No fim de semana passado, rolou o primeiro dia de provas do ENEM, que englobou Linguagens, Ciências Humanas e a temida Redação. Como todo ano, nós do QG fizemos a cobertura da correção das provas, elaboramos o gabarito pré-oficial e discutimos algumas questões. Pensando nisso, fizemos uma matéria com as nossas principais impressões sobre a prova de Linguagens e de Redação desse ano. Confira!
LINGUAGENS
Em primeira análise, segundo o professor Diego Dias, é válido considerar que a prova de linguagens desse ano estava de acordo com os exames passados, com alguns questionamentos sociais como bullying, processo migratório e violência contra a mulher, além de ter respeitado as competências exigidas. No entanto, foi uma prova bem densa e cansativa com muitos textos, com muitas questões dúbias, e com algumas questões que levavam o aluno a ter uma dificuldade de compreensão. Quanto ao conteúdo, as impressões que ficaram é de que havia muitos conceitos gramaticais (pronomes e tempos verbais, principalmente) aplicados ao texto, muitas questões de função da linguagem, gêneros textuais, tipologia textual, variação linguística, campanhas publicitárias e poemas. Além disso, embora houvesse a presença de autores já recorrentes como Moacyr Scliar e Fernando Veríssimo, autores novos e menos conhecidos também apareceram na prova, como é o caso da poeta Ana Martins Marques.
HISTÓRIA DA ARTE
De acordo com o professor Rodrigo Retka, do QG do ENEM, a parte de história da arte na prova de linguagens seguiu a tendência dos outros anos. Arte moderna, arte contemporânea e museu e memória continuaram em evidencia, e das sete questões dessa disciplina, duas eram de futurismo, como foi previsto na Premonição aqui do QG. Além disso, muitas questões foram contextualizadas através de músicas e histórias em quadrinhos.
INGLÊS
Segundo o professor Daniel Sanches, a prova de inglês não teve grandes surpresas e pode ser considerada uma prova fácil. Quanto ao conteúdo, a prova abordou temas sociais interessantes como obesidade e valores culturais dos Estados Unidos e teve a presença de celebridades como Madonna, seguindo um padrão dos anos anteriores em que artistas e bandas como Bob Dylan e Coldplay também foram vistos. Além disso, a prova de inglês teve uma tipologia textual bastante diversa, englobando artigos científicos, textos jornalísticos, músicas e cartoons, no entanto, vale considerar que não caiu nenhum texto literário de autor de relevância. Uma boa dica para a resolução da prova era ficar ligado nos títulos e em algumas frases nos textos, pois eles indicavam qual eram as respostas.
ESPANHOL
De acordo com a professora Renata Duran, do QG do ENEM, as principais impressões sobre prova de espanhol é que ela necessitava de um espanhol mais avançado pois havia algumas palavras mais específicas da língua e a semelhança com o português poderia induzir ao erro. Quanto ao conteúdo da prova, temas como meio ambiente e tecnologia se fizeram presentes, mas a presença atípica de elementos culturais de um determinado lugar, poderia pegar muitos alunos de surpresa. Além disso, vale ressaltar que assim como a prova de inglês, a prova de espanhol não teve nenhum texto de escritores literários, algo que nas edições anteriores era comum.
REDAÇÃO
A temida redação é sempre uma caixinha de surpresas e muitas vezes o tema nos surpreende. Segundo o professor Rafael Torres, o tema da prova de redação estava dentro do esperado, mas a impressão que ele teve foi que o afunilamento para o assunto cinema, poderia pegar muito vestibulando de surpresa. Foi uma prova mais voltada para o cotidiano, e tanto quem vivencia essa falta de acessibilidade, quanto quem não vivencia, poderia passar seu conhecimento sobre o tema. Além disso, segundo a professora Gabriella Jardim, o estudante poderia argumentar a questão do acesso por três vieses: o viés estrutural, o viés financeiro e o viés intelectual.
Por fim, tive a oportunidade de participar da cobertura de correção do QG do primeiro dia de provas do ENEM, e não pude deixar de dar minhas impressões gerais sobre a prova. Considero que a prova não teve grandes alterações no conteúdo, mas quanto a abordagem sim, com alguns textos bem densos e que não traziam uma problemática. Vale ressaltar também, que a prova de espanhol estava mais difícil que os anos anteriores, com um nível de espanhol acima do comum e com uma tipologia textual mais limitada. Além disso, o tema da redação me surpreendeu positivamente, pois além de interessante, é bem presente na realidade jovem.