Com base na leitura dos seguintes textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma culta escrita da língua portuguesa sobre o tema “O esporte na construção social brasileira”, apresentando experiência ou proposta de ação social, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Deixe claro o seu ponto de vista, por meio de argumentos coerentes e com embasamentos teóricos.
TEXTO 1
QUAL É O PAPEL DO ESPORTE NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL?
Caroline Gomes
A relevância do futebol na formação da cultura brasileira torna o assunto obrigatório também no meio científico. Em tempos de Copa do Mundo, os brasileiros param suas atividades, deixam de lado seus compromissos para assistirem aos jogos. No Brasil, a mobilização motivada pelo futebol estabelece relações sociais democratizantes na medida em que reúnem pessoas de diversas partes do mundo, de diferentes crenças, diferentes origens em torno de um assunto sobre o qual todos têm uma opinião formada. O futebol se torna então, um aspecto imprescindível para começar a entender como funciona a sociedade brasileira.
A antropóloga Simoni Lahud, da Universidade Federal Fluminense, é especialista no tema e autora de dois livros: O Brasil no campo de futebol e Nações em campo, este produzido com a ajuda do autor Edison Gastaldo. Abordarei a ideia central de Simoni, que parte do princípio que podemos aprender muito sobre os processos sociais analisando o futebol.
Outra área de destaque a ser explorada é a rivalidade TV x Rádio. Pela televisão é possível analisar imagens e adquirir dados que talvez pelo rádio não fosse possível. E como explicar a ação da maioria dos torcedores que mesmo indo ao estádio para ver o jogo, carregam o tal “radinho de pilha”? A narração do rádio cativa o espectador a ponto de garantir sua preferência? Existe uma diferença entre esses espectadores? O professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Márcio Guerra escreveu um livro que abrange esse assunto, respondendo a questões unânimes dos brasileiros.
O brasileiro em si é extremamente ligado ao futebol, e este se torna um fator a mais para a construção da sua identidade. E essa ligação seria apenas por parte de torcedores? E os próprios jogadores? O jornalista Filipe Mostaro, pós-graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do esporte, escreveu o livro Garrincha x Pelé, a influência da mídia na carreira de um jogador, relacionando exatamente esse ponto quanto a influência do futebol na vida de um jogador.
TEXTO 2
O esporte no contexto social: da identidade nacional à transformação de atletas em mercadoria
Leidiane Vieira
O esporte passou por relevantes transformações juntamente com o desenvolvimento das sociedades modernas e os movimentos gerados pela globalização. Apesar disso, a prática esportiva sempre esteve essencialmente atrelada à idéia de identidade nacional. Isso pode ser claramente percebido pelo fato de os atletas e equipes carregarem em seus corpos símbolos do país ao qual pertencem. Geralmente, as cores da bandeira nacional estão, de alguma forma, ligadas a esses esportistas. Dessa forma, eles representam a nação que os abriga em competições que acontecem em diversas partes do mundo. Assim, esses atletas que participam de competições de alto rendimento em outros países estão defendendo uma comunidade.
Neste sentido, o esporte é um dos componentes que demarca a identidade nacional de um país. O Brasil, por exemplo, é ligado à imagem do futebol. Como defende Roberto DaMatta, neste país, o futebol é um instrumento de comunicação social e de construção da identidade nacional. (1982, p. 28) Já os Estados Unidos, para citar outro exemplo, estão mais ligados ao basquete e, principalmente, ao futebol americano.
De certa maneira, o esporte acaba servindo como um espaço onde os países podem demonstrar sua potência. Na época da Guerra Fria, Estados Unidos e Rússia disputavam entre si qual nação conquistava o maior número de medalhas. Dessa maneira, o esporte se atrelava ao poderio militar econômico e político para constituir a influência desses países no contexto mundial. Entretanto, atualmente, convém questionar se de fato o maior interesse dos atletas é defender sua nação. É visível que tem crescido cada vez mais o movimento de individualização no esporte. O foco tem se voltado para a imagem do atleta e nem sempre para o país ao qual ele representa.
Presenciamos o surgimento de atletas globais, não apenas pelo fato de serem conhecidos em todo o mundo, como também por terem a possibilidade de representarem outras nações. A identidade desses atletas está cada vez mais desvencilhada do país ao qual eles pertencem. Pode-se questionar até mesmo se eles pertencem á alguma nação. Julio César Palmiéri (2009), pesquisador do Departamento de Sociologia da UFSCar, analisa, em sua tese de mestrado, como o jogador de futebol deixou de ser praticante do esporte para se transformar em mercadoria.
O autor destaca que com o desenvolvimento do capitalismo e das tecnologias da comunicação, “o futebol passou a ser um esporte globalizado e que atende ás leis do mercado. Transformou-se em espetáculo para o público”. A partir de então, torna-se necessário que os atletas sejam cativantes e não apenas competentes. Em consequência disso, destaca ainda o autor, “o atleta passou a ser valorizado não apenas por suas características atléticas e técnicas, mas também por sua capacidade de cativar os patrocinadores, gerando uma identificação com o nome, a marca da equipe”.
O craque brasileiro de futebol, Neymar, que defende o Barcelona desde junho deste ano, é um exemplo de atleta que carrega uma imagem que agrega valores simbólicos mundialmente reconhecidos. Esse atleta é reconhecido não apenas por sua competência em campo, mas pela própria imagem midiática que a ele é agregada. Neste contexto, torna-se cada vez mais importante a figura dos assessores de comunicação que orientam esses atletas para que eles possam manter uma imagem aceitável perante o público. Para isso, é preciso que seja forjada uma aparente coerência identitária em relação a esses fenômenos de visibilidade midiática.
TEXTO 3
Esporte como ferramenta de inclusão social
Entidade atende deficientes físicos, auditivos, visuais e intelectuais; Cerca de 37% são paratletas
A prática regular do esporte, além de proporcionar uma vida mais saudável, é uma poderosa ferramenta de inclusão social. Em um ciclo de amizade e diversão, as pessoas, principalmente aquelas com algumas dificuldades, se sentem mais à vontade para mostrar suas habilidades ou desenvolvê-las. É o que ocorre na Amei (Associação Mariliense de Esportes Inclusivos), que hoje atende 160 pessoas de dois a 70 anos de idade.
Fundada em 2003, a entidade é coordenada pelo professor de educação física Celso Parolisi, e vem se destacando em competições nacionais e internacionais de natação e atletismo. “Inicialmente, a Amei foi fundada para suprir as necessidades sociais dos deficientes.
Mas nosso objetivo era ampliar esse atendimento, trabalhar o esporte para desenvolver a saúde, sociabilidade e as habilidades daqueles que têm talento para se tornar um atleta de ponta. Nosso carro-chefe é a natação, porém, com as parcerias no atletismo, com o Aurélio Guedes e o Alexssandro Ramos da Silva, o Lecão, nossa equipe também vem se destacando.”
A Amei atende deficientes físicos, auditivos, visuais e intelectuais. Dos 160 atendidos, 60 são paratletas que participam de competições com frequência. “Desses, 29 são bolsistas do governo federal, que recebem uma ajuda de custo de R$ 925. Eles conseguem os primeiros lugares nas provas e treinam até duas horas e meia na piscina da Amei. Já os treinos de atletismo ocorrem no Pedro Sola. O restante dos atendidos participa de atividades de promoção à saúde e à integração social, além de serem iniciados em práticas esportivas também.”
Na 1ª etapa do Circuito Loterias Caixa, realizada neste mês, em São Paulo, a equipe de natação bateu dois recordes brasileiros na prova dos 100 metros costas, categoria S13, e na prova dos 100 metros costas, categoria S14. Atletas da Amei garantiram 16 medalhas. No atletismo não foi diferente, cinco medalhas conquistadas.
“O esporte tem proporcionado essas conquistas a eles, tanto em nível nacional quanto internacional. Alguns competidores já foram a República Tcheca, Suécia, Itália, Argentina e Peru, uma oportunidade que se não fosse o esporte talvez não teriam. O esporte é uma escada, ajuda na sociabilidade, na obtenção da auto-estima, melhora da saúde. A vida deles se transforma, se tornam campeões e ultrapassam os obstáculos que a sociedade impõe. Posso dizer que aprendo mais com eles do que ensino.”
(http://www.redebomdia.com.br/noticia/detalhe/52873/Esporte+como+ferramenta+de+inclusao+social)
TEXTO 4
(http://professorgilbertosantos.blogspot.com.br/2012/08/opiniao-perfeito-gostei-muito-das.html)