Daiane Silva, autor em Plataforma Enem Plataforma Enem Thu, 20 Feb 2025 21:00:00 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 https://enem.com.br/wp-content/uploads/2025/02/e-PORTAL_ENEM-150x150.png Daiane Silva, autor em Plataforma Enem 32 32 Resumo do livro A Paixão Segundo G. H., leitura obrigatória da Fuvest 2026 https://enem.com.br/2025/02/20/a-paixao-segundo-g-h-resumo/ https://enem.com.br/2025/02/20/a-paixao-segundo-g-h-resumo/#respond Thu, 20 Feb 2025 20:40:58 +0000 https://enem.com.br/?p=23090 Publicado em 1964, “A Paixão Segundo G.H” é o quinto romance de Clarice Lispector e uma das obras mais importantes da literatura brasileira. A história acompanha G.H., uma mulher que, após um evento inesperado, passa por uma transformação profunda e introspectiva. A escrita de Lispector é densa e desafiadora, abordando temas como identidade, autoconhecimento e […]

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Publicado em 1964, “A Paixão Segundo G.H” é o quinto romance de Clarice Lispector e uma das obras mais importantes da literatura brasileira. A história acompanha G.H., uma mulher que, após um evento inesperado, passa por uma transformação profunda e introspectiva. A escrita de Lispector é densa e desafiadora, abordando temas como identidade, autoconhecimento e os limites da linguagem.

Este livro é leitura obrigatória para o vestibular da Fuvest 2027, e exige dos estudantes uma interpretação atenta e reflexiva. Para quem está se preparando para esse desafio, “A Paixão Segundo G.H.” oferece uma rica oportunidade de explorar a complexidade da autora e de se aprofundar em questões filosóficas e psicológicas.

Resumo da obra

No primeiro capítulo de “A Paixão Segundo G.H”., somos apresentados à protagonista, G.H., uma mulher de classe média que se dedica à escultura, embora de forma amadora. Ela vive sozinha em uma cobertura luxuosa e não tem filhos, nem está envolvida em nenhum relacionamento amoroso. O foco do livro está em sua vida interior, explorando seus sentimentos, pensamentos e reflexões mais profundas. Embora o enredo trate, sobretudo, das questões íntimas de G.H., a obra também traz à tona aspectos mais práticos do cotidiano da personagem.

No segundo capítulo, descobrimos que a empregada doméstica de G.H., Janair, pediu demissão. Essa atitude causa, de certa forma, um alívio em G.H., pois ela passa a ter mais tempo para si mesma e a oportunidade de organizar seu apartamento, que até então estava sempre impecavelmente arrumado por Janair. Ela decide, então, começar a arrumação pelo quarto da empregada. Ao contrário da cobertura luxuosa em que G.H. vive, o quarto da empregada é simples, com móveis modestos, mas surpreendentemente bem organizados, o que contradiz as expectativas de G.H. Para ela, aquele ambiente parece distante de seu próprio apartamento, quase como se fosse um lugar à parte. Ela compara o quarto da empregada a um “minarete”, uma torre de mesquita usada para chamar os fiéis para a oração, sugerindo que o espaço parece isolado e peculiar, como se fosse uma estrutura externa ao seu próprio mundo.

Ao explorar o quarto, G.H. encontra um desenho na parede, quase primitivo, feito pela empregada. Esse achado a faz perceber que, durante os seis meses em que Janair trabalhou para ela, nunca havia se atentado aos detalhes de sua aparência, como o formato de seu rosto. As duas sempre mantiveram uma relação distante, o que reflete a diferença de classe social entre elas.

Em seguida, G.H. abre o armário do quarto da empregada e, para sua surpresa, encontra uma enorme barata. Esse encontro a leva a uma reflexão profunda sobre a antiguidade e a sobrevivência das baratas, e ela começa a pensar que talvez sejam esses insetos que sobreviverão ao fim da humanidade. Em um momento de pânico, G.H. acaba matando a barata com a porta do armário. Esse ato aparentemente simples dá início a uma grande epifania para G.H. – uma revelação intensa sobre sua própria existência e percepção do mundo.

O mais interessante dessa experiência é que a epifania de G.H. surge de algo banal e cotidiano, como a morte de uma barata, e não de um evento extraordinário. Ao descrever essa experiência transformadora, G.H. utiliza uma metáfora visual do Oriente Médio, misturando as paisagens de sua cidade, o Rio de Janeiro, com imagens de um outro mundo, que parecem distantes e ao mesmo tempo fundem-se com a realidade ao seu redor. Nesse momento, o tempo e o espaço se tornam abstratos para G.H., como se ela estivesse atravessando uma barreira entre mundos distintos, e a sua percepção de tudo ao seu redor se altera profundamente.

Como termina o livro “A Paixão Segundo G.H”?

Nas partes finais do livro, G.H. se vê envolvida em um intenso dilema interno, questionando-se sobre comer ou não a barata morta. O simples pensamento de fazer isso a repulsa profundamente, gerando um grande nojo. No entanto, ela começa a perceber que, para superar esse nojo e ultrapassar a experiência epifânica que está vivendo, precisa enfrentar esse desconforto de forma radical.

É através desse ato de consumir a barata morta que ela acredita ser capaz de alcançar uma transformação, indo além de suas limitações e do que está lhe causando repulsa.

O livro chega ao seu desfecho com G.H. finalmente decidindo comer a barata morta. O impacto dessa experiência é tão forte que ela desmaia logo após, e, em seguida, sente a necessidade de vomitar.

Esse momento é crucial para a personagem, pois, ao encarar um desafio tão repulsivo e confrontador, ela se vê frente a frente com suas próprias limitações, com a complexidade de sua natureza e com o processo de transcendência que está vivendo.

O que significa a barata?

Em “A Paixão Segundo G.H.”, a barata que a protagonista encontra no armário no segundo capítulo não é apenas um simples inseto. Ela assume um papel simbólico profundo na história, representando muito mais do que um simples “bicho do cotidiano”. Através desse encontro, a personagem G.H. começa uma jornada de autodescoberta e reflexão, que a leva a questionar a própria vida, as relações humanas e sua percepção do mundo.

A barata aparece de forma inesperada e provoca uma reação de pânico em G.H. Ela mata o inseto com a porta do armário, e esse ato desencadeia uma série de reflexões intensas sobre a natureza da vida, da morte e da sobrevivência. Para G.H., a barata representa algo antigo e resistente, algo que pode até sobreviver ao fim da humanidade. Essa percepção a faz pensar sobre a fragilidade da vida humana e sobre as coisas que permanecem, como a própria barata, que resiste ao tempo e aos desafios da existência.

O início de tudo

A barata, além de ser um símbolo de resistência, também representa o início de tudo. Esse inseto, que está na Terra há milhares de anos, muito antes da chegada do ser humano, carrega em sua presença a ideia de um tempo primordial e imutável.

A barata, assim, simboliza um elo com o passado remoto do planeta, com as eras que existiram antes da humanidade, um reflexo da continuidade da vida, que se adapta e persiste, mesmo diante das mudanças drásticas que o mundo atravessa.

Esse aspecto da barata reforça a ideia de que ela está profundamente enraizada na existência da Terra, sobrevivendo a transformações que para os seres humanos seriam impensáveis. Sua longevidade e adaptação se tornam um contraste com a fragilidade da vida humana, que é muito mais efêmera e sujeita ao esquecimento.

Ponto de virada

Mas o verdadeiro significado da barata vai além disso. O encontro com o inseto serve como um ponto de virada na vida de G.H. A partir desse momento, ela começa a experimentar uma epifania, uma revelação sobre si mesma e sobre o mundo ao seu redor.

Ao matar a barata, G.H. não apenas enfrenta seu próprio nojo e pânico, mas também se vê diante da necessidade de transcender sua visão limitada da vida. Ela sente que, ao consumir a barata no fim do livro, será capaz de superar o nojo e alcançar uma nova compreensão de si mesma, da vida e da morte.

Ao decidir comer a barata, G.H. não está simplesmente se livrando de sua aversão, mas sim tentando transcender a experiência que vive, como uma maneira de alcançar algo mais profundo e significativo em sua existência. Esse ato extremo é uma forma de ir além das limitações do corpo e da mente, e buscar uma nova forma de compreensão e liberdade interior. Assim, a barata se torna um símbolo de algo que precisa ser enfrentado para que G.H. possa crescer e se transformar.

Mais do que um simples inseto

Portanto, a barata em “A Paixão Segundo G.H”. não é apenas um inseto comum. Ela representa um ponto de virada na história, sendo a chave para a transformação da personagem. A barata simboliza a conexão entre o cotidiano e algo mais profundo, entre a vida simples e uma grande experiência de autoconhecimento.

Quando G.H. enfrenta sua aversão à barata, ela está, na verdade, enfrentando suas próprias limitações e tentando superar seus medos e bloqueios internos. A barata, com sua história ancestral, mostra que, ao superar o nojo e o repúdio, G.H. pode se libertar e alcançar uma nova compreensão de si mesma e da vida.

Sobre a autora

Clarice Lispector foi uma das escritoras mais importantes e inovadoras da literatura brasileira. Nascida na Ucrânia, em 1920, e naturalizada brasileira, ela se mudou para o Brasil ainda criança, com sua família, fugindo da perseguição de judeus na Europa. Cresceu no nordeste do Brasil, mais precisamente no Recife, e depois viveu no Rio de Janeiro, onde se formou em Direito, mas sempre foi mais apaixonada pela escrita.

Clarice começou a carreira literária nos anos 1940, com seu primeiro romance, “Perto do Coração Selvagem”, que logo chamou a atenção pela sua escrita introspectiva e profunda, focada nos sentimentos e nos conflitos internos das personagens. Ela se destacou pelo estilo único, marcado por uma linguagem complexa e simbólica, que explorava temas como a identidade, o existencialismo e as emoções humanas.

Além de romancista, Clarice também escreveu contos, crônicas e ensaios, sendo reconhecida por sua capacidade de expressar de maneira intensa e sensível o universo feminino e as angústias da vida cotidiana. Algumas de suas obras mais conhecidas incluem “A Hora da Estrela”, “A Paixão Segundo G.H”. e “Laços de Família.” Sua escrita é muitas vezes considerada difícil, mas ao mesmo tempo fascinante, e ela tem uma legião de admiradores até hoje.

Clarice Lispector faleceu em 1977, mas sua obra continua a influenciar escritores e leitores, sendo estudada nas escolas e universidades brasileiras e no mundo todo. Ela é lembrada como uma autora que, por meio da escrita, conseguiu ir muito além das convenções literárias, explorando os aspectos mais profundos e subjetivos da experiência humana.

Confira as leituras obrigatórias da Fuvest para os vestibulares de 2026 a 2029

Agora, saiba as leituras obrigatórias formuladas pela Fuvest para as edições de 2026 a 2029. Os títulos em negrito são referentes às obras inéditas em relação ao ano anterior do vestibular:

2026

  • Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • O Cristo Cigano (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • As meninas (1973) – Lygia Fagundes Telles
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2027

  • Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2028

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2029

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • D. Casmurro (1899) – Machado de Assis
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • Nós matamos o cão tinhoso! (1964) – Luís Bernardo Honwana
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Incidente em Antares (1970) – Érico Veríssimo
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira 

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Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) atualizou, no final do ano de 2023, a lista de leituras obrigatórias para os futuros vestibulares da USP (Universidade de São Paulo). Foram listadas as obras que serão abordadas nas provas de 2025 a 2029. Entre elas, está Canção para ninar menino grande, da escritora Conceição Evaristo.

É essencial que os candidatos procurem ler, conhecer e estudar os livros com antecedência. Assim, para te ajudar na sua preparação para a prova do vestibular, compilamos um resumo completo sobre o livro. Ao final da leitura, confira também a lista completa das leituras obrigatórias selecionadas pela USP, de 2026 a 2029!

Resumo do livro ‘Canção para ninar menino grande’

Lançado em 2018, o livro mergulha nas experiências da população negra e aborda questões como racismo, machismo, amor e os desafios enfrentados pelo protagonista, Fio Jasmim, e pelas mulheres que também desempenham papéis centrais na história. A obra nos apresenta a jornada de autodescoberta de Fio Jasmim, marcada por suas relações amorosas e os conflitos pessoais, enquanto ele lida com questões sociais e culturais que refletem a realidade de muitos brasileiros. Ao longo do livro, somos convidados a refletir sobre as dificuldades e os desafios que ainda afetam a vida de grande parte da sociedade brasileira, especialmente dos negros e das mulheres.

No livro “Canção para Ninar Menino Grande”, conhecemos Fio Jasmim, um homem negro, bonito e sedutor, mas marcado por traumas do passado. Quando era criança, ele viveu uma experiência dolorosa que o afetou profundamente: na escola, durante a escolha para o papel de príncipe em uma peça de teatro, Fio Jasmim foi rejeitado. Em seu lugar, a professora escolheu um menino branco, com olhos azuis, aquele que se encaixava no estereótipo do príncipe. A justificativa da professora foi cruel: “não existem príncipes negros”. Essa cena ilustra um dos primeiros episódios de racismo vivido por Fio Jasmim e que o acompanha ao longo da vida.

Na vida adulta, Fio Jasmim trabalha como auxiliar de maquinista em um serviço ferroviário, o que o leva a viajar por várias cidades do interior do Brasil. Durante suas viagens, ele se envolve com diversas mulheres, vivendo uma série de aventuras amorosas. Esse comportamento está diretamente ligado à educação machista que recebeu. Desde cedo, Fio Jasmim aprendeu que o papel de um homem seria sempre o de conquistador, tendo várias mulheres, além de sua esposa. Ao longo de sua vida, ele se sente pressionado pela sociedade a manter essa imagem de homem sedutor, o que o faz continuar com esse comportamento. 

Quem é o protagonista do livro?

Embora Fio Jasmim seja uma presença constante na obra, ele não é o verdadeiro protagonista. O livro é narrado pelas mulheres com quem ele se envolve ao longo de suas viagens. Cada capítulo é dedicado a uma mulher diferente, que teve um relacionamento com ele. Essas mulheres são as verdadeiras protagonistas da história. A cada parada do trem, Fio Jasmim se envolve com uma personagem distinta, e cada uma delas tem uma personalidade e uma expectativa diferente. Uma deseja um grande amor, outra quer apenas ter um filho, uma busca algo casual, enquanto outra sonha com o casamento. No entanto, há algo em comum entre todas elas: todas estão, de alguma forma, à procura de uma presença masculina em suas vidas.

Esse vazio é significativo, pois essas mulheres enfrentaram desafios sozinhas, muitas vezes sem o apoio de uma figura masculina. Fio Jasmim, portanto, torna-se o elo que conecta suas histórias. Ele preenche, ainda que momentaneamente, o vazio que essas protagonistas sentem, oferecendo-lhes a companhia que lhes falta. No entanto, logo ele volta para sua esposa, Pérola Maria, com quem tem oito filhos, e segue sua vida, sem realmente se comprometer com nenhuma delas.

Ao longo da obra, fica claro que o comportamento de Fio Jasmim também é uma forma dele mesmo tentar preencher seus próprios vazios internos. Sua busca por mulheres reflete, em muitos aspectos, uma tentativa de lidar com suas próprias inseguranças e traumas não resolvidos, principalmente o racismo que enfrentou durante sua infância. Assim, tanto Fio Jasmim quanto as mulheres com quem ele se envolve estão tentando preencher lacunas em suas vidas, mas de maneiras diferentes, e a obra nos convida a refletir sobre as complexidades dessas relações e sobre as questões sociais e pessoais que as moldam.

Quais são os assuntos retratados na obra?

A obra “Canção para Ninar Menino Grande”, de Conceição Evaristo, aborda diversos temas importantes e atuais, refletindo sobre a complexidade das relações humanas. Um dos principais assuntos retratados no livro é o racismo, presente desde a infância de Fio Jasmim, quando ele é rejeitado para o papel de príncipe em uma peça escolar, apenas por ser negro. Esse episódio marca sua vida e molda sua visão de si mesmo e do mundo.

Além do racismo, a obra também trata da masculinidade tóxica, mostrando como Fio Jasmim é pressionado a cumprir o estereótipo do homem sedutor, que deve ter várias mulheres e ser sempre forte e dominante. Isso está relacionado à educação machista que ele recebeu e às expectativas da sociedade sobre o comportamento masculino. Através de suas relações amorosas, Fio Jasmim tenta preencher um vazio emocional, mas acaba perpetuando o mesmo comportamento, sem se conectar de forma profunda com ninguém.

Outro tema central no livro é a figura feminina, que, embora muitas vezes à margem da narrativa, é a verdadeira protagonista. Cada capítulo do livro é narrado por uma personagem feminina com quem Fio Jasmim se envolve. Essas personagens têm diferentes desejos e expectativas, como o sonho de encontrar um grande amor, de ter filhos ou de se casar. No entanto, elas também enfrentam a ausência de uma figura masculina em suas vidas e, muitas vezes, têm que lidar com desafios sozinhas.

A obra, portanto, traz à tona questões como racismo, masculinidade tóxica, machismo e a luta das personagens femininas, convidando os leitores a refletirem sobre as desigualdades sociais e as relações de poder que ainda marcam a sociedade brasileira.

O que a autora diz sobre o livro?

Conceição Evaristo, em uma entrevista para o canal Curta!, comentou sobre o processo de criação de “Canção para Ninar Menino Grande” e a construção do personagem Fio Jasmim. A autora explicou que criar a história de Fio foi uma maneira de refletir sobre uma dificuldade que ela observa na vida real: a dificuldade de acessar o universo do homem, especialmente o homem negro. Para ela, contar a história de Fio Jasmim é também um exercício de compreensão e interpretação de uma realidade que, muitas vezes, fica oculta ou é mal compreendida.

Evaristo destaca ainda a importância de apresentar uma ficção em que as personagens negras não sejam vistas apenas como estereótipos, mas sim como seres humanos complexos, com subjetividades próprias. Ao fazer isso, ela cria um novo discurso na literatura brasileira, uma maneira de representar a vivência e as experiências dos negros de forma mais profunda e verdadeira. Segundo a autora, essas personagens negras, embora fictícias, são baseadas em vivências reais de mulheres negras, que enfrentam desafios semelhantes aos retratados no livro.

Assim, a obra de Conceição Evaristo não só questiona os padrões da literatura tradicional, mas também dá voz a figuras frequentemente marginalizadas, convidando os leitores a refletirem sobre as realidades e as histórias de mulheres e homens negros na sociedade brasileira.

Sobre a autora

Conceição Evaristo é uma escritora, poeta e professora brasileira, nascida em 29 de novembro de 1946, no Rio de Janeiro. Reconhecida por suas obras que abordam as questões do racismo, da desigualdade social e da luta das mulheres negras, Evaristo é uma das vozes mais importantes da literatura contemporânea no Brasil. Sua escrita é marcada pela força emocional e pela profundidade das personagens, especialmente as mulheres negras, que são muitas vezes invisibilizadas na literatura.

Conceição começou sua carreira literária com a poesia, mas foi com os romances que ela se destacou ainda mais. Seu livro mais conhecido, Ponciá Vicêncio (2003), e a obra Canção para Ninar Menino Grande (2018), são exemplos de como a autora constrói narrativas sensíveis, que exploram as complexidades da vida das pessoas negras nas periferias brasileiras.

Além de escritora, Conceição Evaristo é uma defensora da educação e da cultura, tendo sido professora e ativista na luta pelos direitos das mulheres e da população negra. Sua obra é uma contribuição fundamental para a literatura brasileira, trazendo à tona temas como identidade, resistência e as dificuldades enfrentadas pelos marginalizados. Ela é uma referência para estudantes e leitores que buscam entender melhor as questões sociais e raciais no Brasil.

Confira as leituras obrigatórias da Fuvest para os vestibulares de 2026 a 2029

2026

  • Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • O Cristo Cigano (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • As meninas (1973) – Lygia Fagundes Telles
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2027

  • Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2028

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2029

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • D. Casmurro (1899) – Machado de Assis
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • Nós matamos o cão tinhoso! (1964) – Luís Bernardo Honwana
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Incidente em Antares (1970) – Érico Veríssimo
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira

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Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) atualizou, no final do ano de 2023, a lista de leituras obrigatórias para os futuros vestibulares da USP (Universidade de São Paulo). Foram listadas as obras que serão abordadas nas provas de 2025 a 2029. Entre elas, está As Meninas, da escritora Lygia Fagundes Telles.

É essencial que os candidatos procurem ler, conhecer e estudar os livros com antecedência. Assim, para te ajudar na sua preparação para a prova do vestibular de 2026, compilamos um resumo completo sobre o livro. Ao final da leitura, confira também a lista completa das leituras obrigatórias selecionadas pela USP, de 2026 a 2029!

Resumo do livro ‘As Meninas’

O livro “As Meninas”, escrito por Lygia Fagundes Telles e publicado em 1973, é uma obra que se passa no contexto da ditadura militar no Brasil. A história acompanha a amizade entre três jovens mulheres, oferecendo uma reflexão profunda sobre suas vidas, seus conflitos internos e as tensões políticas da época.

Com uma narrativa introspectiva, a autora mergulha no universo psicológico das personagens, explorando suas emoções e suas vivências em um cenário repleto de repressão e incertezas.

“As Meninas” é uma leitura essencial para estudantes, especialmente para aqueles que se preparam para o vestibular da Fuvest em 2026, pois a obra oferece uma rica análise das questões sociais e políticas de um período crucial da história brasileira, além de ser uma excelente oportunidade para refletir sobre a literatura nacional e a construção das personagens femininas na narrativa.

Quem são as meninas?

Para entender melhor o enredo de “As Meninas”, é fundamental conhecer as personagens principais, cujas histórias são essenciais para a compreensão da trama e do contexto em que vivem.

Lorena Vaz Leme

Lorena Vaz Leme é uma estudante de Direito que pertence à classe média alta, sendo uma personagem de boas condições financeiras. Apesar de sua aparente estabilidade, ela carrega traumas profundos da infância que a afetam até a vida adulta. Quando era criança, Lorena presenciou uma tragédia familiar: um de seus irmãos matou o outro acidentalmente. Esse evento traumático marcou sua vida e continua a perturbá-la na fase adulta. Ao longo da história, Lorena se apaixona por MN, um médico casado que a leva para casa em uma carona. Esse amor se transforma em um sentimento platônico, idealizado e distante, pois ela fica esperando, de forma quase obsessiva, por um telefonema desse homem. A relação de Lorena com MN, no entanto, parece ser uma fuga da dura realidade da época, marcada pela repressão da ditadura militar, e uma forma dela se distanciar dos problemas reais que enfrentava.

Lia de Melo Schultz

Lia de Melo Schultz, por sua vez, é estudante de Letras e faz parte de um grupo de pessoas que se opõem à ditadura militar. Ela é uma jovem com uma personalidade forte e independente, que não tem medo de falar sobre temas polêmicos, como sexo e liberdade. Lia tem esperanças de sair do país com seu namorado, que está preso, assim que ele for libertado. Ela representa a resistência ao regime militar e a busca por liberdade, tanto pessoal quanto política.

Ana Clara

Ana Clara é uma personagem descrita como linda, mas com muitos problemas. Ela é viciada em drogas, o que afeta sua saúde mental e faz com que ela tenha ideias confusas e delirantes, razão pela qual recebe o apelido de “Ana Turva”. Estudante de Psicologia, Ana Clara também teve uma infância difícil e cheia de abusos. Ela gosta de se exibir e se gabar de um noivo rico, embora ninguém tenha visto esse homem. Além disso, Ana tem um amante, Max, que é traficante de drogas e contribui para o estado de alucinação em que ela vive.

Essas três personagens, com suas histórias complexas, refletem diferentes aspectos da sociedade brasileira durante a ditadura militar. Elas ajudam a entender a difícil realidade da época e oferecem ao leitor uma visão crítica sobre o contexto histórico e social do Brasil.

Resumo da obra

A história de “As Meninas” se passa em São Paulo, no ano de 1969, em um pensionato de freiras, onde vivem as três personagens principais: Lorena, Lia e Ana Clara. A trama é narrada de forma alternada pelas próprias personagens e por um narrador observador. Essa alternância de vozes pode ser confusa para o leitor no início, exigindo atenção, mas também torna a leitura mais dinâmica e interessante, pois permite acessar os pensamentos e sentimentos das personagens de diferentes perspectivas.

Lorena e Lia

Nos primeiros capítulos, somos apresentados ao cotidiano de Lorena e Lia. Elas discutem temas sérios, mas de forma natural, como a alienação da classe burguesa e a repressão militar que caracteriza o período da ditadura. Em uma dessas conversas, Lia pede emprestado o carro de Lorena, e a personagem principal reflete sobre a violência no mundo, lembrando da morte de seu irmão Rômulo e de como esse evento traumático a marcou. Também reflete sobre o impacto disso em sua vida e sobre como conheceu suas duas amigas.

Ainda no início do livro, Lorena conhece o Dr. MN, um médico que lhe dá uma carona na faculdade. A partir desse encontro, Lorena começa a idealizar um romance com ele, sonhando com um amor impossível. Apesar de nutrir esse sentimento platônico, ela também pensa em Fabrízio, um colega da faculdade com quem teve um breve envolvimento.

Ana Clara

Paralelamente, vemos Ana Clara, uma personagem problemática que, em cenas intensas, aparece usando entorpecentes com seu amante Max. Em seu delírio, ela revira as lembranças de sua infância marcada por abusos. Ana Clara está grávida, mas não deseja continuar com a gestação, embora Max, por outro lado, queria que ela tivesse o filho. Essa situação complicada reflete a instabilidade emocional de Ana Clara, que vive em um mundo de alucinações e conflitos internos.

Aumento de tensões e conflitos

À medida que a história avança, o enredo vai se aprofundando nas experiências de Lia. Em determinado ponto, ela se encontra com seu amigo Pedro, em um local onde ambos discutem planos para a resistência contra a ditadura militar. Eles falam sobre suas experiências passadas e, durante uma conversa, Lia descobre que seu namorado, que está preso, será deportado para a Argélia. A notícia a deixa feliz, e ela a compartilha com a Madre Alix, uma das freiras do pensionato.

A cena é marcada por um momento de grande tensão, porque há a descrição de uma cena de tortura ocorrida durante o regime militar, algo que a afeta profundamente. Lia também devolve o carro para Lorena, pede roupas emprestadas para o seu grupo de revolucionários e conta as novidades para a amiga, reforçando o vínculo entre elas.

Enquanto isso, Ana Clara, após usar drogas com Max, decide sair de casa. Ela tenta pegar um táxi, mas não consegue, e, então, aceita a carona de um homem desconhecido. Desconfortável com a situação, ela foge dele e, mais tarde, encontra outro homem em um bar, que parece mais velho e é também um desconhecido. Ele a convida para ir ao seu apartamento, e Ana Clara, sem hesitar, aceita. No apartamento, ela percebe algumas coisas estranhas, mas, mesmo assim, decide deitar-se na cama e adormecer, sem perceber os perigos que a cercam.

Esses eventos da história mostram os conflitos internos e externos das personagens, que vivem em uma época de repressão política e pessoal. A alternância de vozes e as diferentes experiências de Lorena, Lia e Ana Clara vão construindo uma trama intensa, que exige do leitor uma leitura atenta para compreender as complexas relações entre as personagens e o contexto histórico em que elas estão inseridas.

O que acontece no final do livro?

No final da obra, Lorena começa a refletir sobre questões profundas e existenciais, como a famosa dúvida de ser ou não ser, de Hamlet, além de pensar sobre sua infância, profissões diversas e seu futuro. Nesse momento, ela encontra um rapaz chamado Guga, que tenta beijá-la, mas Lorena se recusa, pois ainda está apaixonada por MN, o médico com quem tem um amor idealizado. Enquanto isso, Lia vai visitar a mãe de Lorena. Durante a visita, a mãe de Lorena conta uma versão diferente da morte do irmão dela e sugere que a filha não está “muito bem da cabeça”. Ela também reclama do próprio casamento e de outras pessoas. Lia, após escutar as lamentações da mãe de Lorena, ganha roupas e mala para sua viagem para a Argélia. 

Após isso, Ana Clara chega ao quarto de Lorena em péssimas condições, muito debilitada, suja e com dores. Ela está em um estado de alucinação, causado pelo uso de drogas. Lorena a acolhe e deixa Ana Clara descansar no seu quarto, enquanto ela vai até o quarto de Lia para conversar. Quando Lorena volta, percebe que Ana Clara morreu. Tudo leva a crer que ela faleceu devido a uma overdose.

Em meio ao desespero e à confusão, Lorena e Lia ficam aterrorizadas com o que pode acontecer. Elas temem que a polícia descubra o ocorrido, especialmente porque Lia é uma revolucionária e poderia ser presa se fosse encontrada no pensionato. Então, as duas tomam a decisão de maquiar o corpo de Ana Clara e deixá-lo em um banco de praça, afastando qualquer possibilidade de o caso ser ligado ao pensionato, o que causaria problemas para as freiras. Após esse trágico acontecimento, Lia e Lorena se separam de forma definitiva, com suas vidas seguindo caminhos distintos.

O grande tema do livro ‘As Meninas’

O tema principal de “As Meninas” gira em torno da amizade entre três jovens mulheres e os desafios que elas enfrentam em um período de repressão e violência, durante a ditadura militar no Brasil. O livro aborda questões como a busca por identidade, os conflitos internos das personagens e suas reações à dura realidade da época. Cada uma das personagens principais — Lorena, Lia e Ana Clara — vive suas próprias angústias e dilemas, seja lidando com traumas pessoais, amores não correspondidos ou com a opressão política.

Além disso, o livro trata de temas como a resistência à ditadura, a alienação da classe média, o uso de drogas como uma forma de fuga da realidade e as diferentes maneiras de lidar com a dor e a perda. A obra também explora questões existenciais, como o sentido da vida, as escolhas profissionais e as relações familiares, oferecendo uma reflexão profunda sobre o Brasil nos anos de 1960 e 1970, quando os direitos individuais eram severamente restringidos.

Portanto, “As Meninas” não é apenas uma história de amizade, mas também uma análise crítica sobre o contexto político, social e emocional de jovens mulheres em um período de grande tensão e repressão.

Sobre a autora

Lygia Fagundes Telles foi uma contista e romancista brasileira, reconhecida por sua contribuição à literatura nacional. Nascida em São Paulo, em 1923, ela começou sua carreira literária na década de 1940 e se destacou principalmente por suas obras que exploram a psicologia das personagens e as complexidades das relações humanas. Suas obras apresentam características da terceira geração modernista, com uma abordagem mais introspectiva e reflexiva, além de uma linguagem sofisticada e experimental.

Entre seus livros mais famosos estão “As Meninas” (1973), que aborda a ditadura militar e os conflitos pessoais de três jovens mulheres, e “Ciranda de Pedra” (1954), que mistura elementos de suspense e reflexão sobre a vida e as relações familiares. Lygia Fagundes Telles também foi premiada por sua contribuição à literatura, sendo reconhecida tanto no Brasil quanto no exterior. Sua escrita continua sendo uma parte fundamental da literatura brasileira contemporânea, estudada por sua profundidade e relevância.

Confira as leituras obrigatórias da Fuvest para os vestibulares de 2026 a 2029

Agora, saiba as leituras obrigatórias formuladas pela Fuvest para as edições de 2026 a 2029. Os títulos em negrito são referentes às obras inéditas em relação ao ano anterior do vestibular:

2026

  • Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • O Cristo Cigano (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • As meninas (1973) – Lygia Fagundes Telles
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2027

  • Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2028

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2029

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • D. Casmurro (1899) – Machado de Assis
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • Nós matamos o cão tinhoso! (1964) – Luís Bernardo Honwana
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Incidente em Antares (1970) – Érico Veríssimo
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira 

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Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) atualizou, no final do ano de 2023, a lista de leituras obrigatórias para os futuros vestibulares da USP (Universidade de São Paulo). Foram listadas as obras que serão abordadas nas provas de 2025 a 2029. Entre elas, está Alguma poesia, do escritor Carlos Drummond de Andrade.

É essencial que os candidatos procurem ler, conhecer e estudar os livros com antecedência. Assim, para te ajudar na sua preparação para a prova do vestibular de 2025, compilamos um resumo completo sobre o livro de Drummond. Ao final da leitura, confira também a lista completa das leituras obrigatórias selecionadas pela USP, de 2025 a 2029!

Resumo do livro Alguma poesia

“Alguma poesia” (1930), de Carlos Drummond de Andrade, é uma obra essencial para compreender o início da trajetória de um dos maiores poetas brasileiros.

Reunindo 49 poemas, o livro inaugura a fase modernista de Drummond, com uma linguagem simples, inovadora e carregada de reflexões sobre o cotidiano, a sociedade e as emoções humanas.

Entre os destaques, estão “No Meio do Caminho”, que surpreende pela irreverência e originalidade, e “Poema de Sete Faces”, com sua profundidade existencial. Ideal para estudantes e amantes da literatura, a obra é um marco na poesia brasileira, mostrando a força criativa de Drummond e sua sensibilidade única.

Quais as principais características da obra?

Publicada em 1930, “Alguma poesia”, de Carlos Drummond de Andrade, apresenta características marcantes da primeira fase do Modernismo brasileiro. Isso ocorre porque muitos poemas do livro foram escritos em anos anteriores e, inclusive, já haviam sido publicados em revistas literárias da época.

Essa conexão com o Modernismo inicial explica a presença de poemas curtos, além de versos livres e brancos, ou seja, desprovidos de métrica fixa e rimas, traços típicos do movimento.

Outro ponto que se destaca é a linguagem coloquial, que aproxima a poesia do cotidiano e rompe com os padrões formais tradicionais. Os temas explorados por Drummond também refletem essa ruptura: o poeta aborda situações aparentemente banais e comuns, transformando-as em matéria poética com um olhar inovador.

O humor e a ironia, por sua vez, permeiam grande parte dos poemas, revelando um estilo leve e, ao mesmo tempo, crítico. Com essa combinação de elementos, “Alguma poesia” não apenas marca o início da trajetória literária de Drummond, mas também consolida sua relevância no cenário modernista e na história da literatura brasileira.

Temas comuns nos poemas do livro

Em “Alguma poesia”, Carlos Drummond de Andrade aborda temas profundamente pessoais, revelando seus sentimentos, desejos, angústias e frustrações. A obra reflete suas experiências de vida, com destaque para a família, a infância e sua cidade natal, Itabira, localizada em Minas Gerais.

Drummond fala de sua “cidadezinha” com carinho e saudade, oferecendo ao leitor um retrato de sua formação e do vínculo afetivo com o lugar que o marcou para sempre.

Amizade e amor

Além disso, o autor explora as amizades e os amores que viveu, tratando dessas relações com uma sinceridade emocional que vai do afeto à dor. A amizade, para Drummond, não é apenas um tema, mas uma reflexão sobre as complexidades das relações humanas.

Em relação ao amor, o poeta mostra tanto a beleza quanto as frustrações que o acompanham, expressando suas emoções de forma honesta e muitas vezes, melancólica.

Críticas sociais e metalinguagem

Apesar de focar em temas pessoais, a obra também contém críticas sociais sutis. O autor, com sua visão crítica, não deixa de apontar as desigualdades e problemas do Brasil da época, fazendo reflexões sobre a realidade social.

Outro ponto interessante são os poemas metalinguísticos, que falam sobre a própria poesia e o processo de criação. Drummond reflete sobre a escrita, questionando os limites da linguagem poética e o papel do poeta.

Dessa forma, “Alguma poesia” é uma obra rica e multifacetada, que mistura a reflexão íntima com a crítica social e o questionamento sobre a própria arte, tornando-a acessível e relevante até hoje para leitores de todas as idades.

Qual o tema do poema “Cota Zero”?

O poema “Cota Zero”, de Carlos Drummond de Andrade, faz parte de sua obra “Alguma poesia” e é um excelente exemplo do estilo inovador do autor. O poema é bem curto, com apenas três versos, mas carrega um significado profundo. Leia a seguir:

Stop.
A vida parou
ou foi o automóvel?

Esses poucos versos nos mostram a habilidade de Drummond em transmitir uma reflexão sobre o cotidiano de maneira simples, mas impactante. O termo “Stop” sugere o momento de interrupção, mas não apenas no sentido físico do automóvel. O poema questiona, de forma quase filosófica, se a parada do carro representa também a paralisação da vida.

Essa dúvida entre o que parou — o automóvel ou a própria vida — nos coloca diante de uma situação cotidiana, mas que, em sua simplicidade, reflete um aspecto mais profundo da existência.

O estilo de Drummond nesse poema é chamado de poema pílula, que se caracteriza por ser um poema extremamente curto, mas que possui uma carga significativa de reflexões. Embora seja breve, “Cota Zero” nos faz pensar sobre o ritmo acelerado da vida moderna e como momentos de pausa, como o de um carro parando, podem ser interpretados de forma mais intensa.

No contexto caótico e impessoal da cidade moderna, quando algo tão comum quanto um automóvel para, pode-se ter a sensação de que todo o fluxo da vida também se interrompe.

Assim, por meio desse poema tão curto e direto, o escritor nos convida a refletir sobre as pequenas pausas do nosso cotidiano e como elas, por mais simples que sejam, podem ter um grande impacto na forma como percebemos o mundo ao nosso redor. A força do poema está justamente na sua capacidade de transformar um instante banal em uma reflexão profunda sobre a vida moderna.

Para concluir

Em suma, “Alguma poesia, de Carlos Drummond de Andrade, é uma obra fundamental para quem está se preparando para o vestibular, especialmente para a Fuvest 2025. Através de seus poemas curtos, mas profundos, Drummond consegue capturar a essência da vida moderna, explorando temas como o cotidiano, os sentimentos humanos e até críticas sociais.

Com uma linguagem simples e acessível, ele transforma questões aparentemente banais em reflexões existenciais. Se você deseja se sair bem no vestibular, entender a obra e a poesia de Drummond certamente ajudará a ampliar sua visão literária e a se conectar com um dos maiores poetas da língua portuguesa.

Saiba mais sobre o autor

Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) foi um dos maiores poetas brasileiros do século XX, reconhecido mundialmente por sua contribuição à literatura. Nascido em Itabira, Minas Gerais, ele viveu durante um período de grandes transformações sociais e culturais no Brasil e no mundo, o que influenciou profundamente sua obra.

Drummond foi uma figura central do Modernismo no Brasil, movimento literário que buscava romper com as convenções do passado e explorar novas formas de expressão.

Ele é considerado um dos principais representantes da segunda fase do Modernismo brasileiro, marcada por uma linguagem mais introspectiva e reflexiva, além de um olhar crítico sobre a realidade social e política do país. Ao longo de sua carreira, Drummond escreveu poesias que abordam desde questões pessoais, como a busca por identidade e a saudade de sua cidade natal, até críticas contundentes à sociedade e à política brasileira.

Com uma obra vasta, que inclui não apenas poesia, mas também crônicas, ensaios e traduções, Drummond se consolidou como um dos pilares da literatura brasileira, influenciando várias gerações de escritores e leitores. Seu estilo único, que mistura simplicidade e profundidade, continua sendo uma referência fundamental para quem estuda a literatura nacional.

Todas as leituras obrigatórias da Fuvest para os vestibulares de 2025 a 2029

Agora, saiba as leituras obrigatórias formuladas pela Fuvest para as edições de 2025 a 2029. Os títulos em negrito são referentes às obras inéditas em relação ao ano anterior do vestibular:

2025

2026

  • Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • O Cristo Cigano (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • As meninas (1973) – Lygia Fagundes Telles
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2027

  • Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2028

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2029

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • D. Casmurro (1899) – Machado de Assis
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • Nós matamos o cão tinhoso! (1964) – Luís Bernardo Honwana
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Incidente em Antares (1970) – Érico Veríssimo
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira 

Foto do post: Reprodução/Marcel Gautherot/Acervo IMS

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Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) atualizou, no final do ano de 2023, a lista de leituras obrigatórias para os futuros vestibulares da USP (Universidade de São Paulo). Foram listadas as obras que serão abordadas nas provas de 2025 a 2029. Entre elas, está Os Ratos, do escritor Dyonélio Machado.

É essencial que os candidatos procurem ler, conhecer e estudar os livros com antecedência. Assim, para te ajudar na sua preparação para a prova do vestibular de 2025, compilamos um resumo completo sobre o livro de Dyonélio Machado. Ao final da leitura, confira também a lista completa das leituras obrigatórias selecionadas pela USP, de 2025 a 2029!

Sobre o que é o livro?

A obra é reconhecida por sua relevância literária e crítica social. Publicado em 1935, este romance conta a história de Naziazeno Barbosa, um funcionário público que precisa quitar sua dívida com o leiteiro, pois, apesar de trabalhar em uma instituição pública, vive em uma condição precária com sua família e está sempre endividado.

Ao longo de 28 capítulos curtos, o leitor acompanha as 24 horas da vida de Naziazeno Barbosa, em uma trama conturbada que se desenrola nas ruas de uma provinciana Porto Alegre. Durante esse período, o personagem, enquanto tenta desesperadamente conseguir o dinheiro para pagar a dívida, passa por uma série de situações difíceis que só reforçam ainda mais o seu estado de angústia existencial.

Resumo do livro Os Ratos

A história é narrada por meio de uma estrutura cíclica, organizada em torno de diferentes períodos temporais. Na parte da manhã, Naziazeno procura seu chefe para solicitar um empréstimo, mas, ao não encontrá-lo na repartição pública, decide então recorrer ao Duque, um homem que acredita ser habilidoso na obtenção de recursos financeiros. No entanto, também por não achá-lo, acaba procurando um terceiro personagem: Alcides

Perto do horário do almoço, depois de tentar, sem sucesso, conseguir o dinheiro para quitar sua dívida, o protagonista tem uma ideia: pede dinheiro emprestado para almoçar ao Costa Miranda, após vê-lo na rua. Naziazeno consegue o que queria, mas a quantia logo desaparece de suas mãos, pois é perdida durante uma aposta em uma casa clandestina de jogos

Qual é o desfecho da história?

No fim do dia, o Duque propõe para o personagem central uma negociação com agiotas, que também não dá certo. Por fim, Duque, Alcides e Naziazeno propõem uma negociação de um anel penhorado a um outro personagem: Mondina. A transação dá certo e Naziazeno finalmente consegue o dinheiro para quitar a dívida. 

É interessante notar que, por mais que Naziazeno se esforce para sair da situação inicial, acaba sempre voltando ao mesmo ponto. Isso acontece porque, no decorrer da história, é explicitado ao leitor que o personagem já contraiu outras dívidas além da pendência com o leiteiro.

Além disso, na tentativa de pagar a dívida original, novos compromissos financeiros são criados, resultando em um ciclo sem fim. No desfecho da história, embora ele consiga finalmente quitar o que devia ao leiteiro, a sensação de alívio é anulada pelo peso das consequências desse círculo vicioso, evidenciando a crítica da obra ao círculo interminável da pobreza e das desigualdades sociais.

Mas enfim, o que os “Ratos” representam no livro?

A este ponto, você poderá se perguntar como o título da obra, “Os Ratos”, se relaciona com o que foi descrito até aqui. O título se deve ao fato de que, após intenso esforço para conseguir a quantia que necessitava, o protagonista entra em um estado de paranoia, imaginando que ratos irão roer, no meio da noite, o dinheiro destinado ao leiteiro. Essa ideia delirante vai correndo o personagem no meio da noite, do mesmo modo que um rato rói sem parar. 

A partir disso, o título também pode ser interpretado como uma alegoria para outras questões, como a situação de muitos brasileiros que, assim como Naziazeno, enfrentam um ciclo sem fim de endividamento, adquirindo novas obrigações para pagar dívidas antigas. Dessa forma, é como se eles estivessem presos em uma “roda dos ratos”, correndo em círculos, sem sair do lugar. 

Objetivo da obra

A obra traz uma crítica social à luta pela sobrevivência enfrentada diariamente por milhares de brasileiros. Por conseguinte, a história critica a desigualdade social e a exploração econômica, revelando como o sistema econômico vigente perpetua situações de miséria e dependência.

Em “Os Ratos”, Dyonélio Machado utiliza o protagonista Naziazeno para ilustrar a condição de indivíduos que, em meio às pressões da vida urbana e às exigências financeiras, veem-se aprisionados em ciclos de dívida e humilhação.

Ao mergulhar na angústia de Naziazeno e nos desafios enfrentados por ele, o leitor é convidado a refletir sobre a realidade de uma parcela significativa da população brasileira, cuja luta diária para sobreviver expõe as falhas de um sistema que não promove oportunidades iguais para todos.

Dessa forma, “Os Ratos” se estabelece como uma crítica universal à injustiça social, permanecendo relevante e atual, mesmo décadas após sua publicação.

Reflexão final

Em suma, “Os Ratos” é uma obra que vai além de sua narrativa angustiante, oferecendo uma crítica profunda às desigualdades sociais e ao ciclo de pobreza que aprisiona muitos indivíduos.

Por meio da história de Naziazeno Barbosa, Dyonélio Machado nos convida a refletir sobre as dificuldades enfrentadas por aqueles que vivem à margem do sistema econômico, condenados a um ciclo sem fim de endividamento e desesperança.

Essa leitura, indispensável para os vestibulandos da Fuvest, continua sendo relevante e essencial para compreender as complexas questões sociais que, infelizmente, ainda permeiam nossa realidade.

Sobre o autor Dyonélio Machado

Dyonélio Machado (1895–1985) foi um escritor, jornalista e médico brasileiro, natural de Quaraí, no Rio Grande do Sul. Destacou-se na literatura por sua abordagem psicológica e social, sendo um dos principais representantes do modernismo no Brasil.

Sua obra mais conhecida, “Os Ratos” (1935), recebeu o Prêmio Machado de Assis e é reconhecida como uma das grandes narrativas sobre a luta pela sobrevivência e as desigualdades sociais no país.

Além da literatura, atuou como médico psiquiatra. Em função do seu envolvimento com o Partido Comunista Brasileiro (PCB), foi preso durante o governo de Vargas. Sua produção literária reflete um olhar crítico e sensível sobre a condição humana e as questões sociais de sua época.

Todas as leituras obrigatórias da Fuvest para os vestibulares de 2025 a 2029

Agora, saiba as leituras obrigatórias formuladas pela Fuvest para as edições de 2025 a 2029. Os títulos em negrito são referentes às obras inéditas em relação ao ano anterior do vestibular:

2025

2026

  • Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • O Cristo Cigano (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • As meninas (1973) – Lygia Fagundes Telles
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2027

  • Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2028

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2029

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • D. Casmurro (1899) – Machado de Assis
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • Nós matamos o cão tinhoso! (1964) – Luís Bernardo Honwana
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Incidente em Antares (1970) – Érico Veríssimo
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira 

O conteúdo Resumo do livro Os Ratos, leitura obrigatória da Fuvest 2025 aparece primeiro em Plataforma Enem.

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