O discurso de ódio se caracteriza como uma manifestação de cunho violento, que desrespeita não só um indivíduo determinado, como também grupos sociais. Esses ataques, num geral, são direcionados a características como raça, orientação sexual, religião, nacionalidade, gênero e classe social. Nesse sentido, a manifestação de ódio pode inflar perseguições e provocar até mesmo conflitos e genocídios, assim como aconteceu na 2ª Guerra Mundial com o Holocausto.
O DISCURSO DE ÓDIO NA HISTÓRIA
Ao longo da história da humanidade, diversas civilizações foram marcadas por conflitos originados primordialmente pela não aceitação das diferenças de um determinado grupo social. Talvez o mais impactante tenha sido Hitler com seu discurso eugenista e antissemita que vitimou 5,9 milhões de judeus 1,5 milhões de ciganos, além de milhares de deficientes, eslavos, homossexuais e soviéticos. No entanto, esse não é o único episódio promovido pelo discurso de ódio. O conflito entre Tutsis e Hutus em Ruanda provocou a morte de 800 mil pessoas e mensagens de ódio eram transmitidas em estações de rádios e em jornal, induzindo os Hutus a “eliminarem as baratas”, no caso os Tutsis. Em ambos os casos além da organização e empenho em encontrar e atacar os “inimigos”, eles tinham a propaganda como aliada na disseminação de mensagens violentas.
O DISCURSO DE ÓDIO E A INTERNET
Com o desenvolvimento de novas redes de comunicação, os ataques deixaram de ser restritos apenas a vida real. É na internet que diversas pessoas encontram um ambiente propício para promover discursos desrespeitosos, com a “garantia” de que não sofrerão nenhuma punição. Isso se deve tanto a possibilidade de se manter em um anonimato, tanto pela naturalização da violência. Assim, chats de jogos eletrônicos, fóruns e grupos em redes sociais, são ambientes comuns dos usuários proferirem discriminações.
Um exemplo disso, é o caso do Massacre de Suzano, em que os atiradores envolvidos estavam habituados a incitar violência contra mulheres, negros e LGBT’S na internet. Os jovens além de nutrirem isso no ambiente virtual, encontraram outras pessoas que compartilhavam o mesmo comportamento e pensamento e que estimularam e apoiaram que um massacre fosse feito. Dessa forma, podemos perceber que nenhum discurso é fomentado sem que haja estímulo de terceiros. Se há oferta, há demanda.
DICA DO PROFESSOR
Para ajudar a desenvolver uma redação sólida com o possível tema discurso de ódio, a professora do QG do ENEM, Priscila Gomes, apresentou algumas dicas para construir seu texto. Segundo ela:
“A introdução poderia trazer uma tese contraponto essa ideia de liberdade de expressão e discurso de ódio. Muitas pessoas confundem o que é ter liberdade para falar e até que ponto você rompe aquela barreira e passa a criar discursos desrespeitosos.”
“Na argumentação caberia mostrar a proporção que um discurso de ódio hoje ganha a partir das redes sociais. Acho que é quase impossível pensar na proliferação desses discursos sem entender o papel que as redes sociais hoje tem nesse processo.”
Quanto ao repertório sociocultural, a professora Priscila Gomes deu a seguinte sugestão:
“Já que estamos falando de dica, um possível repertório é Paulo Freire em seu livro Pedagogia do Oprimido com aquele pensamento que o ódio, a opressão anulam qualquer possibilidade de transformação social.”
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