Parece que desde sempre, o Oriente Médio é uma região tensa. O que muda é apenas o conflito da vez. Janeiro de 2016 já começa pela tensão criada entre Arábia Saudita e Irã. Tudo por causa da execução do clérigo xiita, Nimr Al-Nimr, pelo governo árabe. No total, 47 presos foram executados acusados de terrorismo neste último sábado (02/01). Os países são inimigos históricos.
Enquanto isso, em algum deserto, o Estado Islâmico divulgou um vídeo mostrando a execução de cinco supostos espiões britânicos. No vídeo, eles xingam o premier David Cameron e ameaçam a Grã-Bretanha. O grupo terrorista é formado por sunitas radicais.
A semelhança nestes dois fatos é a pena de morte. Na Arábia Saudita, a execução de um criminoso é uma pena instituída pelo Estado, enquanto um grupo que se autointitula “Estado”aplica a mesma pena aos seus inimigos infiéis. Ambas as execuções podem ser a tiros ou por decapitações e tem as leis interpretadas do Alcorão como base para serem aplicadas.
O que aconteceu na Arábia Saudita vai aumentar ainda mais as tensões entre sunitas e xiitas no Oriente Médio. Isto afeta inclusive países que lutam contra o Estado Islâmico. Um deles é a Síria, cujo os Estados Unidos, o Irã e a Rússia divergem em relação ao governo do presidente Bashar al-Assad.
Afinal, quem é o extremista e radical nesta história toda? Para qual desses dois casos estes adjetivos se encaixam adequadamente? Estas são perguntas a se pensar muito bem antes de respondê-las. Talvez nem se achem respostas. Num mundo absurdo, as certezas podem ser perigosas. Podem causar mortes.