Havia mais desacordo do que harmonia entre Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) e os outros pensadores iluministas. Enquanto, por exemplo, Denis Diderot (1713-1784) trabalhava para reunir todo o saber acumulado pela humanidade em uma enciclopédia, ele acreditava na experiência direta, na simplicidade e na intuição em lugar da erudição, defendia a primazia da emoção e afirmava que a civilização havia afastado o ser humano da felicidade.
Apesar desse desacordo entre Rousseau e os demais pensadores iluministas, o nome dele está ligado à Revolução Francesa. Dos três lemas dos revolucionários – liberdade, igualdade e fraternidade -, apenas o último não foi desenvolvido na obra de Rousseau. Os líderes da revolta como Robespierre (1758 – 1794), o admiravam com devoção.
O princípio fundamental de toda a obra de Rousseau é que o homem é bom por natureza, mas está submetido à influência corruptora da sociedade. Segundo o pensador, a desigualdade é uma das falhas da civilização que atinge o bem comum. A desigualdade pode ser de dois tipos: a primeira se deve às características particulares de cada sujeito e a segunda é causada por circunstâncias sociais.
O primeiro tipo de desigualdade é algo normal, mas o segundo tipo deve ser eliminado porque suprime de forma gradativa a liberdade dos sujeitos. Tendo a sua liberdade suprimida, os sujeitos, nas palavras de Rousseau, perdem uma das qualidades que os definem como seres humanos.