Até os Jogos de 2008, as competições envolvendo atletas portadores de necessidades especiais eram chamados no Brasil de Jogos Paraolímpicos ou Jogos Paralímpicos. Com o objetivo de atender a uma solicitação do Comitê Paralimpíco Internacional (Percebeu o nome do Comitê?), os organizadores brasileiros passaram a usar a palavra corrente Paralímpicos para uniformizar o uso.
A palavra é uma tradução do termo inglês paralympic, que combinou os termos paraplegic e olympics. Na língua portuguesa temos a palavra paralímpico, então, há um caso de neologismo por amálgama lexical, ou seja, mesclamos duas palavras para criar uma terceira e, na criação da palavra nova, alguns elementos foram truncados. Criação Lexical é um processo legitimo nas línguas naturais (em qualquer uma!).
Na edição 2009 do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa não aparece paralimpíada, já que o pedido do Comitê aconteceu em 2011. Além disso, o registro em dicionário ou em vocabulário ortográfico só mostra quais palavras eram aceitas e usadas com frequência por uma determinada comunidade linguística no momento em que aquele livro foi produzido. Você já pensou há quantos anos usamos os verbos deletar e tuitar? Eles só foram incluídos na edição 2009 do Dicionário Aurélio. Deletar e Tuitar não existiam ou apenas não haviam sido registradas? Criar novas palavras é processo que ocorre em todas as línguas vivas. Não é tarefa nem do gramático, nem do linguista, nem do lexicógrafo. A Lexicografia é uma ciência responsável apenas por descrever o léxico (conjunto de palavras de uma língua).