De uns tempos para cá, o termo “resistência” tem ganhado muita força, principalmente nas redes sociais. No entanto, toda a ideia socio-filosófica por trás da palavra em questão precisa ser esclarecida para entender-se de fato o que é ser resistência na História.
Primeiramente, precisamos entender que todo tipo de poder gera uma resistência a si próprio. Seguindo a Terceira Lei de Newton, “toda ação possui uma reação oposta e de igual intensidade” e isso se aplica também à formação histórica. As estruturas que o poder consolida nem sempre conseguem apagar as manifestações daqueles que resistem a um tipo de dominação.
Para que não fique nada muito abstrato, pense o seguinte: a capoeira e o Candomblé, por exemplo, eram manifestações culturais escravas no Brasil colonial. Caso o tipo de dominação escravocrata fosse 100% eficaz, hoje não teríamos essa mesma luta e essa religião de origem africana ainda vivas. A resistência por muitas vezes consegue sobreviver à opressão da dominação, seja ela cultural ou política.
Mas o que é resistir? Resistência é o ato de se opor ao status vigente, independente de quem esteja no poder for da direita ou da esquerda. Já as maneiras são diversas e não conseguiriam estar listadas aqui sem que passássemos horas e horas lendo essa matéria. A história da resistência normalmente está ligada ao que a Sociologia conceitua de “minoria sociológica”, ou seja, grupos historicamente marginalizados do poder.
Resistência é apenas luta? Não! Em uma de suas biografias, o cantor Chico Buarque, ao se referir ao período da ditadura civil-militar brasileira, afirmou “Eu fazia o que podia para resistir, desde que não pegasse em armas; fazia minhas músicas, peças, escrevia”. A partir dessa ideia, já percebemos que os instrumentos de resistência são muito mais abrangentes: a arte, a cultura, a política, o debate, a música… até mesmo o pensamento.
Isso mesmo! Muitas vezes a resistência necessita de uma discrição para não ser extinta, muitas vezes restrita ao pensamento. Voltando ao nosso exemplo da escravidão: enquanto o escravo xinga seu senhor em mente, por mais que ninguém o ouça, ele está praticando a atitude de se permitir ter uma opinião, ser um humano.
Uma música cantada em protesto. Uma insatisfação. Um quadro e uma escultura. Um boicote. Todos essas maneiras estruturam a ideia de resistência, porém um desses instrumentos é o mais nobre: o estudo.
Conhecimento é o instrumento mais nobre da resistência. Aquele que sustenta qualquer outro pilar. Enquanto você está sentado relendo uma matéria que você acredita não servir para nada, saiba que você está exercendo resistência. A ignorância é um dos pilares da dominação.
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