O Iluminismo

Os ares de mudanças do século XVIII… Uma Europa majoritariamente rural, porém em processo de urbanização e crescimento expressivo de algumas cidades, como Londres e Paris. O “Século das Luzes”, como assim apelidado por alguns intelectuais da época, marcou uma série de mudanças e rupturas que revolucionaram a história mundial com o Iluminismo.

O século XVII marcou o fortalecimento do Absolutismo europeu. A constituição de uma burocracia administrativa e militar fez com que o poder fosse centralizado na figura do monarca. Essa lógica absolutista fortalecia ainda mais uma ideologia de Antigo Regime que prezava por uma sociedade estamental completamente hierarquizada que excluía de prestígios e vantagens o Terceiro Estado – camponeses, artesãos, burguesia.

Esse cenário político também via surgir uma oposição intelectual, principalmente por parte da burguesia europeia que, por sua vez, estava excluída do poder político do Antigo Regime. Diversos filósofos como John Locke, Kant, Adam Smith, Rosseau, Voltaire e Montesquieu começaram a divulgar trabalhos que teorizavam uma nova sociedade que prezasse por uma igualdade jurídica que nivelaria todos os homens.

A ideia de igualdade perante a lei, liberdade econômica e de opinião, divisão política do governo em três poderes e redução do aparato do Estado começavam a atingir as bases que sustentavam o Antigo Regime europeu. A atuação de sociedades anônimas e a divulgação massiva de folhetins ajudavam na disseminação de ideias, porém não anulava o caráter elitista do movimento.

A Revolução Francesa foi o grande marco dessa nova ordem sociopolítica. Uma revolução que não tinha como objetivo inicial de desmoronar o Antigo Regime francês, porém que aos poucos começou a se radicalizar e a adotar pautas que minavam o absolutismo monárquico, principalmente com a onda do jacobinismo. Anos antes, a independência das 13 colônias do outro lado do Atlântico também refletia a influência do Iluminismo, porém a França marcou simbolicamente o fim desses sistema que a partir de então ganhou o adjetivo de “antigo”.

O “Século das Luzes” ganha esse apelido como uma resposta à também apelidada por esses intelectuais de “Idade das Trevas”, referindo-se ao período medieval. A ideia era desvalorizar a Idade Média, diminuindo-a a um momento obscuro da história marcado pelo desprezo da liberdade e de valores tidos como naturais de civilização.

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