Com base na leitura dos seguintes textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma culta escrita da língua portuguesa sobre o tema O desafio da gestão do lixo na contemporaneidade brasileira, apresentando experiência ou proposta de ação social, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Deixe claro o seu ponto de vista, por meio de argumentos coerentes e com embasamentos teóricos. (As instruções estão no final do documento.)
TEXTO 1
Qual o problema do lixo?
Todos temos ouvido falar muito que o lixo é um problema. Mas ao cidadão comum parece o problema do lixo só existe quando há interrupção na coleta do lixo e os lixeiros deixam de passar na sua porta. É de arrepiar, não é verdade? Sacos e sacos amontoando-se nas calçadas, exalando mau cheiro, atraindo insetos e outros animais. Em resumo: poluindo e sujando a porta da sua casa.
O que é preciso entender é que, mesmo quando o lixo é recolhido pelos lixeiros, ele não desaparece, apenas é levado para outro lugar. E é preciso muito cuidado para que ele não cause os problemas que estava causando na porta de sua casa em outro lugar. Afinal, a cidade também é nossa casa, assim como o país, o continente e o Planeta.
O lixo é responsável por um dos mais graves problemas ambientais de nosso tempo. Seu volume é excessivo e vem aumentando progressivamente, principalmente nos grandes centros urbanos, atingindo quantidades impressionantes, como os 14 milhões de quilos coletados diariamente na Cidade de São Paulo. Além disso, os locais para disposição de todo esse material estão se esgotando rapidamente, exigindo iniciativas urgentes para a redução da quantidade enviada para os aterros sanitários, aterros clandestinos ou lixões. O lixo, como os demais problemas ambientais, tornou-se uma questão que excede à capacidade dos órgãos governamentais e necessita da participação da sociedade para sua solução.
(…)
O lixo mudou muito…
Até a metade do século 20 o lixo não significava um problema. A maior parte dele era formada por materiais orgânicos, como restos de frutas e verduras, assim como de animais, e tudo isso é degradável pela ação da natureza. O lixo era menor e facilmente transformado pelo próprio Meio Ambiente em nutrientes para o solo.
Muitas pessoas tinham o hábito de ter em suas casas uma horta ou uma criação de galinhas e outros animais domésticos, a quem elas davam seus restos de comida. O que restava era enterrado, retornando ao solo. Portanto, tudo ia muito bem. O pouco que sobrava era recolhido e a natureza fazia sua parte. Entretanto, com o passar dos anos, o modo de vida dos habitantes do planeta foi mudando. A maioria mudou-se das áreas rurais para as cidades. As cidades foram crescendo, reduzindo o espaço de moradia e o tempo disponível dos cidadãos. O resultado é que passou a fazer parte da vida cotidiana a compra de alimentos e outros produtos embalados, prontos para o consumo. Parecia que era a solução perfeita.Chegaram os supermercados, as comidas prontas, o leite longa vida, os vegetais já lavados…. ótimo!
Mas tudo isso passou a significar também montanhas e montanhas de embalagens, sacos plásticos, caixas, isopor, sacolas, sacolinhas, latas disso e daquilo…. E o que é pior: são materiais que a natureza custa muito – quando consegue! – degradar e incorporar novamente ao ciclo da vida.
(http://www.institutogea.org.br/lixo/o-problema-lixo/)
TEXTO 2
Lei que proíbe lixões no país entra em vigor no sábado
A Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (nº 12.305, de 2 de agosto de 2010) começa a valer a partir de sábado, dia 2 de agosto, para todo o país. As prefeituras que não se adequarem estão sujeitas à multa, que varia de entre 5 mil e 5 milhões de reais, responder a processo por crime ambiental e o administrador público poderá ser preso.
A nova legislação determina uma série de obrigações aos municípios, como a troca de lixões por aterros sanitários e a implantação da logística reversa e da coleta seletiva. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, diz que o governo federal irá se reunir, no dia 22 de agosto com autoridades do Ministério Público Federal nos estados para decidir soluções para o caso de municípios que estão descumprindo a nova norma.
Cerca de 60% dos municípios brasileiros não atendem à nova legislação. De acordo com Ministério do Meio Ambiente (MMA), somente 2.202 municípios, de um total de 5.570, estabeleceram medidas para garantir a destinação adequada do lixo que não pode ser reciclado ou usado em compostagem.
O presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, apresentou no início da semana em Porto Alegre os resultados de uma pesquisa nacional feita com municípios brasileiros, com até 300 mil habitantes, que mostram as dificuldades das prefeituras para cumprir a nova legislação.
Dos 3.005 municípios consultados, pouco mais da metade possui gestão de resíduos que são encaminhados para aterros sanitários. “A maioria dos prefeitos não tem sequer o projeto. Não há condições para cumprir essa determinação. É uma lei inexequível. O custo para os municípios se adequarem à lei é de R$ 70 bilhões, sendo que a arrecadação total não chega a R$ 100 bilhões”, disse Ziulkoski.
(http://jornalja.com.br/lei-que-proibe-lixoes-no-pais-entra-em-vigor-no-sabado/)
TEXTO 3
TEXTO 4
RJ contrata ONG da família Grael para retirar lixo da Baía para Olimpíadas
Governo contratou em regime de urgência, quando não há licitação.
Baía de Guanabara terá evento teste para jogos em agosto.
O Governo do Estado contratou serviços de uma ONG para retirar lixo flutuante da baía de Guanabara, conforme mostrou o RJTV, nesta quarta-feira (25). Cinco ecobarreiras serão construídas até agosto no canal do Cunha e nos rios Meriti, Bomba e Imboaçu, pontos críticos dos resíduos. Cada uma delas vai custar R$ 1 milhão.
As ecobarreiras terão gaiolas gigantes para armazenar lixo e facilitar sua remoção. O roteiro de coleta feito pelos ecobarcos também passará a ser definido por um computador, que vai antecipar o movimento das marés.
A ONG Instituto Rumo Náutico foi contratada por R$ 20 milhões em regime de urgência, quando não há licitação. O objetivo é retirar todo o lixo flutuante das águas da Baía antes do evento teste do iatismo, o último antes dos Jogos Olímpicos de 2016. A organização pertence à família Grael, que já conquistou medalhas olímpicas no esporte com os irmãos Torben e Lars Grael.
“Todos os custos são transparentes e vão estar publicados na internet. E não há ninguém que eu conheça que reúna todas as características técnicas e pessoais para um desafio de curto prazo como esse”, justificou o secretário de ambiente, André Corrêa.