No Oscar 2016, o filme “O Regresso”, dirigido por Alejandro González Iñárritu, concorreu a vários prêmios. Inclusive, venceu o Oscar de melhor ator pela atuação de Leonardo DiCaprio. Ao agradecer, ele disse:
“…Por último, só quero dizer isto: O Regresso trata da relação do homem com a natureza, uma natureza que todos sentimos em 2015 como o ano mais quente já registrado. Nossa produção precisou se deslocar ao ponto mais meridional deste planeta só para poder encontrar neve (…) Precisamos apoiar os líderes de todo o mundo que não falam em nome das grandes corporações poluentes, mas sim de toda a humanidade, dos povos indígenas, de bilhões de pessoas desfavorecidas que serão as mais afetadas por tudo isto, das crianças e de tanta gente cujas vozes foram afogadas pela política da cobiça…”
O discurso de DiCaprio não foi por um acaso. É só lembrarmos que no mês passado aconteceu o Fórum Econômico de Davos, em que o tema discutido era “a quarta revolução industrial”. Com a intenção melhorar as condições de vida da humanidade, a reunião contou com a presença de empresários e especialistas de vários setores econômicos do mundo. Obviamente, uma das pautas foi sobre o clima, que pontuava o pensar no capital como fator de ajuda da preservação do meio ambiente e não como fator de destruição. E de fato, é nisto que os líderes do mundo e nós devemos pensar.
Cientistas comprovaram que nosso planeta já sofreu diversas mudanças climáticas ao longo dos seus 4,5 bilhões de anos de existência, mas por motivos naturais. Por exemplo, o efeito estufa é um mecanismo da Terra que evita que a temperatura esfrie muito e se mantenha em uma média na qual seja possível a sobrevivência de espécies. Por isso, mesmo sem a interferência do homem, haverão outras mudanças no futuro. O grande problema é que, segundo estudos de pesquisadores do meio ambiente, este processo de emissão de gases poluentes através de industrialização está influenciando o clima. Uma das consequências, é o aquecimento global, como dito no discurso de Leonardo DiCaprio.
O encontro de Davos não foi o único evento que apresentou a preocupação dos países com o planeta. No ano passado, houve a COP 21, uma reunião em Paris que contou com a participação de representantes do mundo todo para se discutir um novo acordo sobre o clima do planeta. No total, 195 países assinaram um acordo que visa diminuir a emissão de gases na atmosfera. Um grande avanço foi a entrada dos Estados Unidos neste acordo, pois em 2001, o país havia se desligado de um outro tratado que tinha o mesmo objetivo (protocolo de Quioto).
Seguem alguns pontos importantes do acordo:
– Países devem trabalhar para que o aquecimento fique muito abaixo de 2ºC, buscando limitá-lo a 1,5ºC;
– Não há menção à porcentagem de corte de emissão de gases-estufa necessária;
– Acordo deve ser revisto a cada 5 anos.
Comparado aos anos anteriores, houve uma diminuição dos gases lançados na atmosfera. O que já é um pequeno passo para um grande avanço e pode nos deixar otimistas. Às vezes, o discurso de vencedor de um Oscar de melhor ator pode ser mais importante do que a sua própria atuação.