Nesta sexta-feira (29/09), serão 24 anos desde que o ex-presidente da república Fernando Collor deixou o cargo através de um processo legitimado de impeachment. Você sabe quais fatores influenciaram para que a saída de Collor acontecesse? A gente te explica:
Contexto histórico
Após a frustração do povo brasileiro com o governo anterior de José Sarney, que foi assolado pela crise econômica e diversas outras polêmicas, ocorrem as primeiras eleições diretas depois de 30 anos com práticas democráticas extintas. Assim, Fernando Collor é eleito presidente da república em 1989.
Após assumir o cargo, o novo presidente anunciou um pacote de medidas chamado de “Plano Collor” e que tinha por objetivo a movimentação da economia brasileira através da abertura dos mercados, maior participação do capital estrangeiro e a diminuição de gastos púbicos. Sem alcançar o sucesso esperado com as propostas de Collor, o país começou a naufragar em um surto de recessões econômicas e ondas inflacionárias, o que levou o governo atual da época começar a ser alvo de críticas e pressões da sociedade brasileira.
Em 1991, começaram a surgir denúncias contra Collor envolvendo corrupção de verba pública. Em maio de 1992, o irmão do ex-presidente Pedro Collor, concede uma entrevista a uma revista acusando-o de esquemas de lavagem de dinheiro no exterior, o que culmina o início de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias.
Os caras-pintadas
Como forma de protestar e deixar claro as diversas insatisfações contra o governo Collor, em 1992, estudantes de diversas idades saem às ruas com os rostos pintados de verde e amarelos, faixas e cartazes, em um movimento que ficou conhecido como “Os caras-pintadas”, dando mais força ao movimento Fora Collor. A campanha foi promovida, principalmente, pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e tinha um objetivo bem claro: remover o presidente do poder.
O impeachment e a renúncia
Em 24 de agosto de 1992, um relatório da CPI atestou que cerca de US$ 6,5 milhões haviam sido transferidos de forma irregular para financiar gastos do presidente. No dia 29 de setembro, a câmara dos deputados vota a favor do processo de impeachment e, dois meses depois, Fernando Collor renuncia ao cargo deixando a presidência da república.
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