Resumo do livro Incidente em Antares, leitura obrigatória da Fuvest

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A obra Incidente em Antares, do escritor Erico Verissimo, está entre as leituras obrigatórias da Fuvest 2029. É essencial que os candidatos procurem ler, conhecer e estudar os livros com antecedência. Assim, para te ajudar na sua preparação para a prova do vestibular, compilamos um resumo completo sobre o livro!

Último romance do renomado autor Erico Verissimo, “Incidente em Antares” foi publicado em 1971. Esta obra, que marca a despedida de Verissimo da literatura brasileira, apresenta uma história rica em crítica social e reflexão sobre a condição humana. Com uma trama intrigante e personagens profundos, o livro é considerado um dos maiores legados do autor.

Ao final da leitura, confira também a lista completa das leituras obrigatórias selecionadas pela USP, de 2026 a 2029!

Resumo do livro ‘Incidente em Antares’

A obra é dividida em duas partes, e na primeira, acompanhamos a história do vilarejo fictício de Antares. A narrativa começa por volta de 1830, em um pequeno vilarejo do Rio Grande do Sul, chamado Povinho da Caveira.

O cientista Gaston Contran chega ao local e, ao conhecer o fazendeiro Chico Vacariano, revela que a estrela Antares é maior do que o sol. Chico, porém, não acredita na afirmação, embora goste do nome “Antares”, que lhe remete a um lugar onde se criam antas. Por fim, o vilarejo adota o nome Antares. 

Na década de 1960, o personagem Anacleto Campolargo chega ao vilarejo e começa a viver em Antares. A partir desse momento, ele entra em conflito com Chico Vacariano, gerando uma rivalidade entre suas famílias, que perduraria por muitos anos.

Os Vacarianos são retratados como representantes de um conservadorismo rígido, enquanto os Campolargos se posicionam de maneira mais liberal, sempre à procura de mudanças e inovações.

Simbolismo das mortes

Na segunda parte do livro, a trama se aprofunda no incidente que dá nome à obra. O evento tem início com uma greve geral, que envolve até os coveiros da cidade. Tibério Vacariano, tentando a todo custo impedir a greve, acaba falhando. Naquele período, a distinção entre grevistas e comunistas era muitas vezes confusa, criando um ambiente de grande tensão e desconfiança na cidade.

Em 13 de dezembro de 1963, uma sexta-feira, o vilarejo de Antares é abalado por uma tragédia: sete pessoas são encontradas mortas ao amanhecer.

Entre os mortos, estão: Dona Quitéria Campolargo, a matriarca da família Campolargo, o advogado Cícero Branco, o sapateiro Barcelona, o pianista Menandro, o militante Joãozinho Paz, a prostituta Erotildes e o bêbado Pudim de Cachaça. Cada uma dessas mortes simboliza uma parte da sociedade local, refletindo as diversas camadas sociais e os conflitos presentes na época.

O que acontece no final do livro ‘Incidente em Antares’?

Devido à greve geral que paralisa a cidade, os mortos não podem ser enterrados e seus caixões acabam sendo deixados do lado de fora do cemitério. A situação se torna ainda mais bizarra quando um ladrão de túmulos tenta roubar as joias de Dona Quitéria Campolargo e acaba fazendo uma descoberta surpreendente: ela voltou à vida. Não só ela, mas todos os outros mortos também ressuscitam, já que Dona Quitéria, ao abrir os outros caixões, revela que todos os corpos estavam nas mesmas condições.

Com um objetivo em comum — o de serem enterrados —, os mortos se unem e decidem retornar à cidade. No entanto, além de resolverem essa questão, eles têm outra intenção: ajustar contas com os vivos. Assim, cada um dos mortos visita alguém da cidade, confrontando pendências do passado e se surpreendendo com as ações dos vivos.

Segredos revelados

Após as visitas, eles se reúnem novamente na cidade e, sem nada a perder, começam a revelar os segredos mais sórdidos da população. O prefeito, presente na reunião, tenta controlar a situação, mas a tensão só aumenta à medida que as revelações se espalham.

Por causa desse fato, os mortos não são bem recebidos. A população, assustada com o que aconteceu, os apedreja, forçando-os a se afastar. Eventualmente, eles concordam em ser enterrados pelos coveiros, que decidem suspender a greve após todo o tumulto causado pela ressurreição. O prefeito, com um toque de astúcia, logo desmente o ocorrido, minimizando o impacto do evento e fazendo com que a história seja rapidamente esquecida pelos moradores da cidade.

No entanto, embora a vida na cidade pareça ter voltado ao normal, ainda persistem sinais estranhos. Durante a madrugada, por exemplo, vultos começam a escrever mensagens enigmáticas nos muros da cidade, deixando os moradores desconcertados e com a sensação de que algo inexplicável continua a acontecer.

Quais são os principais temas retratados na obra?

Na obra, o autor aborda diversos temas, que podem cair na Fuvest com destaque para uma crítica profunda à sociedade brasileira da época, especialmente em relação ao contexto político e social durante a ditadura militar.

Por meio de sátiras, Verissimo faz uma reflexão sobre o autoritarismo, a censura, a repressão e as tensões políticas vividas no país naquele período.

Metáforas

A história dos mortos que ressuscitam funciona como uma metáfora para expor os problemas ocultos da sociedade e desafiar as estruturas de poder. Quando os mortos retornam e começam a revelar os segredos da população, o autor usa essa situação para questionar as relações de poder, as injustiças e as falhas das instituições.

Além disso, a obra também aborda temas como a luta pela justiça, a busca pela verdade e o confronto com o passado. Ao mostrar como os personagens buscam se reconciliar com suas pendências e expor as corrupções da sociedade, o autor traz à tona a necessidade de mudança e transformação.

A ressurreição dos mortos, que revelam segredos sórdidos, é uma maneira de ilustrar o impacto da repressão e da censura sobre a população. Dessa forma, a obra não só questiona as normas e valores impostos pela sociedade, mas também provoca uma reflexão crítica sobre as consequências de um regime autoritário.

Sobre o autor

Erico Verissimo (1905-1975) foi um dos maiores escritores brasileiros do século XX, conhecido por suas obras que retratam a sociedade brasileira com profundidade e sensibilidade. Nascido em Cruz Alta, no Rio Grande do Sul, começou a carreira literária como jornalista, mas foi na ficção que se destacou.

Entre seus romances mais famosos estão O Tempo e o Vento, uma trilogia que narra a história do Rio Grande do Sul, e Incidente em Antares, seu último romance, que combina crítica social e elementos fantásticos.

Verissimo teve uma trajetória marcada por grandes sucessos e reconhecimentos, e sua obra influenciou gerações de escritores e leitores. Além de escritor, ele também foi tradutor e se dedicou à literatura infantil.

Seus livros continuam sendo leitura crucial para quem deseja entender a literatura brasileira e sua evolução. A obra de Verissimo permanece relevante até hoje, não apenas por sua riqueza literária, mas também por suas reflexões sobre o Brasil e seus desafios.

Confira as leituras obrigatórias da Fuvest para os vestibulares de 2026 a 2029

Agora, saiba as leituras obrigatórias formuladas pela Fuvest para as edições de 2026 a 2029. Os títulos em negrito são referentes às obras inéditas em relação ao ano anterior do vestibular:

2026

2027

  • Opúsculo humanitário (1853) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2028

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

2029

  • Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
  • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
  • Dom Casmurro (1899) – Machado de Assis
  • João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
  • Nós matamos o cão tinhoso! (1964) – Luís Bernardo Honwana
  • Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Incidente em Antares (1970) – Erico Verissimo
  • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
  • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira

Foto do post: Divulgação/Companhia das Letras

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