A gente sabe que a Filosofia pode ser bem maçante e densa. Então, separamos de forma simples e direta as 11 coisas fundamentais que vocês precisam saber sobre o Platão para o Enem.
- Platão (428 a.C. – 347 a.C.) é discípulo direto de Sócrates, e fundador da escola: a Academia.
- Para Platão, a democracia era o reino da doxa (opinião) e não da episteme (conhecimento verdadeiro). Naquele regime político imperava a demagogia e, na avaliação de Platão, teria como consequência futura a tirania. Democracia é o reino da fala, da melhor ordem, do domínio e do pensamento.
- A dialética: diálogo fundamentado em conceitos, ou diálogo que nos faz chegar a ideias estáveis, à realidade do mundo inteligível.
- Platão se opõe ao mundo da opinião, da crença, chega ao ponto de reprimir as artes, o teatro e a poesia.
- A dialética empreendida por Platão é “contraemotiva”, pois é conduzida pela razão contra as paixões (preguiça, luxúria, gozo, apetites sexuais e estomacais, etc.).
- Na República, livro VII, Platão trata da “Alegoria da Caverna”, cujo mote é demonstrar como
os homens estão aprisionados de uma maneira que não conseguem enxergar a verdade, e apenas observam sombras de algo que já não tem como fonte a verdade absoluta. O sol, mito que designa o Bem supremo, a verdade, está longe do alcance dos homens. Mas a saída da caverna e o encontro com a verdade é um projeto de difícil empreendimento, e que por não ser exclusivamente individual, demanda um movimento de retorno, para tratar com os demais e fazer com que tomem a iniciativa de saírem das correntes das paixões e dependências que os prendem.
- Além da influência de Heráclito, Platão foi bastante influenciado pela filosofia pré-socrática de Pitágoras. Os pitagóricos acreditavam na reencarnação sucessiva de almas. Essa ideia tem origem oriental – hinduísta por sua vez – que foi intercambiada durante os momentos de florescimento do comércio marítimo das cidades gregas.
- Platão concebia a ideia de reminiscência – para chegar ao Bem, é preciso relembrar. O Bem já está “aí”.
- A visão platônica da filosofia diverge de Sócrates no seguinte sentido: Platão faz a filosofia como teoria, capacidade de ver a verdade das coisas, em seu sentido eterno e imutável. Sócrates, por seu turno, percebe na filosofia um método de reflexão para individualmente melhorar a compreensão de si e melhorar a cidade, reavaliando crenças e valores.
- Platão tem como projeto político ideal uma aristocracia dos sábios, e esses sábios seriam guardiões da cidade. Destaca-se que o guardião não tem gênero – não importa homem ou mulher, depois dos 50 anos poderia ser guardião ou guardiã. Talvez essa ideia tivesse sido influenciada pela prática do governo de Péricles, que costumava ouvir as mulheres. Além disso, essa aristocracia de sábios contava com um rei-filósofo.
- O platonismo permanecerá como uma das tendências mestras na filosofia, e teve repercussão direta para o surgimento do cristianismo, conforme apresentação abaixo:
Enquanto São Paulo disse: “A sabedoria dos homens é loucura aos olhos de Deus, e a sabedoria de Deus é loucura aos olhos dos homens”, Platão dissera algo muito parecido séculos antes: “A sabedoria dos homens é loucura aos olhos do Sábio e que a sabedoria do sábio é loucura aos olhos dos homens”.