É importante que os vestibulandos interpretem o exercício de cidadania, como os recentes estudos em sociologia e história vêm mostrando, ultrapassando noções oficiais, como o voto, e trazendo esse diálogo para o cotidiano politizado. Confira nossa matéria explicando essas novas dimensões de cidadania dos recentes estudos em História, clicando aqui!

Democracia

Muito vinculado também ao anterior de cidadania, o conceito de democracia também necessita ser interpretado de uma maneira extra-voto. As dimensões representativa, participativa e ativa, no sentido de expandir a esfera pública em sua relação com o poder, são fundamentais para instrumentalizar a análise a respeito do próprio conceito de democracia.

Direitos civis, políticos e sociais

A luta histórica por direitos possui algumas dimensões importantes que devem ser analisadas especificamente em alguns conceitos teóricos. Nesse sentido, precisamos diferenciar essas instâncias de direitos: (i) civis: os que se referem à cidadania enquanto igualdade jurídica e liberdade de expressão; (ii) políticos: os que se referem ao votar e ser votado; (iii) sociais: os que se referem à garantia de maior dignidade social ao povo.

Por fim, é importante que o vestibulando tenha em mente que o conhecimento teórico é tão fundamental quanto ao estudo conteudista. O ENEM e diversos outros vestibulares exigem que os alunos saibam interpretar os fenômenos históricos e culturais a partir desses conceitos importantes.

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As migrações no Brasil da década de 1950 https://enem.com.br/2020/11/02/as-migracoes-no-brasil-da-decada-de-1950/ https://enem.com.br/2020/11/02/as-migracoes-no-brasil-da-decada-de-1950/#respond Mon, 02 Nov 2020 15:25:14 +0000 http://enem.com.br/?p=18374 Entenda as dinâmicas migratórias internas brasileiras durante a década de 1950.

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O estudo de demografia por parte da Geografia sempre realizou diálogos com a ciência histórica para completar a interpretação a respeito das dinâmicas internas da população brasileira, conectadas com acontecimentos políticos, econômicos e sociais. Com isso, nosso objetivo hoje será tratar sobre o contexto brasileiro da década de 1950 e como este impactou fluxos de migrações no país.

A década de 1950 é marcada por dois governos republicanos durante o chamado Intervalo Democrático Brasileiro (1945 – 1964), o de Vargas e de JK. No entanto, nossa análise ficará retida neste último, para entender as transformações econômicas e seus impactos em fluxos migratórios.

migrações

Juscelino Kubitschek sintetiza seu projeto político no chamado “Plano de Metas”, que consistia uma série de objetivos a serem alcançados em 5 anos a fim de promover o desenvolvimento do parque industrial brasileiro e a integração nacional. Com isso, uma meta deveria operar como a síntese de todas as outras: a construção de Brasília.

Levar a capital para Brasília também tinha como objetivo integrar o território a partir da construção de rodovias que conectassem os cantos do país com o interior, ou seja, favorecer a integração a partir da interiorização. Nesse sentido, a construção da cidade modelo também vai gerar um fluxo de migrações considerável, dos chamados candangos, de trabalhadores e famílias que participaram do processo de formação daquela urbe.

No entanto, o desenvolvimento do parque industrial não ocorreu de maneira homogênea em termos regionais. O eixo sul-sudeste atraiu mais investimentos externos e deu um salto tecnológico desproporcional às regiões Norte e Nordeste.

A criação da SUDENE – Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste – não conseguiu atrair tantos investimentos para a região como se propunha. Com isso, um cenário passava a ser desenhado no que se refere às dinâmicas internas da demografia brasileira, que iriam inclusive ser herdadas para as décadas seguintes.

As migrações em direção ao sul-sudeste, principalmente das regiões norte-nordeste, ganhou muito volume como um meio daquelas pessoas de conseguirem novas oportunidades de emprego e renda. Esse fluxo vai se somar a outros constantes de fuga da seca dos sertões nordestinos.

Esses movimentos modificaram o próprio espaço urbano do eixo sul-sudeste. O volume dessas migrações foi tão alto que as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro não conseguiram ter uma logística habitacional para acolher essas pessoas. O processo de favelização nasce de maneira mais profunda como consequência dessa urbanização massiva e não planejada.

Ademais, outras consequências vão se apresentar como frutos desse processo: aumento da violência urbana, especulação imobiliária, aumento da degradação de serviços básicos etc. No entanto, também é importante ressaltar os reflexos culturais desse processo. Tradições nordestinas e nortistas transformaram a identidade dessas cidades em diversos âmbitos: religião, culinária, linguística, festividades, entre diversos outros.

Por fim, vale ressaltar que fluxos de migrações, como vistos, não são fatores isolados e alheios às transformações do contexto de época. Análises históricas, geográficas e culturais da Sociologia, por exemplo, são fundamentais para compreender a dimensão desses processos.

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A origem da Black Friday https://enem.com.br/2020/10/26/a-origem-da-black-friday/ https://enem.com.br/2020/10/26/a-origem-da-black-friday/#respond Mon, 26 Oct 2020 15:27:25 +0000 http://enem.com.br/?p=18322 Entenda qual é a origem do termo e da tradição comercial da Black Friday.

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O final de ano para uma economia de um país é um dos momentos mais efervescentes do mercado, muito devido às festas de Natal e Ano Novo, mas também pela famosa Black Friday no fim de novembro. A data é conhecida pelos altos descontos e a euforia que toma conta do poder de consumo da sociedade. No entanto, vamos entender um pouco mais sobre esse termo e da onde ela surgiu!

A tradição de transformar uma sexta-feira de novembro em um dia marcado por descontos surgiu nos EUA no início do século XX, em que, após o dia de Ação de Graças, a população corria para realizar as compras de final de ano e, com isso, diversas lojas ofereciam descontos diversos. Logo, a 6ª feira que procedia essa data comemorativa ficou marcada pelo ir às compras.

Black Friday

No entanto, da onde surgiu o termo “Black Friday”? Ao contrário do que possa parecer, o termo “Sexta Feira Negra” não surge como pejorativo em dimensão racial, mas sim porque o termo “Black” há tempos era já usado para se referir a momentos complicados, como “Black Death”, a Peste Negra.

O termo nos EUA surge no final do século XIX para se referir a algumas crises do sistema financeiro, porém, no decorrer do século XX, segundo alguns, Black Friday passou a ser referenciada por policiais à confusão que tomava às ruas na euforia das compras. Como é um termo criado, é complicado determinar ao certo a origem, mas segundo algumas fontes orais, foi assim que surgiu “Black Friday”.

Por mais que hoje em dia a gente já possua uma ideia de que a Black Friday é o maior momento de compras do ano, na verdade, ela só passou a ser o dia mais movimentado do comércio nos EUA a partir do século XXI, 2001. Entretanto, a tradição não ficou reclusa aos EUA, sendo adotada de maneira simbólica em diversos outros países capitalistas ao redor do mundo!

E o que o QG tem a ver com isso??
Falta aproximadamente 1 ano para o Enem 2021 e com certeza você ou fará ou conhece alguém que irá fazer a prova no próximo ano. Então, prepare-se pois a partir do dia 01/11/2020 teremos uma Super novidade para colocar todos que irão fazer o Enem 2021 a um passo a frente.

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O funk e a cultura popular brasileira https://enem.com.br/2020/10/19/o-funk-e-a-cultura-popular-brasileira/ https://enem.com.br/2020/10/19/o-funk-e-a-cultura-popular-brasileira/#respond Mon, 19 Oct 2020 15:09:08 +0000 http://enem.com.br/?p=18276 Entenda a dimensão de retrato da sociedade que o funk transparece.

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No Blog do QG, costumamos abordar bastante temáticas musicais, e não por coincidência. A dimensão cultural que uma manifestação musical possui nos permite estudar características e valores de determinada época, grupo social e espaço. Já tratamos sobre o samba e sua representatividade do enraizamento de tradições africanas no Brasil; a MPB durante a Ditadura Civil-Militar como importante protagonista de uma resistência cultural e política; agora, trataremos sobre o funk!

Nosso objetivo não vai ser destrinchar o percurso histórico do funk no Brasil, mas sim analisar a evocação de certas vozes, muitas vezes silenciadas, que esse gênero musical viabiliza. Por mais que tenha sido inspirado em outros ritmos advindos da musicalidade negra dos EUA na década de 1960, vai ser no Brasil que o funk vai ser ressignificado e transformado no fenômeno que é hoje em dia.

funk

A palavra-chave é ressignificação. Dar um novo significado ao ritmo fez com que o funk se transformasse em mais do que apenas um gênero musical, mas em uma marca cultural de comunidades marginalizadas, principalmente no eixo Rio-São Paulo. No entanto, isso não significa, como observamos nos dias atuais, que o funk é restrito a essas regiões. A tradução do gênero para certas tradições locais gera inclusive misturas com ritmos regionais.

Essa marca popular de uma cultura marginalizada – ou seja, à margem da sociedade – exemplifica as diversas perseguições e inclusive criminalização do funk. Por demarcar uma musicalidade que rompe com um conservadorismo da sociedade de maneira mais afrontosa, o funk passou a ser vinculado, por uma mentalidade elitista, a um universo do desregrado moral e da criminalidade.

Paralelo a essa desqualificação moral de uma manifestação popular, observamos também um processo de apropriação cultural que visa transformar o funk em um ritmo mais “domesticado”, deixando de lado pautas e temáticas que marcam esse universo que dá voz ao subalterno. A elitização do funk aos grandes salões de festas expande o alcance do gênero musical, mas sem o reconhecer com uma carga cultural, apenas valorizando seu caráter festivo.

Por fim, para não deixar de falar sobre como essa temática pode aparecer em provas de vestibulares por todo o Brasil, é importante ressaltar que o funk pode ser um instrumento analítico para entender diversas abordagens em provas de Humanas e Redação. Pautas como elitização e apropriação cultural e valorização da musicalidade popular são questões que se demonstram muito atuais.

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Dicas na escolha de qual curso seguir https://enem.com.br/2020/10/12/dicas-na-escolha-de-qual-curso-seguir/ https://enem.com.br/2020/10/12/dicas-na-escolha-de-qual-curso-seguir/#respond Mon, 12 Oct 2020 16:13:56 +0000 http://enem.com.br/?p=18225 Confira algumas dicas que podem te ajudar na escolha do curso de graduação.

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A proximidade com o final do ano também representa uma proximidade com os vestibulares. A rotina dos estudos somada a essa ansiedade, muitas vezes, vêm acompanhadas também de um nervosismo na incerteza de qual curso seguir. Por isso, trataremos sobre algumas dicas para te ajudar a tomar a decisão na escolha de curso.

  • Testes vocacionais

São ótimas ferramentas para delimitar certos horizontes de escolha. No entanto, também requer certo cuidado para se encarar os resultados, pois eles não têm como finalidade limitar suas escolhas, mas sim chamar atenção para algumas áreas que possam despertar seu interesse.

Em nosso Blog do QG, você consegue encontrar um teste vocacional. Clique aqui!

escolha de curso

  • Pesquisa expandida

Muitas vezes, ficamos refém de cursos que já temos uma noção da atuação, e isso nos fecha horizontes de outros que não conhecemos ou de certas áreas dentro desses cursos. Por isso, é importante que você delimite uma área  – seja Humanas, Exatas, Biológicas ou Letras – e faça uma pesquisa detalhada sobre as diversas atuações. Pode ser que ache uma que não conhecia e te agrade!

  • Relatos pessoais

Conversar com graduandos de cursos que possui em mente é um bom meio para se ter uma melhor noção de como funciona a área de conhecimento mais a fundo. Caso não conheça ninguém que curse, procure em grupos de Facebook ou com conhecidos. No entanto, tal meio também precisa ser visto com cuidado, pois é importante saber separar experiências pessoais de informações gerais sobre a área.

  • Procure referências

Quando já tiver algumas ideias de cursos, procure vídeos, entrevistas, reportagens, matérias, artigos sobre algumas referências de profissionais nessa área. Principalmente se estiverem contando sobre como se descobriram dentro daquela atuação.

  • Esteja sempre aberto a novas opções

Por mais que clichê, talvez essa seja a dica mais importante! Não feche portas para opções sem antes conhecê-las. Todas as nossas dicas vão depender de uma pesquisa individual exaustiva, mas muito importante. Ninguém melhor do que você conseguirá delimitar seus interesses em uma escolha de curso!

Por fim, vale a pena ressaltar a importância do autoconhecimento a respeito de suas aspirações. Objetivos bem delimitados ajudam em maiores incentivos para a condução, inclusive, de seus estudos!

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Sincretismos religiosos na história do Brasil https://enem.com.br/2020/10/05/sincretismos-religiosos-na-historia-do-brasil/ https://enem.com.br/2020/10/05/sincretismos-religiosos-na-historia-do-brasil/#respond Mon, 05 Oct 2020 14:49:25 +0000 http://enem.com.br/?p=18181 Os novos significados do sagrado e os sincretismos religiosos na história brasileira.

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O estudo de determinado período precisa abarcar a dimensão das mentalidades, ou seja, uma análise a respeito da cultura e visão de mundo daqueles agentes históricos. Nesse sentido, para se estudar qualquer sociedade, é necessário uma reflexão a respeito de como aqueles indivíduos encaram a vida e a morte. Por isso, o aspecto religião é fundamental para a determinação dessa dimensão e, no caso, quando falamos de História do Brasil, precisamos levar em consideração o fator sincretismos religiosos.

Além de ser fundamental para compreender a mentalidade social, a questão do sincretismo é muito prezada por vestibulares, principalmente o ENEM. Nesse sentido, primeiramente, precisamos entender que a coexistência de elementos e crenças diversas têm como principal palco e atores o cotidiano popular.

sincretismos religiosos

As vivências de setores populares na história do Brasil foram os principais agente de fusão de crenças. O catolicismo ibérico que aporta em terras americanas na experiência colonial já é uma religião sincrética em si. A figura dos santos durante a Idade Média marcou um processo de ressignificação de práticas tidas como “pagãs’ e inserção destas ao seio da Cristandade.

Esse denominado “encontro colonial” entre nativos e portugueses foi encarado durante muito tempo pela historiografia como um processo de via única de imposição cultural e de força, ou seja, os colonizadores impondo aos indígenas a fé católica e o cativeiro. No entanto, as dinâmicas religiosas nos ajudam a entender melhor como que este foi um processo de transformação cultural mútua, sem ignorar o quesito violência da experiência colonial.

As crenças religiosas católicas, em contato com os nativos, sofreu diversas transformações na vivência popular e vice e versa. Hoje em dia, sabemos que a crença do povo tupi a respeito da busca de uma Terra Sem Males – por exemplo – adotou diversos signos católicos de visão de morte.

Com o tráfico de almas negras massivo e constante a partir da institucionalização da colonização, a crença religiosa de escravizados, advindos principalmente do tronco banto africano, também se enquadrou nesse contexto religioso. A partir do século XIX, com o apogeu do tráfico, principalmente, já conseguimos ver, em fontes, menções claras a cultos a divindades africanas.

A crença aos Orixás não necessariamente se deu em uma dinâmica alheia à vida religiosa brasileira. A ressignificação de santos católicos tornou-se um dos principais meios de culto banto, principalmente a partir do ingresso em Irmandades religiosas, como Irmandade da Boa Morte e Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.

Ademais, dois conceitos são muito importantes para entendermos esses processos de sincretismo religioso: ressiginificação e agregação de signos religiosos. Essas duas noções andam juntas, pois o processo sincrético é um meio agregador que gera um novo significado àqueles signos sagrados. Essa fusão de elementos e crenças, no entanto, não deve ser analisada como um processo cordial e amigável, ou seja, não exclui o perfil violento da imposição e proibição à cultos afro-aborígenes.

As heranças desses sincretismos religiosos geram o que hoje em dia vivenciamos na síntese de uma crença popular, que mistura e ressignifica cotidianamente, inconscientemente na maioria das vezes, o meio divino nessa visão de mundo. No entanto, estamos muito longe de um democracia religiosa no país, convivendo dia a dia com atos de intolerância, principalmente ataques a religiões afrobrasileiras.

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