A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que vivemos uma pandemia do novo coronavírus, chamado de Sars-Cov-2 e que causa a doença Covid-19. Esse decreto causou uma espécie de pânico nas pessoas e fez com que os governos tomassem medidas protetivas, eficazes e necessárias diante de tal circunstância. Entretanto, o terror psicológico que vem acontecendo nas últimas semanas é desnecessário e acaba que o que estamos de fato enfrentando é uma pandemia do medo. Vamos entender mais sobre?
Afinal, o que é uma pandemia?
Segundo a OMS, uma pandemia é a disseminação mundial de uma nova doença. É um termo usado com mais frequência em referência à gripe e geralmente indica que uma epidemia se espalhou para dois ou mais continentes com transmissão sustentada de pessoa para pessoa.
Mas, para explicar didaticamente, vamos entender as diferentes classificações por etapas:
- Surto: É quando há um aumento repentino do número de casos de uma doença em uma região específica, e esse aumento deve ser maior do que o esperado pelas autoridades. Exemplo: A dengue em algumas cidades como Itajaí, é tratada como surto por acontecer em regiões específicas, como um bairro.
- Endemia: É qualquer doença localizada em um espaço limitado denominado “faixa endêmica”, ou seja, se manifesta apenas em uma determinada região, de causa local, e não se espalha para outras comunidades. Exemplo: Febre amarela, dengue.
- Epidemia: É quando um surto acontece em diversas regiões. É uma doença infecciosa e transmissível que se espalha rapidamente originando um surto epidêmico. Exemplo: Gripe Aviária, Poliomielite.
- Pandemia: É uma epidemia que atinge grandes proporções, podendo se espalhar por um ou mais continentes, ou por todo o mundo, causando diversas mortes. E além disso, para ser considerada uma pandemia, deve ser infecciosa. Exemplo: AIDS, Tuberculose, Covid-19.
O que deve ficar claro é que: tal termo não é sinônimo de morte, pois ele se refere à sua transmissibilidade em extensão geográfica e não à sua taxa de mortalidade.
Mas o que é o coronavírus?
O coronavírus pertence à família chamada Coronaviridae, o nome é por causa do seu formato circular e de coroa. Os primeiros coronavírus foram identificados em meados da década de 1960. Esses possuem variações que vão desde um vírus simples que apenas causa gripe e outros com maiores riscos à saúde. O novo Sars-Cov-2 veio de uma série de mutações e causa a doença que foi considerada pandêmica: a Covid-19.
Obs.: Outras variações mais antigas de coronavírus são conhecidas pelos cientistas, como SARS-CoV, que veio de felinos para humanos e causa Síndrome Respiratória Aguda Grave (e infectou mais de 8000 pessoas, deixando 800 mortos em uma epidemia em 2002) e MERS-CoV, que causa a Síndrome Respiratória do Oriente Médio, vindo de dromedários para humanos.
O que eu preciso saber sobre o Covid-19?
Quais são os sintomas?
Até agora os sintomas detectados foram cansaço, febre, tosse seca, coriza, calafrios, dor de cabeça, dificuldade em respirar ou até mesmo falta de ar. Esses sintomas normalmente fazem com que as pessoas não consigam distinguir muito bem o Covid-19 de um leve resfriado ou uma gripe. Além dos casos mais graves, que contam com pneumonia, insuficiência renal, síndrome aguda grave, podendo até mesmo causar falência múltipla dos órgãos e levar à morte.
Como ocorre o contágio?
A transmissão de pessoas para pessoa ocorre, em geral, por via aérea, por meio de gotículas expelidas na respiração ou contato direto ou indireto com secreções contaminadas, como:
- gotículas de saliva;
- espirro;
- tosse;
- catarro;
- contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;
- contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Como o vírus age?
A entrada do vírus no organismo é por meio das mucosas dos olhos, nariz ou da boca e atinge as vias respiratórias.
Qual o tratamento? Existe cura?
Não existe um tratamento específico para o coronavírus. A recomendação é ficar em repouso e tomar bastante água. Medicamentos para dor e febre podem ser usados dependendo do caso. A cura é um processo normal, e é feita pelo próprio organismo, que depois de alguns dias automaticamente se recupera (dependendo obviamente do caso).
Como prevenir? Existe vacina?
Apesar de já existirem protótipos de vacinas contra o novo coronavírus, ainda não há uma vacina. Entretanto, a boa notícia é: o vírus é facilmente inativado, isso pode ocorrer por meio de solução de etanol (álcool 62-71%), peróxido de hidrogênio (água oxigenada a 0,5%) ou hipoclorito de sódio (lixivia a 0,1%), em apenas um minuto, e é por isso que lavar as mãos e passar álcool gel é tão recomendado. Então as medidas mais eficazes da sua prevenção e de não infectar as pessoas ao seu redor são:
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar;
- Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
- Evitar tocas mucosas de olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas;
- Não compartilhar objetos de uso pessoal;
- Limpar regularmente o ambiente e mantê-lo ventilado;
- Lavar as mãos por pelo menos 20 segundos com água e sabão ou usar antisséptico de mãos à base de álcool;
- Evitar deslocamentos e viagens, principalmente se estiver doente;
- Evitar contato com pessoas doentes;
- Ficar em casa se estiver doente;
- Limpe e desinfete objetos e superfícies frequentemente tocados, como celulares e computadores.
Agora, vamos as perguntas frequentes e dúvidas mais comuns:
- É necessário o uso de máscara?
O uso deve ser feito por pessoas doentes ou contaminadas pela doença, porque a utilização de uma máscara não vai fazer efeito nenhum caso você entre em contato com algum doente sem máscara.
- Animais domésticos transmitem coronavírus?
Não há evidência de que cachorros e gatos possam transmitir o vírus.
- A doença é capaz de matar?
Sim, mas não há motivo algum para pânico, isso porque a taxa de letalidade é de 2 a 3%, e normalmente a morte ocorre em um grupo de risco, que é composto pessoas com a idade acima de 60 anos, pessoas com imunidade baixa, com doenças crônicas (como diabetes e hipertensão) e com problemas cardiovasculares.
- Pessoas assintomáticas podem transmitir a doença tanto quanto as que apresentam sintomas graves?
Ambas podem transmitir a doença, entretanto, a assintomática tem uma probabilidade mais baixa de contágio.
- Quanto tempo demora para o surgimento de sintomas?
O período (chamado de período de incubação) estimado entre o contato e o aparecimento de sintomas é de 2 a 14 dias, com média de 5 a 6 dias.
- O que devo fazer em caso de sintomas?
Depende, caso os sintomas sejam de um resfriado comum, o paciente deve ficar atento e se isolar. Se aparecerem sintomas como tosse seca, dor de cabeça, febre alta, a pessoa deve procurar um hospital. O médico vai avaliar, e em caso de suspeita, vai coletar material para o diagnóstico e iniciar o tratamento.
- Quais continentes foram afetados?
Todos, menos a Antártida.
- Por que a Itália foi tão afetada?
A suspeita é de que a doença já estava circulando lá antes de sabermos sobre sua existência, por isso, não houve medidas contra a propagação da doença no início, porque a Covid-19 foi confundida com resfriados ou casos de pneumonia. Além disso, lá contém uma população majoritariamente mais idosa, o que acabou acarretando em um número maior de mortes.
- Qual o motivo das suspensões de aulas, eventos, entre outros?
A suspensão é uma forma de tentar conter a doença e impedir que ela continue se espalhando, e com isso, evitar que os hospitais fiquem sem leitos e não consigam mais atender as pessoas, causando um colapso.
- Posso fazer um exame para saber se tenho o novo coronavírus?
Os testes estão disponíveis tanto nas redes públicas quanto nas privadas. Entretanto, a recomendação é que só seja feito o teste em casos de pacientes com mais de dois sintomas, histórico de viagem ao exterior ou contato com algum paciente confirmado.
- Há necessidade de estocar comida?
Absolutamente nenhuma, estoque de comida é apenas um pânico desnecessário.
- As crianças e idosos estão no mesmo nível de vulnerabilidade?
Não, existem poucos casos de crianças infectadas e menos ainda de mortes pelo coronavírus.
- No Brasil tem casos confirmados? Alguma morte?
Sim, subiu para 200 o número de confirmados. Até então nenhuma morte.
- Pode ocorrer a transmissão por meio de alimentos?
Ainda não há certeza sobre, mas até então os cientistas tratam isso como exceção, e não a regra. Isso porque nada exclui a possibilidade da manipulação de algum alimento por uma pessoa infectada. Mas o vírus provavelmente seria morto quando o alimento fosse cozinhado.
- Mercadorias vindas da china podem conter o vírus?
Não há evidências que isso seja possível.
A conclusão é que a doença de fato é séria e deve ser tratada com seriedade. Porém, não precisa haver tanto medo, tanto pânico, apenas precaução. Lembrem-se que não fazer parte do grupo de risco não te dá um passe livre para pegar a doença, até porque você pode acabar contaminando pessoas desse grupo. Lembrem-se, existem 13 vezes mais pacientes curados do que mortos. No momento, existem mais motivos para ficarmos tranquilos do que preocupados, é só questão de se prevenir!
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